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terça-feira, abril 16, 2024

O Pará é logo ali

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O Pará é logo ali

O Du Pará conseguiu trazer para Brasília a gastronomia com alma e coração do norte do País

Por : Carolina Cascão

Dizem que a casa é onde o coração está! Por isso, digo que o restaurante Du Pará foi a maneira do proprietário deste empório, Wady Dahás Rossy, resgatar o amor e as saudades de sua origem. E tornar os 1.941 km que separam Belém de Brasília um pulinho para nenhum paraense colocar defeito. Pode-se dizer que o “Du Pará”, como também ele é chamado, vai além da genuína gastronomia paraense.  É a “desculpa” com aroma de jambu e gosto de pato no tucupi para reunir os belemenses. É a fome com a vontade de comer de gastrônomos de qualquer região do Brasil.

E motivo no coração de cada paraense para bater um papo, tomar o melhor açaí de Brasília made in Belém, comprar farinha ou camarão, ouvir um carimbó e, se quiser, adquirir uma réplica em tamanho menor da Nossa Senhora de Nazaré, imortalizada pelo Círio, uma das maiores manifestações religiosas, celebrada desde 1793.

A Chef Pollyanna Dahás e imagem oficial da Nossa Senhora de Nazaré que percorre o Círio e algumas cidades do país.

Todos os produtos são mesmo genuínos – e, mesmo percorrendo uma boa distância rumo à capital, chegam fresquinho toda semana e fazem toda a diferença. O jambu, por exemplo, famoso por provocar dormência na língua é uma erva típica da região que fica diferente se plantada aqui no cerrado. O talo grosso e a folha curta podem até quebrar o galho, mas não se compara como talo mais fino e a folha comprida, que é de onde vem tanto aroma. O prato preparado com essa erva (que também é medicinal e tem função anestésica) é muito mais aromático, a exemplo do arroz de pato e do tacacá, uma espécie de sopa -, muito pedidos na Casa.

Aliás, o arroz de pato, preparado também com o jambu e o tucupi (caldo da mandioca) tem versão vegana com a carne de jaca como substituta. Assim como a maniçoba, a feijoada paraense de origem indígena tem versão vegana com chorizo de soja e carne de soja. A tradicional é composta por chorizo defumado, charque, carne de porco e o ingrediente fundamental: a maniva, folha moída da mandioca, que precisa ser cozida por sete dias para retirar totalmente o ácido cianídrico, por ser altamente tóxico e letal. Wady explica que hoje em dia não se faz mais isso, pois a maniva é vendida congelada em qualquer lugar do Pará e aqui no “Du Pará”, e já vem pronta para o preparo.

O tacacá, uma espécie de sopa, servida com camarão seco e jambu, pode ser servido na casa com ou sem a goma da mandioca -, vai de acordo com o cliente. “A goma é um protetor natural do estômago, protege da acidez do tucupi e ainda pode ser um aliado na ressaca”, conversa Wady. Vatapá e Caruru (um tipo de tutu ou pirão, depende de como se chama na região, só que ao invés de feijão, é feito com quiabo), ambos servidos com arroz, são também pratos tradicionais da região encontrados no Du Pará.

Caso não queira comer nenhum prato tradicional, recomendo uma “Parada da Coxinha”. De receita de família, completamente crocante por fora e com recheios de camarão (difícil escrever e não aguçar as papilas gustativas ao mesmo tempo) ou a Coxinha Du Pará, de vatapá de camarão com jambu -, uma experiência a cada mordida. Nos mesmos moldes, tem a unha de caranguejo e o bolinho de pirarucu (peixe tradicional do Pará).

Para beber ou levar para casa, os sucos de cupuaçu e bacuri, são carinhosamente preparados diariamente e armazenados em garrafinhas vedadas prontas para o consumo. E, se sobrar algum espaço na barriga (sei que ficou rude, mas se come muito bem lá), os cremes de cupuaçu e bacuri são opções refrescantes para a sobremesa. A caldeirada de peixes, assim como o peixe frito, deve ser encomendada até um dia antes.

O Du Pará funciona de domingo a domingo e está preparado para receber qualquer que seja a refeição que se queira fazer: lanche, almoço, jantar, parada para uma coxinha, suco ou mesmo comprar os produtos do mercadinho que tem de tudo um pouco, de caranguejos, camarões robustos, jambu congelado e peixes, como o filhote, dourada e pescada amarela.

E, como dizem os mineiros, num “pulim”, mais dois pézinhos de pequi, você chega lá. Despretensiosamente (ou não), ao passar pela w3 norte, para mim, agora, é parada obrigatória.

Serviço:

Du Pará
Endereço: SHCGN 714, Bloco G Loja 3, de frente para a w3. Asa Norte. Brasília, DF.
Horário: Seg a Sexta 10h30 as 20h   /     Sáb e Dom 10h30 as 18h

Telefone: (61) 3967-4007

 

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