O golpe por deepfake que fez empresa perder R$ 127 milhões em chamada de videoconferência falsa poderia ser evitado. Saiba como
Segundo um dos maiores especialistas em proteção de dados, Inteligência Artificial e Direito Digital do Brasil, existem mecanismos que alertam os participantes de uma videoconferência de que o participante não é quem diz ser
Nesta semana, um golpe repercutiu no mundo empresarial: por meio de deep fake, cibeercriminosos simularam a imagem e a voz do CFO de uma empresa de Hong Kong para participarem de uma videoconferência, na qual solicitaram, utilizando da autoridade que o profissional teria, a transferência de milhões de dólares para uma conta-fantasma.
Cada vez mais comum, os golpes utilizando Inteligência Artificial precisam de prevenção por parte das empresas. Segundo Rony Vainzof, advogado especializado em Direito Digital, proteção de dados e Inteligência Artificial, sócio do VLK Advogados, os cibercriminosos estão bastante preparados para os golpes – e, por isso mesmo, as empresas também precisam de medidas que as protejam. “Uma delas é a inserção de tecnologia de marca d’água não vista por olho humano, que pode facilitar a identificação por algoritmos para eventual remoção do conteúdo gerado por IA que seja considerado ilícito”, orienta o especialista.
Além dessa medida, ele orienta a padronização de protocolos tecnológicos empresariais, com capacitação de equipes que aumentam a conscientização sobre as técnicas utilizadas por golpistas. “Esse treinamento precisa ser constante, já que a tecnologia muda a todo momento. Olhos bem treinados conseguem perceber melhor as falhas no uso da Inteligência Artificial, porque as deepfakes nem sempre são perfeitas”, explica.
E, em relação a transferências bancárias, Rony Vaizof comenta que é preciso utilizar a política de dupla verificação para que sejam evitados compartilhamento de dados confidenciais indesejados, bem como para se evitarem transferências bancárias indevidas.
*Rony Vainzof é advogado e professor especializado em Direito Digital, Proteção de Dados e Segurança Cibernética. Diretor do Departamento de Defesa e Segurança da FIESP. Consultor em Proteção de Dados da Fecomercio/SP. Coordenador dos livros “Inteligência Artificial – Sociedade, Economia e Estado”, “Legal Innovation – O Direito do Futuro. O Futuro do Direito” e “Data Protection Officer (Encarregado)”. Mestre em Soluções Alternativas de Controvérsias Empresariais pela Escola Paulista de Direito (EPD).