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domingo, agosto 3, 2025

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O presente: a dádiva que ignoramos

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Vivemos aprisionados entre dois fantasmas: o que foi e o que será. O passado, com suas glórias ou cicatrizes, muitas vezes nos paralisa; o futuro, com suas promessas ou ameaças, nos distrai e angustia. Entre esses dois extremos, esquecemos o único ponto onde a vida efetivamente acontece: o agora. A frase que inspira esta reflexão — “Ontem é o passado, amanhã é o futuro, mas hoje é uma dádiva. É por isso que é chamado de presente.” — nos convoca a um retorno radical à presença, um gesto revolucionário em uma era dominada pela ansiedade e pela nostalgia.
O ser humano é, por definição, um ser projetado: vive tensionado para frente, desejando, planejando, sonhando. Mas esse movimento só é fértil quando enraizado no presente. Sem esse chão, nossa existência se torna uma fuga, uma permanente postergação de si mesmo. O presente é, portanto, a única arena possível para a transformação, o único campo onde se trava a batalha entre o que somos e o que podemos vir a ser. Ignorá-lo é como um guerreiro que, estando no campo de combate, escolhe olhar apenas para mapas antigos ou sonhos de vitórias futuras, esquecendo-se de que sua espada só pode ser erguida agora.

A liderança verdadeira nasce dessa consciência do presente. Um líder que vive prisioneiro do passado, seja ele feito de vitórias ou traumas, não lidera: arrasta correntes. Um líder que vive apenas para o futuro, atolado em metas, KPIs e planejamentos intermináveis, também não lidera: projeta fantasmas. Liderar — a si mesmo e aos outros — é ser capaz de olhar para o presente com lucidez, coragem e gratidão, reconhecendo que, apesar das limitações, este é o único material de construção disponível.
No plano espiritual, essa frase é um convite à contemplação. O presente é um mistério, uma dádiva que não pode ser comprada nem acumulada. É efêmero e, justamente por isso, precioso. Cultivar a presença é um ato de amor e reverência à vida. Jesus, ao dizer “não vos preocupeis com o dia de amanhã”, e os estoicos, ao afirmarem que “o presente é o único bem que realmente possuímos”, convergem na mesma direção: viver bem o agora é a suprema sabedoria.

Mental e emocionalmente, o cultivo do presente é o antídoto mais eficaz contra dois venenos que corroem nossa força: o arrependimento e a ansiedade. O primeiro nos prende ao que não pode mais ser mudado; o segundo nos amarra a um futuro que não pode ser controlado. Ambos são expressões de uma mente indisciplinada, incapaz de reconhecer que sua verdadeira potência está em agir, decidir e sentir no tempo presente.

Mas aplicar essa verdade exige ruptura. Não basta compreender intelectualmente que o presente é uma dádiva; é preciso viver de acordo com esse entendimento. Isso pode significar mudar padrões de comportamento, abandonar o vício da procrastinação, romper com a dependência da validação futura, ou simplesmente aprender a respirar conscientemente, percebendo o milagre da existência em sua manifestação mais simples: este instante.

Esta reflexão é, portanto, um chamado à ação. Quem quer evoluir precisa aprender a habitar plenamente o presente, com todos os seus riscos e possibilidades. Isso não significa desprezar o passado ou ignorar o futuro, mas colocá-los em seu devido lugar: como conselheiros, não como senhores.

Diante disso, proponho algumas perguntas que podem ser chaves para sua jornada:

O que em minha vida eu estou adiando para um “futuro ideal”, enquanto o presente clama por ação?

Quais fantasmas do passado ainda ocupam espaço indevido na minha mente, roubando minha energia vital?

O que, neste exato momento, merece minha presença plena, mas tem sido negligenciado por distrações ou medos?

Como posso transformar minha rotina para ser mais consciente do presente, em vez de viver no piloto automático?

Qual seria o impacto em minha liderança e em meus relacionamentos se eu aprendesse a honrar mais o agora?

Lembre-se: a vida não acontece quando “tudo estiver pronto”, nem quando “os erros forem todos superados”. Ela acontece agora, nesta respiração, nesta decisão, neste encontro.

Viva com sentido. Pense com profundidade. Decida com coragem. Suba com propósito.

E então, você está disposto a assumir o presente como o território sagrado onde sua vida realmente se manifesta?

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