A vacinação é, sem dúvida, uma das ferramentas mais poderosas para garantir o bem-estar coletivo.
Em 2025, o Brasil e o Distrito Federal enfrentam um desafio urgente: ampliar a cobertura vacinal. Embora o país tenha alcançado grandes avanços no passado, hoje enfrenta a falta recorrente de vacinas nos postos e a resistência à imunização, o que coloca a saúde da população em risco.
No Distrito Federal, a cobertura vacinal está abaixo de 90% para várias doenças, incluindo Hepatite A Infantil (86,22%), Hepatite B (85,58%), Meningo C (83,67%), Rotavírus (87,43%) e Febre Amarela (72,71%). Embora a vacina BCG tenha alcançado uma taxa de cobertura impressionante de 116,8%, imunizantes como a tríplice viral (73,1%) e a vacina contra varicela (80,5%) ficaram aquém da meta recomendada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Esses números não são apenas dados; são vidas em risco.
A situação é agravada pela constante falta de vacinas na rede pública. Imunizantes contra febre amarela e a tríplice viral, por exemplo, enfrentaram desabastecimento em 2024. Segundo o Ministério da Saúde, problemas com fornecedores contribuíram para a situação, mas isso não exime o governo federal de sua responsabilidade em prever e mitigar crises. Além disso, o abandono do esquema vacinal é alarmante: 18% das crianças não retornam para a segunda dose da tríplice viral, comprometendo sua imunidade contra doenças como sarampo, caxumba e rubéola.
No mesmo ano, a vacina contra dengue também registrou baixa adesão no DF: das 185 mil doses recebidas, apenas 71,3 mil pessoas tomaram a primeira dose, e pouco mais de 25,4 mil completaram o esquema vacinal. Isso em um cenário de aumento de 594% casos da doença em relação a 2023, com 440 mortes.
Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), regiões como a Central, Centro-Sul e Leste apresentam os piores índices de aplicação de vacinas, refletindo desigualdades no acesso e na conscientização. Dados do Boletim de Imunização de 2024 mostram que apenas 75% das vacinas unidose e multidose do calendário básico infantil atingiram os percentuais recomendados pela OMS, enquanto a situação para adolescentes e adultos é ainda mais preocupante, com apenas 62,5% das vacinas atingindo a meta.
Esses números revelam falhas tanto na logística de distribuição de imunizantes quanto na divulgação do calendário SUS. Além disso, vale ressaltar que a hesitação vacinal foi intensificada nos últimos anos por fake news.
Movimentos antivacina e a disseminação de desinformação nas redes sociais alimentam medos infundados e reduzem a adesão à vacinação. Portanto, combater essa desinformação deve ser uma prioridade para a gestão pública.
Para enfrentar a crise na cobertura vacinal, é imprescindível adotar um conjunto de ações estratégicas.
O fortalecimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI) deve ser levado a sério, com a compra regular de vacinas, a resolução de gargalos na distribuição e o reforço dos estoques para evitar desabastecimentos. Além disso, os governos federal e local precisam investir em campanhas massivas de conscientização, explicando os benefícios das vacinas e combatendo a desinformação proveniente das fake news.
No DF, a integração regional também é essencial. As regiões com as piores taxas de vacinação devem receber atenção especial, com logística otimizada e equipes de saúde devidamente capacitadas. Paralelamente, o monitoramento constante e a transparência no acesso a dados atualizados são fundamentais para acompanhar a adesão e corrigir falhas no esquema de imunização.
Outro ponto relevante é a educação contínua dos profissionais de saúde: tanto para enfrentar a hesitação vacinal quanto para informar a população de maneira precisa e eficaz.
A imunização, caro leitor, não é apenas uma escolha individual, mas um compromisso coletivo. Vejo a queda na cobertura vacinal e a falta de vacinas com grande preocupação. Pois isso coloca vidas em risco.
Tanto o governo federal quanto o GDF precisam agir com urgência para reverter esse cenário. O futuro da saúde pública depende disso. Não tenham dúvidas.