Quando você entende o jogo, seja ele da vida, dos negócios ou dos relacionamentos, o pânico perde seu lugar.
Essa sabedoria, que muitos reconhecem tardiamente, transforma desafios em oportunidades e problemas em lições.
A questão não é evitar o jogo, mas compreendê-lo. E essa compreensão exige paciência, aprendizado e, principalmente, resiliência.
O filósofo Sêneca dizia que “a sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade.
” Esse pensamento nos lembra que quem entende as regras do jogo vive preparado, antecipando desafios sem se abalar emocionalmente. Imagine um jogador experiente de xadrez: ele não fica aflito ao perder uma peça no tabuleiro, porque compreende a estratégia maior e sabe que sacrifícios são necessários para alcançar o xeque-mate. Da mesma forma, quem enxerga além do imediato percebe que o “caos” atual muitas vezes é apenas uma peça sendo movida no grande plano da vida.
Na Bíblia, em Eclesiastes 3:1, lemos que “há um tempo determinado para todas as coisas.” Quem entende isso sabe que tanto as dificuldades quanto as alegrias são fases temporárias. Não adianta lutar contra a maré; é preciso aprender a surfar sobre ela. Pessoas que entram em pânico diante de problemas geralmente estão presas ao imediatismo, incapazes de enxergar a perspectiva maior que o jogo da vida apresenta.
A serenidade vem da compreensão de que cada fase, boa ou ruim, tem sua razão de ser.
Além disso, a capacidade de manter a calma no meio de crises também é um sinal de inteligência emocional. Daniel Goleman, psicólogo renomado, afirma em seu livro Inteligência Emocional que a autoconsciência e o controle das emoções são essenciais para tomar decisões assertivas sob pressão. Quem entra em pânico, por outro lado, age impulsivamente e muitas vezes piora a situação. Já quem entende o jogo para, respira e responde à altura, sabendo que é mais importante a estratégia do que a reação imediata.
Exemplos práticos não faltam: pense em grandes empreendedores como Steve Jobs, que enfrentou uma demissão da própria empresa, mas voltou para transformá-la em um império. Ele entendia o jogo.
Ou mesmo em atletas como Michael Jordan, que já declarou: “Eu falhei inúmeras vezes, e é por isso que tive sucesso.” Ambos demonstram que o entendimento profundo dos altos e baixos permite enfrentar adversidades sem ceder ao desespero.
No cotidiano, entender o jogo pode significar algo tão simples quanto aceitar que nem todo mundo vai gostar de você, e tudo bem. Ou perceber que um atraso pode ser uma oportunidade de refletir ou reorganizar prioridades. Essa mentalidade transforma a ansiedade em força. Afinal, como disse Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto:
“Quando não podemos mais mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos” (Em Busca de Sentido).
Portanto, a chave para não entrar em pânico está em estudar o tabuleiro e conhecer suas peças. A vida não é um inimigo; é um campo de aprendizado. Saber disso é o que separa aqueles que vivem à deriva daqueles que se tornam mestres de sua jornada. Em vez de temer os desafios, abrace-os. Não há vitória sem batalha, mas quem entende o jogo sabe que cada movimento faz parte de algo muito maior e muito mais significativo.