Tatuagem tem influência energética no corpo
A tatuagem tem se popularizado nos últimos anos e muitos preconceitos estão sendo desfeitos. Para quem gosta da arte, poder se expressar através de algum desenho no corpo, e para quem estuda esoterismo, ocultismo e magia, as tatuagens têm um poder energético que vai além de um simples desenho.
Entre algumas vertentes de ocultismo, como o hermetismo, é certo que tudo no universo vibra. Tudo é feito de energia e tudo está em movimento. Dessa forma, até mesmo um desenho, um símbolo, possui uma vibração própria que afeta tudo o que está ao seu redor. As pessoas também têm a sua energia pessoal e, ao entrar em contato com os símbolos, são afetadas por essas energias de duas formas: de acordo com o significado pessoal que ela dá ao símbolo e de acordo com a vibração própria dele.
Quando fazemos uma tatuagem, existe um motivo por trás disso. Normalmente o desenho tem algum significado que está ligado ao emocional da pessoa. Se você fez uma tatuagem para se lembrar de bons momentos, você vai vibrar as emoções que você associa a eles quando se conectar com a sua tatuagem. Se a tatuagem tem algum significado pessoal para você, uma vibração de acordo com esse significado vai influenciar a sua energia pessoal. Dessa forma podemos entender o poder energético que uma tatuagem tem e que pode variar de pessoa para pessoa.
Por outro lado, todo símbolo tem a sua vibração natural. Por exemplo: uma rosa pode ter significados diferentes para pessoas diferentes, mas ela sempre será uma rosa e sempre terá a vibração de uma rosa. Dessa forma, mesmo que você seja influenciado pela energia relacionada ao significado pessoal da tatuagem, você também será influenciado pela energia natural do símbolo que você tatuou.
Por isso é importante você conhecer bem o significado que um desenho pode ter, independente do que ele representa para você. Outro cuidado que deve se tomar é ao tatuar em partes do corpo que ficam sobre órgãos vitais. A energia do desenho pode influenciar as energias naturais do corpo e dos chakras, por isso é importante pesquisar bastante antes de tomar uma decisão. E, depois de fazer a tatuagem, procure se conectar com ela e se lembrar sempre do motivo que o fez escolher o desenho. Pois quanto mais você se conectar, mais essas energias podem te ajudar e influenciar a sua própria energia de uma forma benéfica.
Com traços contemporâneos e mistura de elementos do old school, aquarela e sketches, Carlos Moretz- sohn é um ilustrador brasileiro que se dedica à tatuagem há 4 anos. Por conta de seu dom para autoral, vem marcando a pele de professores, publicitários, artistas plásticos, diretores de arte e demais pessoas envolvidas com arte de alguma forma.
Aquarela, nanquim, types, colagem e pontilhismo são exploradas por Moretz, que ao conhecer os gostos dos clientes consegue chegar ao desenho ideal, criando sua própria assinatura, facilmente assimilada quando alguém vê seus desenhos. Ele acredita que, para resultar em algo autêntico, é necessário que o cliente confie e deixe o tatuador livre para criar.
Conversamos com alguns tatuados por este artista :
Thayza Benetti
Minhas primeiras tatuagens eu fiz aos 13 anos e, de fato, fiz coisas que na época me representavam, sendo um coração do dedo e uma frase “no regrets just live” (não se arrependa, apenas viva). Ao decorrer dos anos eu fui passando a me entender, entender meu senso estético e percebi que nem todas as tatuagens que eu fiz tinha um significado de fato, mas era sim, uma arte que diz sobre mim. Os nossos gostos, o que nos atrai diz muito sobre nós e o significado passa a se reinventar no decorrer do tempo, principalmente quando as lembranças começam a vir. Além disso, a escolha por um estúdio que tenha uma representatividade no sentido de tatuar e expor seu trabalhos em peles negras, ou que não clareie nossas peles, para mim, é essencial já que será uma arte eternizada, em quem eu sou. Bem como, tatuar com mulheres e dar espaço nesse ambiente majoritariamente masculino.
Eu amo lembrar do exato momento em que fiz a tatuagem, das motivações e escolhas de artistas de cada uma. Tenho uma que é a Cordilheira dos Andes, que é uma foto que eu e dois amigos – um da Cidade do México e outro de São Paulo, tiramos na viagem que nos conhecemos em um trabalho voluntário na Argentina; outra dessa mesma viagem é uma medialuna, que é uma comida típica, que eu comia sempre no café da manhã, depois virou lanche e virou amor, junto a essa tem um código de telefone da cidade que eu fiquei “351”. Nesse mesmo período fiz uma escrita “ojalá”, que foi uma música que uma das minhas hosts mostrou e possui um significado de esperança, e também, recorda a minha vó que é do candomblé, pois significa também “Oxalá”,
Há também a tatuagem que é uma carta de tarot da força, que foi uma carta muito presente em um jogo que foi tirado para mim e também ela aparece em uma das minhas músicas favoritas da minha banda favorita (The Maine) e, para agregá-la, uniu-se com o trecho da música, com a letra do vocalista quando tive a oportunidade de conhecê-lo. e adaptação da representação da mulher com um cabelo afro para remeter a força ancestral.
Quanto a tatuagem e representatividade feminina, o processo foi completamente diferente quando eu fiz com uma mulher, em um estúdio de mulheres (3.14 tattoo), e possui um esoterismo, que apesar de não ter um significado preciso, é uma arte que emana uma estética na qual me identifico, com a representação de vários aspectos da natureza e como nos rege e, também é de uma artista que admiro muito a percepção do universo.
A tatuagem feita com o Carlos Moretz-sohn, surgiu da admiração ao seu estilo, ao seu traço, então procurei por um flash e quando a vi tudo fez sentido. Foi um exemplo de uma que fez muito mais sentido depois do que no momento da escolha. Foi um momento de transição, percepção, atreladas a uma racionalidade, sem ignorar meu emocional. Além disso, o momento da tatuagem foi uma experiência incrível, por toda energia que ele trouxe, o conforto, as conversas. E é muito importante nesse processo de fazer algo definitivo pro restante das nossas vidas.
Joao Guilherme
Um pouco da minha trajetória no mundo das tatuagens, começou pelo fascínio da cultura. Toda a simbologia e estética que gira em torno dessa cultura sempre me foi observado com grande interesse, e assim que completei meus 18 anos fiz minha primeira tatuagem. Pensei bastante qual seria o primeiro projeto e resolvi fazer nas pernas a data do meu nascimento que possui significados amplos em diversas culturas, que é 11 de Novembro (11/11).
Depois fui buscando novos projetos que me identificasse e mostrasse um pouco de mim como uma outra forma de expressão. Quando conheci o Carlos, o que me chamou a atenção sempre foi o trabalho de pesquisa dele como artista e abordagem estilística o que foi uma identificação imediata. Mostrei pra ele algumas ideias que tinha e lugares que gostaria de preencher com tatuagem, e juntos tivemos um processo de criação onde ele adaptava por esse meio de linguagem tudo o que eu gostaria de apresentar sobre mim. Me orgulho muito de falar que nesse processo tão íntimo criei uma amizade com o tatuador, e ele me entendeu tão bem nesse caminho que vários dos projetos que tenho com ele foi ele quem sugeriu.
Nosso último projeto foram as cruzes que tenho logo abaixo do joelho, que teve uma grande ajuda dele na parte de criação, e composição com as outras tatuagens que eu já tinha no lugar. O tamanho do desenho, o alinhamento com as outras tatuagens para ficar uma composição total mais harmoniosa, tudo teve plena atenção e planejamento do Carlos desde o começo. Fiquei muito feliz com o resultado mais uma vez!
Lorran Kaliê
Eu não costumo fazer minhas tatuagens pensando no significado que o desenho ou a imagem em si traz, e acredito que o significado pessoal pra mim se encontra mais no próprio ato de tatuar. Eu comecei a me tatuar no período quando comecei a sofrer de depressão e sempre que tinha algum episódio de ansiedade eu procurava fazer mais uma. Só alguns anos depois conversando com minha psicóloga que a gente associou o fato de que marcar essas formas na minha pele também eram uma forma de mutilação pra onde eu recorria, que minha forma de aliviar a dor não era cortando minha pele com uma faca nos braços mas com uma agulha de tatuagem.
Então hoje que eu ja superei essa fase eu vejo minhas tatuagens muito mais como marcas da minha história, como se fossem o registro de quem eu fui, marcado em mim.