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sexta-feira, novembro 22, 2024

Trabalho e dedicação são as marcas do Dr. Manoel Arruda

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Trabalho e dedicação são as marcas do Dr. Manoel Arruda

Admirador de Brasília, ele subiu degrau a degrau e construiu uma imagem sólida na Advocacia. Para a 61, ele dá dicas para quem quer ir além e se destacar profissionalmente

Por: Natasha Dal Molin

Um traço marcante na vida do advogado Manoel Arruda sempre foi a vontade de esforçar-se e ir além. “Sempre fui muito ambicioso. Desde cedo tive comigo essa vontade de buscar, me desenvolver, atingir outros patamares. Meus pais me deram as condições de estudo e soube aproveitar porque sempre fui muito incomodado, no sentido de achar que posso melhorar, me superar”, afirma. Desta forma, a área jurídica foi uma escolha natural, já que já admirava um bom debate e discussões de normas.

Como muitos na cidade, os pais (o pai, administrador e a mãe, psicóloga) o aconselharam a fazer concurso público. A intenção, para eles, era que o filho tivesse tranquilidade. “Brasília tem muito disso, dessa cultura do concurso público”, diz. Mas Manoel resolveu romper com a tradição familiar pois, com estudo, dedicação e trabalho, acreditava que podia se superar. E superou.

Degrau por degrau, sem perder a simplicidade

O escritório que hoje coordena conta com dez advogados e faz atendimento de empresas multinacionais e grandes clientes,  e continuar com uma estrutura enxuta, para poder oferecer um serviço de atenção e qualidade, focado na área do Direito Público, em licitações e contratos.

Desde o início do curso de Direito, no UniCEUB, em 1997, Manoel procurou absorver o maior conhecimento possível e não perdeu a oportunidade de fazer estágios e se desenvolver. Trabalhava sem hora extra. “Isso não era uma obrigação, via como um investimento”.

O início da profissão foi em uma salinha de 15 metros, no Metropolitan. Optou por montar o escritório sozinho, sem sócios. Ele se recorda que, sem receios, pegava a lista de telefone e ligava para os amigos e conhecidos, um a um, dizendo que tinha um escritório e oferecendo os serviços. As dificuldades foram sempre encaradas com brilho nos olhos e vontade de crescer. “O início foi bastante difícil, mas isso ajudou a me moldar”, diz.

Anos após começar a atuar na área de licitações e contratos o Direito Tributário apareceu na sua vida. Arruda foi convidado a exercer um cargo no conselho de contribuintes no Ministério da Fazenda, aonde ficou por 11 anos. “Além de dedicado, sou muito tranquilo. O mundo do Direito é muito de vaidades. Tem que ter simplicidade e criar um nome de muito respeito”, avalia.

Tecnologia na profissão e na vida

A realidade do Direito e de outras profissões está sendo impactada pelas novas tecnologias. Já existem robôs de pesquisa que colaboram na elaboração de peças e na pesquisa de jurisprudência. “O direito é com base em precedentes. Isso ajuda realmente, até porque o Brasil é um país que judicializa demais”, argumenta Arruda, que já foi da OAB, durante seis anos. Para o advogado o advento da tecnologia tem seus impactos, por exemplo, na redução de postos de trabalho.

Para destacar-se, além de uma boa formação e especialização, ele considera essencial o relacionamento interpessoal. “A tecnologia é importante, mas o trabalho do advogado é muito pessoal, e isso nunca vai acabar. O nosso foco tem que ser no ser humano”, enfatiza. Manoel conta que o cliente, quando contrata um advogado, estabelece ali uma relação de confiança. “É sempre olho no olho. O cliente é o pilar do nosso trabalho”.

Na avaliação do especialista, o Brasil é um país dos profissionais de Direito. “Tem um milhão de advogados no mercado”. Esse excesso de profissionais, segundo ele, tem seus malefícios: “é ruim para o mercado, no meu entender. Há um excesso do número de faculdades. Isso tem causado muitos problemas, até pela formação muito precária, além da depreciação do valor do trabalho”.

Mas isso não chega a ser um problema ou impeditivo. “Como o Direito é muito dinâmico e vinculado às transformações da sociedade, aqueles profissionais que buscam um diferencial no mercado, devem sempre se preparar. O caminho para isso: especialização. Quem quer atuar em tudo, acaba que não conseguirá ser bom em todas as áreas”, afirma.

“Os jovens de hoje querem tudo de forma muito rápida; a internet contribuiu com isso”, analisa, destacando que durante seus estudos, há não muito tempo (formou-se em 2002), fazia a pesquisa de jurisprudência em livros. A facilidade de acesso, segundo ele, faz com que os jovens de hoje tenham menos capacidade de avaliar. “Eles obtêm a informação e querem transmitir da forma que recebem”, acrescenta.

Para os estagiários e recém-formados, ele indica o livro “Eles, os juízes, vistos por um advogado”, de Piero Calamandrei. Trata-se de uma obra do Direito Italiano. É um livro bem didático, que conta histórias de um escritório de Direito, abordando até a arquitetura desse tipo de ambiente.

Com os anos de experiência na profissão, Manoel Arruda aprendeu que é importante ter uma qualificação, mas sobretudo saber que relacionamento, networking, é fundamental para se projetar. “Os grandes projetos, o grande cliente não vai te contratar por ter um Instagram legal. É bacana publicar artigos, mas os clientes vão te buscar por força da indicação de outras pessoas. É por essa confiança que você passa”, ensina.

Novos tempos

A situação econômica do país, segundo ele, acaba afetando todas as áreas: “Lido muito com empresas, e muitas estão passando por dificuldades e precisam fazer renegociação de contratos e dívidas, cancelamentos. Mas o Direito é tão dinâmico, que gera outras possibilidades. “Como a gente lida com problemas e obstáculos, as situações de crise acabam gerando também oportunidades”, diz.

Na avaliação do advogado, um dos grandes problemas do Brasil é insegurança Jurídica. “O Brasil precisa de tudo: infraestrutura, portos, ferroviais”. A eleição do atual governo, segundo ele, representa uma ruptura e é um sinal de um novo momento. Por tudo isso, Manoel Arruda faz uma avaliação positiva dos 100 primeiros dias do governo Bolsonaro. Mas defende a importância da aprovação da Reforma da Previdência. “Com ela, o Brasil vai estar dando um passo para a transformação. Tornar-se mais liberal, menos Estado. O governo deve tentar intervir menos na economia, na vida empresarial. O estrangeiro busca isso: a desburocratização do Estado”, emenda.

Um país melhor

A despeito de tantas pessoas que deixam o país, ele afirma que pretende continuar para poder lutar para a melhoria de todos. “Quero ficar aqui, que meus filhos fiquem aqui. Quero lutar para que o Brasil dê certo para todos os brasileiros”. Além da necessidade da aprovação de reformas estruturantes no Congresso, na sua avaliação, a construção civil precisa ser retomada. “E claro, é urgente que se volta a gerar emprego. A coisa mais indigna é a pessoa buscar emprego e não encontrar”, pondera. E acrescenta: “O empresário do exterior que quer investir no Brasil, mas para isso é fundamental ter mais segurança jurídica para o país poder se desenvolver, para que haja desenvolvimento de fato”.

Amor por Brasília

O advogado, que viaja bastante e conhece muitas cidades no mundo, é apaixonado pela cidade que escolheu para viver. “Brasília é uma cidade única. A pessoa que vem a Brasília, ou ela ama ou odeia”, avalia. Ele destaca como ponto positivo, por exemplo, a arquitetura única. “Gosto da disposição da cidade. O Plano Piloto é muito tranquilo. Em Brasília, há uma comunhão de fatores excelentes, como o Lago Paranoá e a presença dos Poderes”, enumera.

Outro aspecto interessante de notar, para Manoel Arruda, é que aqui conviver com autoridades é uma coisa comum. Isso, segundo ele, gera muitas oportunidades de relacionamento: “As pessoas crescem convivendo com filhos de políticos, estudando na mesma escola”, acrescenta.

Dos desafios que a cidade tem pela frente, ele destaca como o principal. “Como cresceu bastante, as pessoas têm Brasília como um Eldorado. E isso fez com que a cidade inchasse bastante”, destaca. Na opinião do advogado, Brasília, além da questão pública, precisa realmente buscar novas alternativa nas áreas tecnológica, de inovação; criar novos parâmetros de trabalho e produtos com valor agregado.

Na avaliação dele, a cidade sempre foi muito vinculada aos setores de serviço e precisa se desenvolver mais na área privada. “Temos aqui um enorme número de mestres e doutores. A cidade tem essa vocação focada para questões de estudo, tecnologia, inovação, além da arquitetura única, que favorece a esse desenvolvimento”, analisa.

Futuro

Para o futuro, ele olha esperançoso. Somadas às boas perspectivas profissionais, há outro bom motivo: o filho Henrique Arruda, de 8 anos. “Essa nova geração tem tudo para ser uma liderança”, avalia. Manoel afirma que não o direciona para a Advocacia, está dando oportunidade para que seja o que quiser. Preocupado em garantir boas oportunidades, ele colocou o filho em uma escola internacional. Se qualifique. A gente não pode ficar exportando talentos. Os grandes talentos. Tem que dar oportunidade.

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