O Brasil se tornou, em 2024, o maior exportador de bovinos vivos por via marítima do mundo, ultrapassando a Austrália, segundo dados do COMEXSTAT/MDIC, apurados pela ONG Mercy For Animals. Foram mais de 960 mil bois embarcados, contra 760 mil exportados pelo principal concorrente. Apenas nos primeiros quatro meses de 2025, o país já exportou 298.298 bois vivos — número superior ao total anual de diversos anos anteriores, como 2013, 2014, 2015, 2016, 2021 e 2022. Em contraponto, a maior parte da população rejeita a atividade: uma pesquisa da Ipsos revelou que 84% dos brasileiros acreditam que a exportação de animais vivos deveria ser proibida no país.
O transporte de animais vivos é uma das práticas de maior impacto negativo da pecuária – as más condições de higiene e bem-estar nos navios causam intenso sofrimento animal e oferecem riscos à saúde pública e ao meio ambiente.
Este ano também marca uma década do acidente de Barcarena (PA), quando um navio com mais de 5 mil bois afundou no porto de Vila do Conde. A tragédia causou prejuízos à subsistência das comunidades locais, poluiu rios e praias e comprometeu a operação do porto, que teve uma queda de 70% nas exportações no ano seguinte.
O tema segue em debate no país: além de uma ação civil pública que tramita na Justiça, quatro projetos de lei que buscam proibir ou restringir essa prática estão em discussão no Congresso Nacional, refletindo a pressão da sociedade civil e de organizações de defesa animal.
Outros países, como Reino Unido, Alemanha, Luxemburgo, Nova Zelândia e Índia, já adotaram medidas para pôr fim à exportação.
*Prática cruel *
Os dados são alarmantes: o Brasil é o segundo maior exportador mundial de bovinos vivos por via marítima, destinando em média 413 mil bois por ano para abate no exterior, em viagens que duram de 3 a 4 semanas – estando entre as rotas mais longas do mundo. De 2012 a 2020, 86,9% dos 2,6 milhões de bovinos exportados vivos tiveram como destino países do Oriente Médio e do Norte da África, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Escolhemos Brasília para iniciar nossa campanha não apenas por ser a capital política do país, mas porque é o centro das decisões que podem transformar essa realidade”, afirma George Sturaro, Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da MFA. “Lançar nossa ação exatamente no Dia Internacional Pelo Fim da Exportação de Animais Vivos é simbólico e estratégico, pois aproveitamos um momento de visibilidade global para a causa e contribuímos para a mobilização que busca instituir oficialmente esta data no Brasil, fortalecendo o movimento por mudanças legislativas concretas.”
A campanha em Brasília teve início em junho, com ativações públicas, e segue com agenda legislativa atuante.
Após a capital federal, a iniciativa percorrerá São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre e encerrará em Belém, no Pará, no dia 6 de outubro – uma escolha estratégica, considerando que o Pará é responsável por 66,4% das exportações de animais vivos do país.
*Uma década de Barcarena *
Sturaro destaca que 2024 marca uma década do trágico acidente em Barcarena, no Pará: “Há dez anos, um navio com mais de 5 mil bois tombou no porto de Vila do Conde – um dos três principais portos brasileiros para esta atividade. Essa tragédia, que poluiu rios e praias e afetou comunidades locais, continua sendo um símbolo dos múltiplos riscos desta indústria que insiste em operar apesar das evidências de seus impactos negativos.”
O momento é especialmente oportuno, pois tramitam no Legislativo brasileiro quatro projetos de lei relacionados ao tema: dois visando proibir a exportação de animais vivos por via marítima para abate em todo o território nacional, e outros dois buscando criar barreiras econômicas para desestimular a atividade.
“Estamos levando nossa campanha Exportação Vergonha para um novo patamar, e o timing é perfeito. O Dia Internacional Pelo Fim da Exportação de Animais Vivos em 14 de junho representa um momento de convergência global de esforços”, explica Sturaro. “Não é apenas uma questão de bem-estar animal, mas também de proteção ambiental, especialmente na Amazônia, onde o Pará – principal estado exportador – lidera o ranking de desmatamento desde 2008.”
Os dados são alarmantes: o Brasil é o segundo maior exportador mundial de bovinos vivos por via marítima, destinando em média 413 mil bois por ano para abate no exterior, em viagens que duram de 3 a 4 semanas – estando entre as rotas mais longas do mundo. De 2012 a 2020, 86,9% dos 2,6 milhões de bovinos exportados vivos tiveram como destino países do Oriente Médio e do Norte da África, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
“Escolhemos Brasília para iniciar nossa campanha não apenas por ser a capital política do país, mas porque é o centro das decisões que podem transformar essa realidade”, afirma George Sturaro, Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da MFA. “Lançar nossa ação exatamente no Dia Internacional Pelo Fim da Exportação de Animais Vivos é simbólico e estratégico, pois aproveitamos um momento de visibilidade global para a causa e contribuímos para a mobilização que busca instituir oficialmente esta data no Brasil, fortalecendo o movimento por mudanças legislativas concretas.”
Prática cruel
A campanha em Brasília teve início em junho, com ativações públicas, e segue com agenda legislativa atuante.
Após a capital federal, a iniciativa percorrerá São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre e encerrará em Belém, no Pará, no dia 6 de outubro – uma escolha estratégica, considerando que o Pará é responsável por 66,4% das exportações de animais vivos do país.
*Uma década de Barcarena *
Sturaro destaca que 2024 marca uma década do trágico acidente em Barcarena, no Pará: “Há dez anos, um navio com mais de 5 mil bois tombou no porto de Vila do Conde – um dos três principais portos brasileiros para esta atividade. Essa tragédia, que poluiu rios e praias e afetou comunidades locais, continua sendo um símbolo dos múltiplos riscos desta indústria que insiste em operar apesar das evidências de seus impactos negativos.”
O momento é especialmente oportuno, pois tramitam no Legislativo brasileiro quatro projetos de lei relacionados ao tema: dois visando proibir a exportação de animais vivos por via marítima para abate em todo o território nacional, e outros dois buscando criar barreiras econômicas para desestimular a atividade.
“Estamos levando nossa campanha Exportação Vergonha para um novo patamar, e o timing é perfeito. O Dia Internacional Pelo Fim da Exportação de Animais Vivos em 14 de junho representa um momento de convergência global de esforços”, explica Sturaro. “Não é apenas uma questão de bem-estar animal, mas também de proteção ambiental, especialmente na Amazônia, onde o Pará – principal estado exportador – lidera o ranking de desmatamento desde 2008.”