Brasilienses contornam crise e estabelecem o turismo como necessidade
Mercado turístico utilizou a crise para se reinventar e continuar crescendo
A maré alta do crescimento do país que os brasileiros vinham aproveitando até 2014 foi abaixando, mais a vontade de curtir as férias não. Por isso as agências de viagens brasilienses também se adaptaram para atender um perfil turístico diferente. A visão do brasiliense sobre o turismo mudou e foi o que sustentou o mercado local.
Renato Gonzaga de Paula, diretor da empresa Ouro Brasil Turismo e Expedições, empresa que atua no segmento desde janeiro de 2007, identificou essa mudança de comportamento como essencial na revolução turística que Brasília e sua população vivenciam. Atualmente os brasilienses viajam, em média, duas vezes por ano para fazer turismo. São os brasileiros que mais viajam e preferem períodos mais longos, durante as férias.
O turismo também recuou por conta da crise, contudo foi um dos primeiros a decolar. O brasileiro se acostumou a viajar, tornou-se uma atividade que deixou de ser supérflua e entrou no patamar de necessidade. “As férias de 2018 já demonstraram uma melhora nos índices do segmento. Embora a crise ainda exista, o brasileiro adequou as viagens ao seu orçamento, inclusive a adaptando com menos dias, tendo como mais importante realizá-la”, explicou Renato.
“A geração atual está tendo uma tendência a consumir mais experiências, do que bens de consumo. E isso tem refletido nas próprias empresas se adequando a roteiros personalizados que remetem a “transformação interna” e “experiências autênticas”, a viagem precisa emocionar e estar em harmonia com os valores e desejos do viajante”, disse o empresário.
Ele conta que a ideia da “simplicidade” também tem crescido mudando o perfil do viajante. Hoje as viagens ecológicas e que combinem oportunidades para valorizar os habitantes locais, a culinária regional são as que estão em alta. E por consequência, acabam sendo roteiros mais baratos, atraindo os turistas que podem gastar menos. “O Brasil é um país muito diversificado e o viajante de hoje quer fazer uma imersão cultural no destino, essa tem sido a tendência: o bom, bonito, barato e emocionante”, explica.

Entre os destinos ecológicos mais populares entre os brasilienses Renato destacou os destinos mais próximos ao planalto central. Para períodos mais curtos as cidades do Goiás como Pirenópolis e Caldas Novas são um grande destaque, além da Chapada dos Veadeiros. Todas com opções de ecoturismo e conexão com a natureza, seja fazendo as trilhas de cachoeiras ou se banhando nas águas termais.

Pensando nisso a Ouro Brasil Turismo investiu em mais opções de viagens curtas, e mais baratas. Desde de 2018 a agência implementou roteiros que pudessem acompanhar o novo perfil. As cidades de Capitólio-MG e Terra Ronca-GO foram alguns dos lugares fantásticos que passaram a fazer parte dos roteiros para agradar esse público.

Entre os destinos internacionais ainda reina o “fascínio pela Disney”.
Os Estados Unidos permanece entre os destinos mais visitados pelos brasileiros. Merecem destaque também Lisboa, a capital de Portugal, que além da familiaridade do idioma, o país oferece ao visitante uma gastronomia fascinante e habitantes muito receptivos.
Paris, na França, também continua em alta pelo apelo cultural. Já na América do Sul os maiores destaques são Buenos Aires, na Argentina e Santiago, no Chile.
Além do crescimento do turismo ecológico o turismo pedagógico escolar e outro ramo que merece destaque. As viagens de estudo do meio são a parte mais divertida da vida escolar da maioria das crianças e jovens. Nesse caso o mais importante é oferecer uma programação rica e segura.
“Um estudo do meio bem conduzido é essencial e, para alguns estudantes, será a diferença que os permitirá atingir todo seu potencial acadêmico. Oferecer qualidade e segurança nos melhores hotéis, transportes, guias e monitores em constante treinamento para melhor atender os alunos, nos quais nos acompanham nessa incrível jornada do conhecimento, que é o turismo pedagógico”, conta.
E por falar em segurança Renato destacou o auxílio profissional ao planejar uma viagem. A agência, para ele, não deve se ater ao lazer e aos roteiros. “Tanto para o indivíduo quanto aos seus pertences, o seguro viagem hoje é imprescindível para se viajar com conforto e tranquilidade e dificilmente será ofertado dentro da informalidade”, completou.
O Brasil também conta com um grande “mercado informal” no turismo. O oferecimento de pacotes muito baratos, já podem ser uma dica ao consumidor de possível fraude. Renato destacou que “geralmente a “barganha” é sempre um golpe em andamento”, e devemos permanecer atentos.
“Temos hoje um mercado virtual cada vez mais atuante substituindo sedes físicas, portanto é necessário que o cliente pesquise sobre a empresa com a qual pretende realizar sua viagem. A internet hoje dispõe de páginas que qualificam as empresas, é importante procurar as credenciadas pelo Ministério do Turismo. O consumidor precisa se dispor a averiguar”.
A segurança se torna ainda mais importante em viagens solo, um comportamento que vem crescendo muito nos últimos anos. Renato apontou o cotidiano como maior fator dessa tendência. “Com a rotina da sociedade caótica, organizar os amigos até para um singelo “happy hour” é missão quase impossível. Eleva-se a dificuldade quando colocado no patamar de uma viagem, porém não conseguir organizar os amigos não diminuiu o interesse das pessoas em viajar”.
Serviço:
Ouro Brasil Turismo
