Empreender é transformar sonhos em realidade
Empreender é colocar em execução. Precisamos valorizar a disposição dos brasileiros e brasileiras para o trabalho e a inovação, apoiando empreendedores. Neste momento eleitoral, temos que colocar na pauta de nossos candidatos que a valorização do empreendedorismo é uma das alternativas para equilibrar a economia do país e que uma das estratégias é proporcionar qualificação profissional e políticas para o fomento das cadeiras produtivas com linhas de financiamentos adequadas.
No Brasil, há 49,3 milhões de empreendedores. Destes, 20,7% são mulheres, 59,4% iniciaram seu negócio há menos de um ano e 55,8% atuam em serviços. Estes trabalhadores e trabalhadores, estão presentes no campo e na cidade, em todos os ramos de atividade e nas várias cadeiras produtivas, muitas vezes, contribuindo para a valorização da cultura e da história da região, como acontece com o artesanato e com o turismo.
Fomentar o incentivo ao empreendedorismo criativo, solidário e sustentável é o caminho. Pois, o crescimento sustentável articula entre desenvolvimento social, ambiental, econômico, cultural e ético, preservando vida e recursos. O avanço econômico e a inclusão não devem acarretar desequilíbrio: a sustentabilidade é a melhor estratégia para garantir cidadania e superar a pobreza, a violência e as desigualdades.
A economia solidária nasceu da luta do proletariado por mais direitos. E com o cooperativismo surge a alternativa ao capitalismo, com uma proposta de economia criativa como arte e ciência trabalhando juntas, solidárias e não competitivas. Traz mais oportunidade para todos.
No Brasil, nossa economia criativa possui 240 mil empresas, que empregam 810 mil pessoas e faturam 110 bilhões de reais ao ano, o que equivale a 2,7 % do PIB. Nos países chamados desenvolvidos, este percentual é muito maior, o que demonstra que temos o que crescer e precisamos de mais investimentos, pois por muitos anos este segmento foi invisível para os economistas.
Artesanato, audiovisual, artes e espetáculos, moda, design, fazem parte da economia criativa. Muitos negócios são informais e mal estruturados, porque – entre outros fatores – não existe regulamentação de algumas destas profissões.
A proposta de Política Nacional de Incentivo à economia criativa tem como princípio a diversidade cultural, a sustentabilidade, a inovação e a inclusão, prevendo produção de informação e conhecimento, formação de mão-de-obra e estímulo a empreendedores. Entre os instrumentos, estão o crédito para produção, comercialização, pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
Os grandes desafios apresentados para os empreendedores é fazer o levantamento de informações, a articulação com os parceiros e os clientes, o fomento à produção, a oferta da educação para competências criativas e infraestrutura para que os serviços cheguem aos públicos, além dos marcos legais. Para tanto, precisam de políticas públicas e de pessoas que assumam representa-los.
Empreender é crer sempre, mesmo em tempos de crise! O empreendedor acredita em sonhos e concretiza suas metas, ainda que enfrente dificuldades.
Cristina Roberto é cozinheira, empreendedora, ativista cultural e defensora de alimentação segura e saudável e candidata a deputada federal, pelo distrito federal.