Seu mais recente trabalho é ‘Cabra-cega’, romance editado pela respeitada editora Patuá. Reconhecida e aplaudida pela crítica e pelo público, a escritora tem mais um romance para ser publicado. Trata-se de ‘Devastada’, obra em revisão.
O próprio título, Cabra-cega, funciona como uma metáfora que conduz a essas questões na narrativa. ”Sobre a escolha do título, creio que a palavra ‘cabra’ está muito ligada ao Nordeste, às expressões orais usadas pelo povo nordestino, ao folclore e às tradições daquela região. Já a cabra-cega é uma brincadeira de olhos vendados, e eu quis remeter à cegueira da sociedade em relação aos nossos problemas sociais, raciais, ao preconceito, ao machismo e a outros males incrustados na sociedade brasileira”.
No texto, essa alusão é feita por reflexões em primeira pessoa da protagonista. “Os olhos vendados de alguém que tenta mudar o seu destino, mas sem saber o rumo. Como achar a saída de um labirinto?”, diz a personagem. Com o preciosismo de quem é aficionada e respeitosa com a literatura e pelo reflexo do repertório jurídico — Gracia Catanhede também é advogada e procuradora federal aposentada .

Não é para qualquer um. Mas a literatura é o carro-chefe dessa mente super ativa. Confira:
‘Escrevo porque sou exagerada. As palavras não cabem em mim. Então explodem como fogos de artifício”.
Quando soltou a veia literária?
Sempre gostei de escrever. Aos 11 anos recebi elogios e vi que minhas redações agradavam. Então, passei a ler muito e a escrever poesias, pequenos contos e crônicas.
E os outros livros?
Tenho 14 livros escritos e 9 publicados. Inclusive 4 romances. O mais recente trabalho é ‘Cabra-cega’, romance editado pela respeitada editora Patuá. e mais um romance para ser publicado: ‘Devastada’, obra em revisão.
Quanto tempo dedica para escrever?
Escrevo todos os dias, de 4 a 6 horas diárias. A criatividade brota. Tenho uma família que me apoia e o estímulo dos amigos. Por isso, meu tempo dedicado aos livros é uma dádiva.
Quando começa um livro, o roteiro já está pronto?
Começo a escrever e as ideias surgem.Vou construindo conforme a história vai surgindo na minha cabeça. Nunca fecho um roteiro específico. Começo do nada. Às vezes, fico pensando para onde vou.
Escrever é rentável?
Nunca ganhei dinheiro com meus livros. Escrevo para ser feliz.
Qual o seu sonho?
Sou otimista e sonhadora. Tenho vocação para a felicidade mas nem por isso deixo de sofrer com as desigualdades sociais, por exemplo. Sonho com um Brasil mais justo. Amo os animais e me preocupo com eles. Faço trabalho voluntário em prol dos animais abandonados.
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