Primeira professora com síndrome de Down participa de caminhada em Brasília
Evento deste domingo (25) chama atenção para inclusão de pessoas com a trissomia.
Durante o evento, a professora – que também é escritora – vai participar de um bate-papo e uma sessão de autógrafos do livro infantil “Débora Conta Histórias”, lançado em 2013, que reúne fábulas com a temática de diversidade. Textos dela também serão lidos por uma contadoras de histórias.
Na semana passada, a professora, de 36 anos, foi alvo de comentários discriminatórios da desembargadora Marília Castro Neves, do Rio de Janeiro.
Em resposta, Débora disse que ensina muitas coisas para as crianças. “A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais”.
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Formada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Débora é professora auxiliar há 13 anos em uma escola particular em Natal, no Rio Grande do Norte. Ela trabalha com educação desde os 20 anos.
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Também vai ter pintura de rosto, brinquedoteca para as crianças pequenas e feira de troca de brinquedos e livros infantis – tudo de graça. No ano passado, a caminhada reuniu cerca de 700 pessoas.
“Queremos oportunidade, porque cada um do seu jeito tem como se colocar no mundo e contribuir de alguma forma”, concluiu.
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Em uma postagem feita na internet, a desembargadora carioca Marília Castro Neves questiona o que professores com síndrome de Down podem ensinar a alguém. Recentemente, a juíza publicou também notícias falsas sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro.
“Ouço que o Brasil é o primeiro em alguma coisa!!! Apuro os ouvidos e ouço a pérola: o Brasil é o primeiro país a ter uma professora portadora de síndrome de Down!!! Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social… Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”, escreveu em um grupo de juízes no Facebook.
Também nas redes sociais, a professora Débora Seabra publicou uma carta em resposta à desembargadora. “Não quero bater boca com você! Só quero dizer que tenho síndrome de Down e sou professora auxiliar de crianças em uma escola de Natal (RN).”
“[…] Eu ensino muitas coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais”, disse. “O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime.”