Remédio: só na dose certa
Veja quais os riscos da automedicação e das altas dosagens
Por: Larissa Leite
Basta um sintoma diferente para que o Google seja consultado. Entretanto, será que vale a pena trocar a orientação qualificada de um médico ou farmacêutico pela informação na internet?
Além dos diagnósticos, a automedicação é muito comum entre os brasileiros. Isto ocorre especialmente com os remédios que não exigem a receita médica, mas mesmo eles, podem trazer reações adversas e colocar em risco a saúde do paciente.
como fazer uso de uma determinada medicação.
Riscos das altas dosagens
O primeiro risco e muito comum são as intoxicações. Cada medicamento apresenta uma dose letal, podendo ou não ser próxima da dose indicada. O índice terapêutico indica qual é o risco de intoxicação. Para descobrir é preciso ter a razão entre da dose letal em 50% da população pela dose efetiva, e qual a dose que gera os efeitos terapêuticos, também, em 50% da população.
Quanto menor o índice, mais seguro é o medicamento. Por exemplo, a digoxina, indicada no tratamento de cardiopatas pode causar náusea, perda de apetite, vômitos e diarreia em mais de 1% dos pacientes, assim, esse remédio apresenta um índice terapêutico de 2:1.
Outra medicação muito conhecida, com índice baixo e que provoca intoxicações com frequência é o paracetamol. Outros exemplos são: teofilina, varfarina, lítio, gentamicina, vancomicina e anfotericina B.
Além da intoxicação, o paracetamol, esta medicação muito popular e largamente utilizada por diversos pacientes, pode levar à falência hepática, caso seja usado em altas doses. Ao metabolizar este remédio, o fígado libera o metabólito N-acetil-p-benzonquinone imine (NAPQI) que danifica diretamente as células deste órgão, por isso, o uso contínuo e desregrado pode trazer um efeito grave, sendo um transplante.
Aumentar a dose da medicação pode alterar o comportamento psíquico do indivíduo e assim, contribuir para as chances de automutilação e para os casos de suicídio.
Irritações gástricas, úlceras e até um aumento do risco de infarto do miocárdio e falência cardíaca. Estes são alguns dos problemas causados quando a superdosagem se torna um hábito, que pode causar a morte do paciente, afinal, estes efeitos podem atingir um nível irreversível.
Por isso, é preciso atenção no uso de qualquer medicamento, pois alguns precisam ser usados com restrição de tempo, além do cuidado com a dosagem. Assim, para evitar riscos é fundamental ter a orientação profissional e qualificada de um médico.