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sexta-feira, novembro 15, 2024

A imbecilidade é uma escolha, mas o silêncio não pode ser uma opção

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Por: José Adenauer Lima
Formado em economia, com pós-graduação em Estratégia pela ADESG. Especialização em filosofia clássica.Trabalha no Poder Legislativo do DF há 32 anos nas áreas de orçamento público e processo legislativo.

Imbecilidade, quando discutimos no campo das relações humanas, não é falta de capacidade intelectual, mas uma escolha ativa de não pensar melhor, de evitar a reflexão.

Não estamos falando aqui de questões de saúde mental, que são reais e exigem respeito e empatia. Falamos daquela postura intencional de ignorância e agressão verbal, onde a razão é trocada por gritos, e o diálogo, por intimidação.

Essas pessoas escolhem, de maneira consciente ou não, a via da violência retórica. Não querem debater ideias, querem calar seus opositores. Eles não estão interessados em persuadir, estão interessados em vencer a qualquer custo, espalhando pânico e medo. E essa é a estratégia mais eficaz para muitos imbecis: elevar o tom, ameaçar, fazer com que o outro recue.

O filósofo francês Albert Camus tinha uma visão semelhante quando disse: “A estupidez insiste sempre.” A imbecilidade, na sua essência, é uma recusa a reconhecer a realidade e a verdade, um apego cego a convicções infundadas, e uma resistência a qualquer argumento racional. Para esses indivíduos, o importante não é a verdade, mas o controle, o poder sobre a discussão.

Essa atitude tem sucesso com frequência. Eles não ganham pelo peso da razão, mas pelo peso do medo que impõem. E o que é mais assustador: quando não reagimos, quando silenciamos diante dessas pessoas, elas crescem. É nesse momento que suas palavras adquirem mais força, não porque têm mérito, mas porque o silêncio é interpretado como concordância ou submissão.

O medo de confrontar retóricas furiosas é compreensível. Quem nunca hesitou em se manifestar ao ser confrontado por alguém que não busca o entendimento, mas sim a vitória através da humilhação? O silêncio, porém, não é uma opção. O filósofo alemão Edmund Burke teria dito: “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.” Isso também se aplica à imbecilidade. Cada vez que nos calamos diante dela, permitimos que ela continue a espalhar suas raízes na sociedade.

Jesus, em muitos momentos, demonstrou que o silêncio pode ser poderoso, mas que também há momentos em que devemos falar e resistir. Em Mateus 21:12-13, quando Ele expulsa os comerciantes do templo, Ele não se cala diante da injustiça e da corrupção. Sua ação e palavras mostram que há momentos em que a resistência deve ser firme, que o mal não pode ser tolerado em silêncio. Assim, Jesus nos ensina que não devemos aceitar passivamente comportamentos que distorcem a verdade e o bem.

A saída, então, não é responder aos gritos com mais gritos, mas também não é recuar e ceder. A imbecilidade cresce onde a razão recua. Nossa principal arma contra ela é a palavra, o argumento, o raciocínio. O filósofo grego Sócrates sabia disso. Ele acreditava que o diálogo genuíno, baseado em perguntas e respostas, é a única maneira de alcançar a verdade. Sócrates enfrentou a ignorância de frente, mesmo quando isso lhe custou a vida, porque sabia que a verdade deve sempre ser defendida, independentemente do custo.

Portanto, diante da imbecilidade, nossa missão é clara: resistir. Não pela violência ou pela imposição, mas pela palavra e pela coragem de não nos calarmos. A imbecilidade prospera no terreno fértil da apatia, do medo, e do silêncio. Se quisermos um mundo onde a razão prevaleça, onde a verdade tenha valor, devemos nos posicionar, não como aqueles que querem derrotar, mas como aqueles que querem iluminar.

O silêncio, nesse caso, é a ferramenta mais poderosa do imbecil. Quando ele percebe que não há resistência, que as vozes da razão se calaram, sente-se vitorioso. Não podemos dar isso a eles.

Por gentileza , na coluna opinião . Jorge Suaid , sugeriu colocar a foto Adenauer, abaixo da imagem de apresentação e texto no final , o que acha ?

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