Beethoven 250 anos de nascimento.
Em 2020, o mundo vai comemorar os 250 anos de nascimento de Ludwig van Beethoven, esse ícone supremo da música ocidental. Nascido em 1770, em Bonn na Alemanha, manifestou talento musical precoce. Aos 17 anos foi para Viena estudar com grandes mestres da época, incluindo Haydn e Salieri. Em pouco tempo, conquistou a fama de grande pianista virtuoso, improvisador e compositor. Mas a perda auditiva, doença cruel especialmente para músicos, deu os primeiros sinais em 1802 e culminou com a surdez total, situação que destrói a carreira de qualquer músico. No caso de Beethoven, ele resistiu, venceu as crises de depressão e deflagrou um incrível período de criatividade que resultou em suas mais famosas obras. Esse milagre foi possível graças ao ouvido interno, ou ouvido mental, que dispensa a existência do som físico, e permitia ao compositor ouvir no cérebro as mais complexas combinações sonoras e anotá-las na partitura. Quando faleceu, em 1827, recebeu no seu enterro as honras de um herói nacional. Sua obra soma quase 400 composições entre sinfonias, concertos, quartetos de cordas, uma opera, peças para piano e outros instrumentos, canções, e tantas mais.
Enquanto a maioria dos compositores conhecidos na época dele caiu no esquecimento, o prestígio de Beethoven subiu cada vez mais. Qual é o segredo dele? O compositor americano Leonard Bernstein, analisando a obra do autor da famosa nona sinfonia foi bastante crítico: “Do ponto de vista harmônico, melódico, instrumental e estilístico, Beethoven é bastante formal e pouco inovador. Mas apesar disso, ele é genial”. Beethoven como pessoa foi complicado, doente, impaciente, agressivo e até mal educado, inclusive com seus nobres patrocinadores. Mas a sua música é repleta de amor, de alegria e de fé na humanidade.
Em sua homenagem, serão organizados concertos, palestras, congressos e exposições. Partituras das suas músicas serão revisadas e reeditadas e muitas gravações serão substituídas por novas, não necessariamente melhores. As lojas serão invadidas por lembrancinhas tipo canecas, pequenos bustos, chaveiros, camisetas e gravatas com imagem do compositor. Se fosse vivo, ganharia a maior grana com direitos autorais e de imagem.
Brasília certamente não estará ausente das comemorações. Estamos aguardando as programações da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Departamento de Música da UnB, da Escola de Música de Brasília, da Casa Thomas Jefferson e de outras instituições musicais da cidade. Tratando-se de música impressa, novos lançamentos de partituras velhas realizados na Alemanha – país que está centralizando as comemorações mundiais – serão disponibilizados na MusiMed, em Brasília, parceira brasileira de grandes editoras alemãs, como Barenreiter, Henle e outras.
Recomendamos atentar para os eventos que virão. Você não estará presente em outra efeméride como esta.
Professor Emérito – UNB
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