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sábado, abril 27, 2024

Clamidiose ou psitacose em aves

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Técnica baseada na não administração de remédios é a solução para oferecer maior qualidade de vida ao animal.

Da Redação

Classificada como uma bactéria, à Clamydophila psittaci é um parasita intracelular que acomete aves, mamíferos em geral e répteis. As aves acometidas com maior frequência são papagaios, calopsitas, periquitos diversos e pombos, porém nenhuma espécie está livre de ser atingida pela bactéria. Uma característica importante da doença, é que as aves infectadas podem se tornar portadoras crônicas e disseminar as bactérias no meio ambiente em que vivem, sendo este um dos maiores problemas nas criações domésticas e comerciais de aves.

Apesar da alta incidência em aves, em casos esporádicos a Chlamydophila psittaci pode ser transmitida das aves para as pessoas e vice-versa. Embora a infecção em humanos seja normalmente branda, pode ser potencialmente perigosa para pessoas com o sistema imune comprometido, como doentes, idosos, gestantes e crianças. Sintomas persistentes e semelhantes a um resfriado, tais como febre, calafrios, dores de cabeça, fraqueza, fadiga e sinais de doença respiratória podem ser observados.

A transmissão do agente ocorre principalmente por ingestão ou inalação de partículas muito finas, quando urina, secreção respiratória ou fezes secas são dispersas no ar. A Chlamydophila psittaci sobrevive vários meses nas fezes e secreções das aves que foram depositadas no ambiente. A sobrevida é de até oito meses em sujeira de gaiola, aproximadamente dois meses em alimentos e rações das aves e ainda por duas a três semanas em superfícies duras. Aves que se recuperam da infecção ainda podem eliminar a bactéria por várias semanas após o fim dos sinais clínicos.

Os sinais clínicos podem ser agudos, subagudos ou crônicos, conforme o estado imunológico da ave e grau de exposição ao agente. Podem ser observados falta de apetite, perda de peso, desidratação, depressão, alterações no comportamento, asas pendentes, tremores, fezes amolecidas e esverdeadas, espirros, conjuntivite, blefarite, dispneia (dificuldade de respirar), secreção mucopurulenta em olhos e narinas, etc. Em casos mais graves há sintomatologia nervosa, incluindo tremores, convulsões e paralisia generalizada. Animais sem apresentar a doença clínica também podem ser hospedeiros assintomáticos e eliminar o microrganismo ativo, contaminando o ambiente e outros animais.

O animal doente deve ser isolado, monitorado e ter adequação na dieta (suplementação mineral e vitamínica), além de receber fluidoterapia e aquecimento adequado. Mesmo após medicação a longo prazo, a bactéria pode sobreviver no ambiente (estado de latência).

A gravidade da doença varia com a espécie atingida, idade e estado imune com características de cada indivíduo (araras, calopsitas, papagaios, assim como animais mais jovens demonstram mais suscetibilidade), grau de exposição ao agente, cepa bacteriana, porta de entrada e presença concomitante de outras enfermidades.

O diagnóstico definitivo só é possível por meio do isolamento e identificação da C. psittaci. Métodos sorológicos estão disponíveis, porém são ineficazes para aves portadoras ou aves com quantidade baixa de anticorpos para a detecção. O método mais eficaz tem sido a detecção molecular por meio da PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). Esta técnica utiliza o DNA extraído de fezes, secreções e sangue da ave, o que não é possível pela sorologia convencional, para a detecção rápida, sensível e específica.

Boa e frequente higienização, manejo adequado, alimentação balanceada, além do isolamento e quarentena de aves recém chegadas com a realização de testes de triagem sorológicos e antigênicos, são medidas que reduzem a probabilidade de infecção ou mesmo uma reinfecção de um plantel de aves por clamidiose. O tratamento consiste no uso de antibiótico específico para tal enfermidade, por via oral, durante vários dias seguidos.

A clamidiose em seres humanos é considerada uma das principais zoonoses aviárias, apesar da baixa ocorrência da doença quando comparada ao número de aves portadoras. Os humanos se infectam pela inalação de aerossóis contaminados por Clamydophila psittaci presentes no ambiente, nas penas, secreções, excreções ou nos tecidos de aves infectadas. Animais que apresentam esses sintomas devem ser encaminhados rapidamente ao médico veterinário especialista em aves, pois ele é o único profissional capacitado para conduzir o correto tratamento e profilaxia da doença.

Clamidiose causa problemas fisiológicos em grande parte de espécies de aves

 

 

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