O presidente da CPI da covid-19 no Senado, Omar Aziz (PSD-AM) apresentou ontem (30/9) o calendário da reta final da comissão, com os últimos depoimentos marcados para próxima semana. A data de votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia foi anunciada para o dia 20 de outubro.
Ao comunicar os membros da CPI que a próxima semana representa a última oportunidade para ouvir os depoentes, Aziz informou que na terça-feira (5), o executivo da VTCLog, Carlos Alberto Sá, será inquirido acerca da suspeita de ter feito pagamentos ao ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. A VCTLog é contratada pela pasta para receber, armazenar e distribuir as vacinas contra o coronavírus.
Exceção: fato grave e relevante
“Só se houver um fato muito grave, relevante, do ponto de vista novo, não daquilo que a gente vem tratando – sobre tratamento precoce, imunização de rebanho, vacina – um fato extrapauta que até hoje não foi tratado aqui, nós abriremos exceções para ouvir”, completa Omar.
Na quarta-feira (6), a proposta é ouvir um dos 12 médicos que atuaram na Prevent Senior e que elaboraram um dossiê entregue à comissão com diversas denúncias sobre o tratamento da empresa aos pacientes com Covid-19, inclusive com suspeita de alteração de prontuários. Já na quinta-feira, (07), a CPI deve encerrar a série de depoimentos com representante da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Relatório no dia 19
Após finalizar os depoimentos, o senador Renan Calheiros (MDB) terá cerca de oito dias para elaborar o seu relatório, que será apresentado oficialmente no dia 19 de outubro, sendo colocado para aprovação no dia seguinte, 20 de outubro. O relator classificou como “oportuno” o calendário de encerramento dos trabalhos.
Digitais de Bolsonaro
Nesta sexta-feira (1), o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), em entrevista à GloboNews, disse que o presidente Bolsonaro será citado “pelas digitais na omissão” do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O relator ponderou que, entre as potenciais negligências do mandatário do país, está a compra de vacinas contra Covid-19.

“Tem muita gente investigada e muita gente que também que constará no relatório sem que tenha sido elevada à condição de investigado. O presidente da República [estará no relatório]… pelo crime que significou ele não responder às ofertas da Pfizer, do Butantan, da OMS, que dariam naquela oportunidade quase 170 milhões de doses de vacina”, defendeu o senador.
Estabilidade institucional
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), afirmou, nesta sexta-feira (1º), que o país precisa de estabilidade institucional e política para sanar as crises do desemprego, da fome, da alta no preço dos alimentos e combustíveis, além da pandemia da Covid-19.
Na avaliação do senador mineiro, a melhora de índices econômicos e a solução efetiva desses entraves passa pela conscientização dos agentes políticos e públicos na retomada da harmonia entre os Poderes, em substituição à busca constante por “lacrar nas redes sociais”, com posicionamentos intempestivos que geram apenas mais crises.
Volta da confiança do mercado
Rodrigo Pacheco avaliou ainda que, em um cenário de estabilidade política, o mercado voltaria a ter confiança no Brasil, resultando no aporte de investimentos necessários, no controle do câmbio e, consequentemente, no controle do preço dos combustíveis.
O presidente do Senado lembrou que o parlamento tem trabalhado numa discussão tributária, com foco no combate à sonegação fiscal e na possibilidade de unificação de alíquota de ICMS entre os estados. Outra ação importante nesse sentido, de acordo com o senador mineiro, é a Petrobras assumir seu papel social para auxiliar na redução do preço dos combustíveis. As declarações de Rodrigo Pacheco foram dadas à Rádio Gaúcha.
