Exposição interativa do artista Sanagê pode ser visitada de terça a domingo no Museu de Arte de Brasília (MAB)
A exposição Amilcar de Castro, do artista carioca Sanagê, está aberta para visitação no Museu de Arte de Brasília (MAB). A instalação pode ser visitada até o dia 30 de junho de 2022.
Com esculturas laranjas foram penduradas por cabos de aço no centro do espaço. Com o uso de roldanas, os visitantes podem mover as peças e interferir na instalação. Cada movimento criará um novo olhar para o todo da obra. O formato agrega o público e cria uma proposta lúdica.
As peças no teto se assemelham a grandes clipes de papel, formato recorrente nas obras do artista. Sanagê é fascinado pelo objeto, que remete ao tempo que passou em agências de publicidade e revistas. O deslumbre pelo pequeno arame de metal e pela cor laranja podem ser percebidos em seus trabalhos.
“São esculturas onde o público pode manipular a obra de modo que a instalação tenha um movimento criado pelos corpos em conjunto com a obra. Fica evidente a forma, como toda a minha produção, parte do formato do clipe então aqui não seria diferente”, falou o artista.
Todas as peças da instalação são da cor laranja, que, além de ser a da predileção do artista, sob o aspecto simbólico, significa alegria, vitalidade, prosperidade e sucesso.
“Laranja! É a cor que me acompanha para sempre, além de outras tantas razões, ela tem como característica fundamental o fato de ter apenas referência positivas sobre ela, além disso, mexe com as zonas neurais de desenvolvimento criativo”, explicou
Se um clipe comum é uma pequena peça de metal ou plástico para prender folhas de papel, as peças escultóricas de Sanagê com esse formato associam pessoas. Estimulam reflexões sobre as possibilidades dos planos e, ao serem elevadas e baixadas livremente, incentivam diálogos, um dos paradigmas da arte de nosso tempo.
“A grande instalação-exposição do Sanagê, no museu, tem a vantagem de ser interativa. Ele precisa que as pessoas movimentem a obra para que ela faça sentido como proposta artística. Isso gera um potencial enorme de interesse do público. Nossa expectativa é de que os frequentadores se divirtam ao interagir com a obra, esquecendo a ideia de que o museu é um lugar conservador e chato”, falou.
O Artista
O artista Sanagê Cardoso é carioca, mas veio para Brasília aos 18 anos. Aspirante a fotógrafo, formou-se em Artes Visuais pela Faculdade Dulcina de Moraes. Trabalhou na área por diversos anos até se entender artista plástico. Com um curso de serralheria, aprendeu a moldar metais e passou a produzir as peças em aço observadas no trabalho atual.
Em 1978, o artista tinha a certeza de que ia ser fotógrafo. Para isso fez todos os investimentos necessários ao desenvolvimento da profissão e ao reconhecimento do seu trabalho. Obteve uma experiência singular com participações em exposições individuais e coletivas, e oportunidades de trabalhar para agências de propaganda, revistas e editoriais fotográficos.
Em 1994, resolveu trilhar novos caminhos. Motivado por fatos e razões, aparentemente desconexas, montou uma pequena metalúrgica. E esse empreendimento tornou-se um divisor de águas na história do artista.
A partir de 2004, dedicou-se à criação de esculturas em aço carbono e inox com influências marcantes de Almicar de Castro, Franz Weissmann e Alexandre Calder.
Busca, desde então, como característica, deixar a forma interagir com o universo. O pressuposto que as esculturas não tenham uma lógica previamente estabelecida. Trabalha o limite do imponderável e a falta de compromisso rígido com a posição espacial.
Serviço
Exposição – Artista Sanagê
Curadoria de Oscar D’Ambrósio
MAB – Museu de Arte de Brasília
Visitação |
Até 30 de Junho de 2022
De terça a domingo – das 9h às 21h
Entrada franca e classificação livre.