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domingo, maio 12, 2024

Mulheres nos espaços de poder é tema de conversa nesta sexta (21) no DF

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Mulheres nos espaços de poder é tema de conversa nesta sexta (21) no DF

Roda de Conversa reúne coletivos feministas em torno da vivência das mulheres nos espaços públicos e de poder

Em um ano em que as mulheres estão sendo apontadas como o voto capaz de definir as eleições, questões como políticas públicas de gênero, direitos ao espaço público, e planejamento urbano são temas que ganham força e podem nortear a escolha do projeto político a governar o Brasil pelos próximos quatro anos. Em meio a esse cenário, o Distrito Federal recebe o coletivo de mulheres pernambucanas Deixa Ela em Paz na sexta-feira (21/9) para a abertura da 4ª edição do do Circuito de Enfrentamento Urbano – CEU para Mulheres, laboratório criativo de intervenções urbanas dedicado ao empoderamento das mulheres em sua relação com o espaço público. Pela primeira vez no Distrito Federal, o encontro é marcado por uma roda de conversa com o tema “Mulheres ocupando as ruas e espaços de poder”, com o Deixa Ela em Paz e os coletivos Casa Frida e Cfemea, e é aberta ao público às 19h da sexta-feira (21), na Casa Frida (Rua 30, Casa 121 – Vila Nova, São Sebastião – DF).

O Deixa Ela em Paz traz para o espaço público os discursos que muitas mulheres não conseguem expressar. Sua estratégia é estampar as ruas com mensagens que traduzem o direito delas de se relacionar com a cidade com liberdade e autonomia. É uma forma de transformar as causas das mulheres em fenômeno visual acessível a todos, incentivando que homens também acessem e questionem esse contexto de discriminação. No Distrito Federal, a proposta é promover o diálogo entre as desigualdades do espaço urbano e as desigualdades na representatividade das mulheres na política nacional.

“Representando mais da metade do eleitorado (52,5% – Fonte: Datafolha), as mulheres são as primeiras a sentir os aspectos da crise política e econômica que se alastra pelo Brasil justamente porque são as maiores usuárias dos serviços públicos”, define Flávia Rosa Borges, integrante do coletivo de mulheres pernambucanas. “No últimos anos, nós mulheres fomos um dos grupos sociais mais afetados por decisões do Governo como o rebaixamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que perdeu o status de Ministério. Refletir sobre essas condições e entender nossas demandas é fundamental para pensarmos a transformações que queremos para as nossas cidades e o País”, completa.

Com a participação do coletivo de mulheres da Casa Frida – espaço de acolhimento de mulheres em situação de violência e ponto de diversidade e compartilhamento da cultura feminista – e o Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA, organização não-governamental, sem fins lucrativos, que trabalha pela cidadania das mulheres e pela igualdade, a Roda de Conversa será um momento inicial de reflexão sobre o tema, de apresentação do coletivo na cidade e de debate sobre a realidade que as mulheres do Distrito Federal vivenciam. “A Roda é também um espaço para conversarmos com uma diversidade ainda maior de mulheres, principalmente aquelas que não têm disponibilidade de participar nos demais dias de oficina”, acredita Cecília da Fonte, integrante do coletivo. “Apesar de o nosso foco de público ser sempre as mulheres, a roda de conversa é aberta a todas as pessoas interessadas em dialogar”, completa.

A ação faz parte da oficina gratuita que acontece também no sábado (22) e  domingo (23), ambos na Casa Frida.  A ideia é realizar oficinas em cada região do país e o Distrito Federal será a representação da região Centro-oeste. O projeto já foi a três cidades brasileiras – Vitória (ES), Curitiba (PR) e João Pessoa (PB) – onde o Deixa ela em paz criou intervenções juntamente com as participantes de cada local, abordando os temas que elas consideravam mais relevantes na sua vivência como mulheres na cidade. As inscrições para a oficina já estão encerradas.

Traçar estratégias de enfrentamento de diversos contextos de violência faz parte do cotidiano da maioria das mulheres desde muito jovens e o resultado disso é uma experiência completamente específica em relação às cidades. A ocupação da rua é uma das principais formas de luta pela equidade de gênero e garantir às mulheres condições de mobilidade e vivência dos espaços públicos com segurança, respeito e autonomia é uma forma de transformar essa realidade. “A cidade é também um espaço de atuação política e o planejamento urbano insensível à presença feminina é um obstáculo permanente à liberdade das mulheres. Precisamos considerar isso quando decidirmos nosso projeto de país”, afirma Milena Times, integrante do Deixa Ela Em Paz.

O projeto foi financiado coletivamente com a ajuda de mais de 520 pessoas e fez parte do canal Mulheres de Impacto, uma alternativa para incentivar projetos de liderança feminina, possibilitada por uma parceria entre o site de financiamento coletivo Benfeitoria, a ONG Think Olga e a ONU Mulheres.

No primeiro momento, a proposta é dialogar com as moradoras da cidade e mapear necessidades e contextos. A partir disso será elaborada, conjuntamente, uma intervenção que aborde as questões mais sensíveis a elas. “Realizar ações de intervenção urbana proporciona, além do contato com outras mulheres e com as questões feministas, a dimensão simbólica da reapropriação do espaço urbano como algo que também é nosso por direito”, comenta Manuela Galindo, uma das integrantes do coletivo. O CEU vai mobilizar mulheres a refletirem sobre essa realidade e a construir intervenções artísticas que despertem a atenção para essas questões.

Deixa Ela Em Paz – Formado por mulheres pernambucanas, o coletivo feminista que atua em Recife e no Rio de Janeiro começou em 2015 com a colagem de lambe-lambes com a frase que lhe dá nome em várias cidades no Brasil. Hoje a ação também está no exterior e já usa técnicas diferentes, como stencil, stickers, carimbos, panfletos, ensaios fotográficos e vídeo. O grupo também aposta no ativismo digital e atua nas redes sociais com uma página com mais de 28 mil seguidores, além de construir espaços de diálogo também off line, com a realização de oficinas, palestras e encontros.

Casa FRIDA – uma construção horizontal, popular e feminista do fazer cultural em São Sebastião, periferia de Brasília, Distrito Federal, a casa é um ponto de cultura e de acolhimento de mulheres em situação de violência que já firma seu trabalho há 4 anos, de forma autônoma e plural. Na disputa por um imaginário mais diverso, a Casa FRIDA tem seus princípios integrados no nome, que além de fazer uma alusão à revolucionária artista mexicana Frida Kahlo, é o acróstico: Feminismo, Revolução, Igualdade, Diversidade e Amor. Como pilares de sustentação do trabalho estão o cuidado e auto-cuidado, mobilização social; produção e difusão da arte e cultura em rede com protagonismo feminino.

CFEMEA – O Centro Feminista de Estudos e Assessoria – CFEMEA é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que trabalha pela cidadania das mulheres e pela igualdade. Luta, de forma autônoma e não partidária, por uma sociedade e um Estado justos e democráticos. Alicerçado no pensamento feminista e antirracista, o CFEMEA participa ativamente do movimento nacional de mulheres, integra articulações e redes feministas internacionais, especialmente na América Latina. O feminismo, os direitos humanos, a democracia e a igualdade racial são nossos marcos políticos e teóricos. Desde 2015, está orientado à sustentabilidade do ativismo feminista.

SERVIÇO

Circuito de Enfrentamento Urbano – CEU para Mulheres

Roda de conversa “Mulheres ocupando as ruas e espaços de poder” com Deixa Ela em Paz, Casa Frida e Cfemea
Data: 21, às 19h aberto ao público em geral

22 e 23 de setembro, o dia todo – exclusivo para as selecionadas

Endereço: Casa Frida (Rua 30, Casa 121, Vila Nova, São Sebastião – DF)

 

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