Especialista explica quais fatores podem ter impulsionado a elevação considerável do óleo no Brasil
Nas prateleiras dos supermercados, os consumidores podem perceber a montanha-russa de preços de diversos alimentos. No entanto, nos últimos meses, um deles tem chamado bastante atenção: o azeite. De acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o valor do azeite cresceu cerca de 37,11% em 2023, o que elevou consideravelmente os custos para alimentação.
De acordo com a professora mestra Tcharla Bragatin, diversos fatores podem explicar o aumento do valor do óleo, desde o clima até a política. “A maior parte do azeite consumido no Brasil é importada, especialmente da Europa, que tem passado por um período de seca intensa nos últimos meses e afetado a safra, além do aumento dos custos de produção, ainda reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia”, explica.
Nos mercados, o azeite chegou a custar cerca de R$ 50 em algumas regiões do Brasil. Porém, apesar de ser durante as compras do mês que a maioria dos consumidores notam a diferença nos preços, pessoas que se alimentam fora de casa também notaram o aumento na comanda de restaurantes e lanchonetes, locais onde a utilização do azeite é essencial em diversos preparos.
A coordenadora dos cursos de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário Módulo, instituição pertencente ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, também ressalta que é necessário ter cautela nesse momento, pois as expectativas e projeções para os próximos meses não são animadoras.
“Infelizmente, ainda não há previsão de quando o preço do azeite voltará a ficar mais baixo, por dois fatores: previsão de temperaturas altas para os próximos meses na Europa e a cultura de produção do azeite, pois o tempo quente ‘fragiliza’ as olivas, o que pode refletir na qualidade e quantidade das próximas safras”, afirma a docente.
Por outro lado, a professora sugere um conselho para remediar a atual situação e economizar no mercado e nas compras. “A grande dica para os consumidores de azeite amenizarem o impacto da alta no orçamento, é a substituição por outro tipo de óleo, como o óleo de soja, óleo de milho e óleo de coco”, comenta. O preço médio para as opções dadas por Bragantin variam entre R$ 9 e R$ 20.