O poema “Tortura” publicado no livreto “Realejos” da coleção Livros de Bolso da BRIC/A/BRAC, em 1998, é a minha contribuição à construção do Memorial do antigo DOI-Codi, em São Paulo, onde milhares de brasileiros e brasileiras (e também inúmeros estrangeiros) foram torturados pelas forças policiais da Ditadura militar que governou o Brasil de 64 a 85.
Centro de terror e maus tratos aos que buscavam as liberdades políticas e culturais; foi nesta sucursal do inferno que centenas de patriotas perderam suas vidas eliminados à bala ou na tortura.
A construção deste Memorial, já autorizado pela justiça, é algo fundamental para que a memória deste tempo cinza, violento e cruel não se repita jamais.
Masmorra comandada pelo então major do exército Brilhante Ustra, torturador inqualificável.
Nos meus tempos de estudante em São Paulo também conheci este inferno na terra.
Este poema abre o meu processo (não julgado até hoje) contra o Estado Brasileiro junto à Comissão de Anistia.
É um verso curto, direto e repleto de significados para quem viveu esse tenebroso tempo ditatorial e não deseja a nenhum custo que isso volte a se repetir na nossa ainda jovem democracia.
TORTURA NUNCA MAIS!
