Essa pergunta provoca uma reflexão profunda sobre o sentido de nossa vida e o impacto que temos no mundo.
O que torna a nossa existência relevante? Será que vivemos de forma a deixar uma marca que realmente importe? Quando pensamos sobre a nossa ausência, não estamos apenas falando da saudade que aqueles próximos sentiriam, mas também sobre o valor real que adicionamos ao todo.
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche dizia que a vida só vale a pena ser vivida se houver um propósito maior que o simples sobreviver. Ele sugere que o ser humano deve buscar seu próprio significado em meio ao caos da existência.
E esse significado não vem apenas dos grandes feitos, mas das pequenas ações cotidianas que influenciam diretamente a vida das pessoas ao nosso redor.
A ausência de uma pessoa que vive com propósito é sentida, não pela grandiosidade de seus atos, mas pela profundidade do impacto que ela gerou.
Jesus Cristo nos oferece uma visão poderosa sobre isso. Em Mateus 5:13-16, Ele compara Seus seguidores à luz do mundo e ao sal da Terra. “Vocês são o sal da Terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo?”
Ele fala da importância de darmos sabor à vida, sermos agentes transformadores. Se vivermos de modo indiferente, sem “salgar” as vidas ao nosso redor, que diferença faremos se partirmos?
A Bíblia nos chama a sermos luz em meio às trevas, isto é, a trazer clareza, esperança e direção aos outros.
E esse impacto não está restrito aos círculos familiares ou de amizade. Muitas vezes, as ações que transformam o mundo começam em momentos de simplicidade e generosidade. Pense em quantas vezes alguém já fez algo pequeno, mas que mudou o seu dia. Talvez um gesto de gentileza, uma palavra encorajadora, um sorriso. São essas sementes de compaixão e amor que, quando plantadas no coração de alguém, florescem e transformam o ambiente ao redor.
Em sua famosa obra “O Banquete”, Platão nos lembra que o amor é o motor de toda virtude. Ele vê o amor como aquilo que nos move a criar, a ser melhores, e a dar o melhor de nós aos outros. O que deixamos no mundo, e o que fará nossa falta, é esse rastro de amor que plantamos nas relações, nas nossas escolhas, nas ações que visam melhorar o coletivo.
Sem amor, nossa ausência não seria nada mais que um vazio, enquanto com ele, seríamos lembrados pela forma como tocamos vidas.
Uma abordagem interessante do sociólogo francês Émile Durkheim também reforça essa ideia de relevância pessoal. Para Durkheim, a coesão social depende do sentido de pertencimento e da função que cada indivíduo exerce na sociedade.
Em outras palavras, cada um de nós tem um papel, seja na família, no trabalho, na comunidade. Nossa ausência gera desequilíbrios, porque ocupamos um espaço que mais ninguém pode preencher da mesma maneira.
No seu livro “O Suicídio”, ele argumenta que a desconexão com a sociedade leva ao vazio existencial e, por consequência, à perda do sentido da vida. Ou seja, quanto mais conectados e ativos somos no tecido social, mais nossa falta será sentida.
Então, que tipo de falta você faria? A resposta está na maneira como você escolhe viver diariamente. Se você ama, inspira, apoia, transforma – com certeza sua ausência será notada.
Serão suas atitudes, mais do que suas palavras, que deixarão um eco no coração daqueles que ficam. Afinal, como disse o poeta inglês John Donne:
“Nenhum homem é uma ilha”. Todos estamos interconectados, e cada um de nós tem o poder de fazer a diferença, mesmo que apenas em um pequeno círculo.
Se a pergunta “Que falta faria?” provoca angústia ou incerteza, talvez seja o momento de reavaliar como estamos vivendo. Que tipo de legado queremos deixar? A vida é uma oportunidade única de deixar um rastro positivo e de preencher o mundo com mais amor, mais propósito e mais luz.