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sábado, maio 31, 2025

Síndrome do Fim do Ano: como o período de festas pode afetar a saúde do coração

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Síndrome do Fim do Ano: como o período de festas pode afetar a saúde do coração

Estudos apontam que no fim do ano os casos de ansiedade e depressão aumentam

Você já ouviu falar em “Síndrome do Fim do Ano” ou “dezembrite”? Assim é conhecido o fenômeno relacionado ao aumento dos casos relacionados à ansiedade e depressão no período que compreende o fim de novembro até o último dia de dezembro. Enquanto a época de festas deixa uma parte da população mais feliz e cheia de esperanças para o início de um novo ciclo, outra parte é tomada por sentimentos como ansiedade, tristeza e melancolia. Segundo uma pesquisa da International Stress Management Association, o estresse individual aumenta 75% e atinge 80% da população nesse período.

A “síndrome” pode afetar não só o emocional, mas também o fisiológico. De acordo com o cardiologista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Dr. Henrique Maia, o responsável por isso é o hormônio que estes sentimentos liberam no organismo. “Estados emocionais como esses liberam cortisol no sangue. Níveis elevados deste hormônio causam aumento da frequência cardíaca e do nível de açúcar no sangue, diminuição da produção de insulina e constrição dos vasos sanguíneos. Isso pode trazer problemas como diabetes, hipertensão, infarto e derrames”, explica.

Dra. Carla Septimio, arritmologista e eletrofisiologista do ICTCor,  reforça ainda que não basta só cuidar do corpo, é importante também cuidar da mente. A dica serve para quem é fisiologicamente saudável e, principalmente, para quem já tem alguma doença cardíaca. “Os pacientes reagem às doenças cardíacas de formas diferentes. É comum que apareçam mecanismos de defesa como negação, deslocamento ou agressividade. O acompanhamento psicológico é de grande ajuda, tanto no processo de aceitação do problema de saúde, tanto na melhora da adesão ao tratamento, que nem sempre é simples”, relata Dra. Carla

Por que isso acontece?

Para a psicóloga do corpo clínico do ICTCor, Marianna Cruz, a explicação para algumas pessoas terem reações tão negativas em um período que, para a maioria, traz sentimentos alegres e esperançosos, se dá pelo simbolismo de fechamento de ciclo, que traz reflexões do desempenho e aproveitamento que cada pessoa fez do seu tempo e de sua satisfação em seus relacionamentos interpessoais. “Se a pessoa não viveu dentro de seu propósito de realizações, é comum que ela entre em um ciclo de autocobrança intensa. A autocobrança gera insatisfação, o que provoca gasto de energia, prejudicando assim, a autoconfiança e autoestima das pessoas. Esse processo costuma acontecer também em vésperas de aniversário”, relata.

Como evitar?

Uma vez que é inevitável passar por esta época do ano, Marianna recomenda o desenvolvimento de uma postura mais respeitosa e compreensiva consigo mesmo. “É importante entender que a autocobrança não é uma qualidade. Pelo gasto de energia emocional, ela prejudica que façamos mudanças e reconheçamos o que temos de bom, nossas conquistas”, garante a psicóloga, que compara a prática da autocobrança com andar em um carro com o freio de mão puxado.

Ainda segundo a especialista, o primeiro passo para isso é ser grato e cultivar o hábito de destacar as qualidades e os aspectos positivos em si mesmo e nos acontecimentos da vida. “A gratidão é uma das forças fundamentais para o fortalecimento da saúde emocional do ser humano. O hábito de agradecer traz bem-estar, aumenta a autoestima e, consequentemente, traz forças para gerar mudanças. Respeite suas limitações, se valorize e agradeça as pequenas conquistas”, indica.

Para finalizar, Marianna ressalta a importância de procurar um profissional. “Caso a pessoa não consiga colocar isso em prática sozinha, a psicoterapia é extremamente indicada”, garante, reafirmando que o acompanhamento psicológico é essencial, principalmente para os cardiopatas. “Passar por momentos emocionalmente difíceis pode agravar bastante quadros de doenças cardíacas, mesmo naqueles pacientes que mantenham hábitos saudáveis. É preciso ter um equilíbrio entre mente e corpo, com acompanhamento cardiológico e psicológico”, recomenda.

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