Viagem cultural
Empresas têm se especializado em levar as crianças para viajarem com um diferente tipo de estudo: o cultural
É normal que jovens sonhem com mudanças e que a necessidade de sair da rotina sempre sobrevoe seus pensamentos. Uma ótima oportunidade de realizar esse sonho é fazendo um intercâmbio que pode ir muito além da atividade de estudar. O intercâmbio por definição é a troca mútua de relações entre estudantes de dois locais diferentes, que tenha por finalidade o aperfeiçoamento educacional ou profissional dos estudantes.
Mais que estudar em outro país, o intercâmbio é uma oportunidade de promover trocas e aprendizados culturais, aprender sobre um “novo mundo” e exercitar uma língua nova em muitos casos, desejos comuns entre jovens bem como a vontade de ter novas experiências para contar e compor um bom currículo. Por isso é comum que muitas empresas e organizações venham com diferentes propostas que promovam a oportunidade de conhecer o mundo e estudar com qualidade.
A organização Children’s International Summer Villages (CISV), que pode ser traduzido como “Aldeias de verão internacionais para crianças”, é um exemplo de empresa que investe no intercâmbio estudantil. O CISV funciona desde 1951, é independente e não possui fins lucrativos, e, além de não possuir vínculos políticos, age de forma voluntária e soma atuação em mais de 70 países associados.
A estrutura contempla 229 unidades locais, que são chamadas de “chapters” (capítulos em inglês). O primeiro “Village” aconteceu no ano de 1951. Até 2013, já havia realizado mais de 6.750 programas para mais de 257 mil participantes.
Histórico
O Cisv é uma organização internacional criada por uma psicóloga no ano de 1951, pós-guerra. O objetivo dela era encontrar uma maneira de amenizar a inimizade que havia se instalado entre os povos e descobriu que poderia começar esse projeto a partir das crianças e de famílias que estivessem propensas a essa paz mundial. Ela idealizou um acampamento para crianças de 11 anos que ficavam instaladas por 28 dias. Na época existiam apenas doze países participantes, cada um montou uma delegação composta por um líder maior de 21 anos, dois meninos e duas meninas de 11 anos, que cuidavam e ajudavam nas atividades.
Agora, o Cisv é global. Em todos os países do mundo existe um acampamento “cisviano”. As atividades são todas voltadas para o ensinamento da autonomia, liderança e sobretudo o respeito pelas diferentes culturas.
Objetivos
O Cisv tem o objetivo de promover a educação para a paz e amizade intercultural – troca de experiências e relações de culturas distintas –, além de inspirar ações para um mundo pacífico, com cooperatividade e compreensão de todos.
“Nós somos uma comunidade global de voluntários dedicados que cria oportunidades para todas as idades experimentarem a força e a riqueza da diversidade cultural através de nossos programas educacionais”, ressalta Julliana Vasconcelos Arantes de Lima, diretora operacional do CISV.
O método utilizado se baseia no princípio do “aprender fazendo” ou “learning by doing”, ou seja o aprendizado é feito na prática. São oferecidos uma gama de programas internacionais, intercâmbio familiar e programas locais comunitários para adolescentes poderem escolher qual mais lhe agrada.
“O elemento que sustenta nossos programas é a amizade, alinhada com nossa crença fundamental de que a paz é possível, através da amizade e compreensão mútua” aponta Julliana.
Até 2030, o CISV espera ser conhecido por, criar experiências educacionais que impactem pelo menos duas vezes mais do que atualmente. Algo em torno de 500 mil participantes. Eles querem liderar, agir e inspirar mudanças pelas mais diversas comunidades, para ajudar a construir um mundo mais justo e pacífico.
Pais
Já pensou na possibilidade de seu/sua filho/a fazer intercâmbio? Beth, mãe de Enzo, pensou e realizou. Depois da experiência Beth relata que o filho dela também é filho da CISV, uma criação que representa o amor da instituição por todas as crianças do mundo. “Eu vou dizer mais. Nem cheguei a sentir saudades do meu filho, porque a minha alegria por vê-lo cada vez mais alto e altivo era tão grande, e a minha gratidão por ter acreditado na CISV e embarcado nos seus sonhos era tão gigantesca, que não sobrava nenhum, mas absolutamente nenhum espaço para egoísmo”, contou Beth.
A mãe ainda disse que após a experiência, “nasceu um novo Enzo”, uma criança gestada por 30 dias em um novo mundo, com novas experiências, e o descreve como “Um ser aberto para o mundo, digno, maduro, confiante e certamente muito grato”, e completa “O passaporte com o qual o Enzo passará pela alfândega não é brasileiro nem italiano. O passaporte que ele traz na bagagem é o passaporte para ser feliz”.
Viajar sozinho pode assustar muitas crianças e os seus pais, mas isso não quer dizer que seja uma ideia ruim. Além da CISV, muitas empresas fazem um trabalho parecido ou no mesmo campo. A decisão é sempre pessoal, vai de cada um. Entretanto, as oportunidades estão disponíveis para todo e qualquer um que tenha vontade e coragem de embarcar nessa aventura.
Serviço
Convivência Internacional de Jovens – CISV Brasil
https://www.cisv.org.br