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sábado, julho 12, 2025

A areia do relógio

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O som do ponteiro ecoava como uma batida distante, constante, quase imperceptível. Era o som do tempo, invisível e insensível, que avançava sem olhar para trás. Muitos não o notavam até ser tarde demais, ocupados em seguir roteiros que não eram seus, como atores presos em uma peça escrita por mãos alheias.
Nesta realidade, vivia-se uma dança cinza e repetitiva, onde os dias eram consumidos pelo desejo de agradar, de se encaixar em moldes erguidos por vozes que não vinham do coração. O brilho dos próprios sonhos era abafado por um manto de expectativas externas, e o tempo, este cruel, escorria pelas mãos como areia fina. A sensação de vazio crescia, mas ninguém ousava olhar diretamente para ela.

Mas e se fosse diferente?

Imagine um mundo onde cada alma decide ser o maestro de sua própria melodia. Onde o relógio não é um carrasco, mas um lembrete gentil de que cada momento é uma chance de desenhar um traço único no quadro da existência. Ali, ninguém mais caminha pelas trilhas que outros traçaram. Em vez disso, cada passo é guiado pelo pulsar de um desejo genuíno, uma paixão autêntica. As vozes que antes sufocavam tornam-se ecos distantes, incapazes de desviar o viajante de sua jornada pessoal.

O contraste era tão vívido quanto uma tempestade e um céu ensolarado. Na realidade atual, o conformismo corrói como ferrugem, deixando para trás uma trilha de arrependimentos silenciosos. Mas, na visão inspiradora, o tempo não é desperdiçado; é aproveitado com intensidade, cada momento impregnado de propósito. Cada escolha feita não é um eco, mas uma declaração.

E então surge o clímax: o instante de despertar.
A transformação começa com uma única pergunta: “De quem é essa vida que estou vivendo?” A resposta, dolorosa e libertadora, quebra as correntes invisíveis. O primeiro passo é dado. Talvez seja simples, como aprender a dizer “não” a algo que não ressoa com a alma. Ou talvez seja drástico, como abandonar uma estrada que não leva a lugar nenhum.

O coração, antes subjugado, encontra sua voz. Ele grita, sussurra e guia. E, no momento em que o viajante escolhe viver de acordo com sua essência, o tempo parece mudar de ritmo. Não que ele desacelere; mas cada segundo ganha peso, significado.

Na nova realidade, as pessoas não apenas existem — elas vivem. Cada escolha é um reflexo de seus sonhos, cada passo uma celebração de sua singularidade. O tempo, outrora um vilão, transforma-se em um aliado. Ele não mais se esvai em silêncios de arrependimento, mas floresce em ações significativas.

No final, o relógio continua a bater. Mas, agora, o som não é um lembrete daquilo que se perde, mas daquilo que se ganha ao viver a própria verdade. Pois, como uma vez disse um sábio: “Você só tem uma chance de viver; não desperdice sendo uma cópia.”

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