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sexta-feira, maio 9, 2025
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No coração do Jardim Botânico, Cristina Roberto oferece uma gastronomia inovadora

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Por: Mariana Vieira

“Cura é o restaurante que eu sempre quis ter”, revela chef e restaurateur 

Em sua origem e etimologia, o tipo de estabelecimento que hoje conhecemos como restaurante era um local onde as pessoas podiam se alimentar para se restabelecer de um dia de trabalho ou de uma longa jornada, estando ligado ao verbo restaurar. 

Essa associação não passa despercebida no Cura – Cozinha Orgânica, a casa mais recente e inovadora de Cristina Roberto, nome indissociável da cena gastronômica de Brasília. A biografia da mineira de Abaeté é daquelas que, como se diz, daria um filme. Ou, nesse caso, um bom caldo.

Cristina, que veio para a capital junto com a família para a irmã fazer medicina na Universidade de Brasília (UnB), saiu daqui para São Paulo em busca do sonho de ser atriz.
Ao se ver grávida de gêmeas, resolveu voltar para Brasília e passou a vender comida para se manter; pães integrais e outros quitutes que ela aprendeu a fazer na casa onde cresceu ao lado de 10 irmãos. “Todo mundo lá em casa sabe cozinhar, cresci fazendo pamonha, quitandas e o que mais fosse necessário para alimentar a família. O que eu sabia fazer era comida”. 

Ela recorda que, na época, no início dos anos 1980, começavam a pipocar na cidade casas de comida natural, com produtos integrais e receitas macrobióticas. Depois de trabalhar em alguns restaurantes com essa pegada, ela passou a cozinhar na W3, na chamada Pensão da Dona Laura. “O pessoal vinha para almoçar ou pegar marmitas, e eu fazia pães, iogurte e outros produtos naturais”, conta.

Logo Cristina Roberto percebeu que levava jeito para os negócios. Em 1984, ela decide abrir a própria casa. Nascia ali o emblemático Bom Demais, que agitou a 706 Norte e se tornou a principal referência cultural da cidade, nos anos 1980.

O Bom Demais reunia poetas, jornalistas, artistas, intelectuais e toda a juventude brasiliense inspirada pelos ventos de liberdade que sopravam sobre a capital da República logo depois do fim da ditadura militar. Naquelas noites incríveis, brilharam grandes nomes do rock nacional, como Cássia Eller, Renato Russo, Hamilton de Holanda e Zélia Duncan, entre muitos outros artistas hoje nacionalmente consagrados. 

0 Bom Demais fez história e foi se transformando ao longo do tempo. Nos anos 1990 já havia se convertido em um sofisticado e competente buffet, que garantia o sucesso de grandes festas e dos principais eventos públicos e privados na cidade. Nessa altura, o nome Cristina Roberto já era reconhecido como uma grife da gastronomia brasiliense.

Inquieta e dona de um senso de oportunidade inigualável, Cristina nunca parou de criar e inovar. Enquanto tocava o Buffet, assumiu o desafio de tocar o bistrô Bom Demais dentro Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Foram muitos anos servindo pratos deliciosos e criativos para os frequentadores de mais um ambiente cultural da cidade. Dali para a Estação Ecológica Jardim Botânico foi um pulo.

Mais uma vez, Cristina Roberto inovou e criou para os visitantes do parque um lugar que une alimentação, convivência e contemplação. O Jardim Bom Demais é o mais movimentado e animado piquenique da cidade, com suas mesas no chão, cobertas com toalhas xadrez de vermelho e branco, espalhadas à sombra de grandes árvores.

Até aqui já seria uma grande história de sucesso, mas estamos falando de uma mulher movida a desafios e antenada nas necessidades de seu tempo.

Depois de enfrentar a pandemia e de superar um câncer, Cristina percebeu que era o momento de dar um sentido ainda maior àquilo que vinha fazendo há décadas. Com todo o conhecimento acumulado, decidiu criar o mais ousado projeto de sua vida: oferecer ao público brasiliense uma comida restaurativa, capaz de agradar o paladar, mas principalmente comprometida com a saúde das pessoas.

Comida que cura 
Também localizado dentro da Estação Ecológica Jardim Botânico de Brasília, há pouco mais de dois anos, Cristina Roberto plantou um sonho, o Cura Cozinha Orgânica.

A casa, rodeada pela vegetação do Cerrado e construída em taipa e adobe, técnicas ancestrais que destacam as cores da terra vermelha, investe numa gastronomia absolutamente genuína e cheia de compromissos com a saúde. “Você não verá nada igual no mercado. A comida do Cura busca o equilíbrio, a boa digestão e a nutrição completa do corpo”, diz Cristina, que faz questão de buscar os melhores ingredientes para compor o cardápio que muda diariamente.

O Cura busca o alimento natural, sem venenos, sem aditivos e sem processamento. Verduras, legumes, cereais integrais e proteínas de boa qualidade são a base dos pratos. Tudo fresco, tudo produzido no dia de servir.

A quem chega é oferecido um menu degustação em quatro etapas: sopa, salada, prato principal e uma pequena sobremesa com chá de ervas. O que varia é a proteína à escolha do cliente: proteína vegetal, frango orgânico korin ou pirarucu de manejo diretamente da região amazônica.

Com influências da culinária ayurveda indiana, chinesa, macrobiótica, africana e mineira o Cura é resultado de décadas de pesquisa e da convicção que Cristina demonstra ao repetir o mantra: “que a comida seja seu remédio e que seu remédio seja a comida”. É também um projeto educativo, já que o Cura tem a pretensão de incentivar os clientes a adotarem hábitos mais saudáveis na alimentação do dia a dia. “Nós mostramos que a comida saudável é fácil de fazer e pode ser deliciosa”, explica Cristina.

Para que ainda não conhece, o cardápio, que muda diariamente, servido em quatro etapas tem preço variando conforme a proteína escolhida: vegano/vegetariano (R$ 80), frango (R$88) ou peixe (R$ 99). 

Na carta de vinhos, apenas rótulos orgânicos da vinícola chilena Emiliana, que podem ser pedidos em taça (R$ 35) ou na garrafa (R$140).  Café, apenas se o cliente pedir, uma vez que a refeição — um banquete que nutre e acolhe — termina com um chá. “Eu desejo que meus clientes, além de comerem bem, tenham uma ótima experiência e se uma boa digestão ”, assegura Cristina.

Serviço 

Cura – Cozinha Orgânica 

Quarta à sexta das 12h às 16h. 

Sábado e domingo das 12h às 17h. 

Jardim Botânico de Brasília. 

Contato: 61 99256 4525 

perfil: @curacozinhaorganica 

Mercado de trabalho: quais são as profissões em que mulheres superam os homens nos salários?

Mesmo com a média salarial feminina inferior no Brasil, algumas ocupações registram remuneração maior para mulheres do que para homens

A desigualdade salarial entre homens e mulheres permanece um desafio no Brasil. Segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial do Ministério do Trabalho, divulgado em 2024, as mulheres recebem, em média, 20,7% a menos do que os homens no setor privado, considerando empresas com mais de 100 funcionários. Mesmo com maior escolaridade, em média, o cenário ainda reflete disparidades estruturais históricas e sociais.

Contudo, em meio ao desequilíbrio, existem exceções. Algumas profissões apresentam remuneração média superior para mulheres, indicando áreas onde elas têm conquistado maior protagonismo, seja por maior qualificação, presença consolidada ou habilidades valorizadas em contextos específicos.

As áreas onde elas lideram

Um levantamento feito pelo Glassdoor indicou que, nos Estados Unidos, em ao menos 11 ocupações, mulheres têm salários superiores aos dos homens. No topo dessa lista, está a profissão de assistente social, com remuneração feminina 7,8% maior, seguida por promotora de vendas/negociadora (7,6%), pesquisadora assistente (6,6%), especialista em compras (5,5%) e consultora médica (2,4%).

Outros exemplos incluem profissional de comunicação (2,2%) e mídias sociais (1,9%), profissional de aconselhamento e educação para a saúde (0,9%), profissional de supply chain (0,8%), coordenadora de negócios (0,5%) e terapeuta (0,5%). Esses dados sugerem que, além do conhecimento técnico, características como atenção ao detalhe, empatia e criatividade têm sido diferenciais relevantes.

Fatores que explicam a inversão

O predomínio feminino em determinadas áreas ajuda a explicar a vantagem salarial em algumas dessas profissões. Quanto maior a presença feminina, maior a chance de ascensão e valorização profissional. Além disso, em setores tradicionalmente menos masculinos, a competição desigual tende a ser menor, o que favorece maior equilíbrio – ou até inversão – nas faixas salariais.

Outro ponto importante está na formação e qualificação. Em muitas dessas carreiras, as mulheres buscam especializações e certificações com mais frequência, o que pode impulsionar a renda média.

Planejamento profissional e novas possibilidades

Entender as tendências do mercado de trabalho é essencial para quem deseja construir uma trajetória sólida e bem remunerada. Para isso, há ferramentas que podem ajudar a explorar afinidades e vocações. 

Entre as opções disponíveis, fazer um teste vocacional grátispode ser um primeiro passo para identificar áreas de interesse alinhadas a profissões em crescimento, inclusive aquelas em que as mulheres têm se destacado em remuneração. 

Apesar de ainda serem minoria entre os cargos mais altos e bem pagos da economia, as mulheres demonstram que, em determinadas áreas, é possível superar desigualdades históricas. A identificação dessas oportunidades pode servir de base para políticas públicas e ações empresariais que impulsionem a equidade no mercado de trabalho.

THOMAS EDUCA DA Y

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Nos dias 9 e 10 de junho de 2025, a Casa Thomas Jefferson, em Brasília (DF), será o centro das discussões sobre gestão, inovação, ensino bilíngue e tendências para a educação. O Thomas Educa Day, promovido pelo Thomas Bilíngue for Schools, é um evento exclusivo e imperdível para gestores, diretores, coordenadores pedagógicos e líderes educacionais comprometidos com a excelência e inovação. Sob o tema “Educação Bilíngue e Gestão Escolar: Construindo o Agora, Preparando o Amanhã”, o evento reunirá especialistas renomados que apresentarão soluções práticas, estratégias eficientes e metodologias inovadoras, projetadas para transformar a experiência educacional dos estudantes e potencializar resultados institucionais.

O que esperar deste evento transformador:

Palestras inspiradoras: Especialistas conceituados abordarão tópicos cruciais como liderança educacional, engajamento estudantil, letramento bilíngue e as mais recentes tendências tecnológicas para o ensino.

Workshops práticos: Experimente atividades “mão na massa” que demonstram, na prática, como aplicar metodologias inovadoras e modelos de gestão eficazes em sua instituição.

Networking valioso: Momentos especiais de interação para troca de experiências e insights com gestores e educadores de todo o Brasil, fortalecendo conexões estratégicas.

Veja os palestrantes confirmados:

Léo Chaves: A Arte de se Reinventar

Carol Sanches: Geração Alpha e Beta – Quais são os novos desafios da educação?

Vicente Vieira : A Crise da Atenção – Estar na escola não significa engajamento

Clarissa Bezerra: Liderança Tecelã – Cuidadores do Tecido Social

Teresa Aranda: Letramento e equidade na avaliação – desafios e potencialidades na Educação Bilíngue

Catarina Pontes: Conectando mundos – Educação bilíngue para a formação de cidadãos do presente

Alex Romero: Entre o conteúdo e a inovação – o poder do livro didático e do professor preparado

André Hedlund: “Aprenda em 6 Meses” e Outras Falácias – A Verdade sobre o Aprendizado de Inglês

🗓 FAÇA A SUA INSCRIÇÃO PARA PARTICIPAR ON-LINE:

Data: 9 e 10 de junho de 2025

Horário: 9h às 18h

Conheça os nossos patrocinadores:

EAI Educa

Geppetto

KEDU

LIB

NatGeo Learning

Vortex

Inscrições para acesso à transmissão ao vivo e gratuita:

https:/ /www.eventbrite.com.br/ e/thomas-educa-day-tickets-1289819678379

Organização: Casa Thomas Jefferson / Thomas Bilíngue for Schools

Instagram: @thomasbilingueforschools

Site: www.thomasbilingueforschools.com

Contato: (61) 3442 553

A SUCESSÃO DOS CAVALIERI

Em seu quarto livro, a jornalista e escritora Andreia Salles traz recortes da Veneza do século XVII como pano de fundo para a saga romântica “A Gôndola Vermelha”

“Finalmente, a cabeça de Don Pedro pendeu e sua mão soltou meu pescoço. Empurrei seu corpo ensanguentado para o chão. Ele caiu de costas e ali ficou estatelado, com as calças abertas, expondo suas partes íntimas. Passei por cima do Vice-Rei e alcancei a passagem secreta. Enquanto tentava chegar à porta de saída, ouvi os sinos tocarem, chamando todos os conselheiros para dentro do Palácio dos Doges”.

O enredo de “A Sucessão dos Cavalieri” leva o leitor aos palácios de Veneza da virada do século XVII, para viver os relacionamentos e as intrigas das ricas famílias da aristocracia veneziana. O texto do livro harmoniza uma pesquisa cuidadosa sobre cenários e hábitos da Sereníssima República de Veneza, sinônimo de poder e soberba da Era do Renascimento.

“A Sucessão dos Cavalieri” é o volume 4 da saga “A Gôndola Vermelha”, romance de estreia da jornalista Andreia Salles, e conta com todos os elementos das histórias trágicas de época: personagens fortes, drama, tensão e muita paixão. Com uma linguagem coloquial, suas páginas transportam o leitor para outro momento da história e permitem que ele se identifique com os personagens.

O primeiro livro, que deu origem a série, foi lançado em julho de 2020, A Gôndola Vermelha, e o segundo, A Herança de Lucca, em março de 2021. O volume 3, “A Corte de Nápoles, veio à público em novembro de 2022. Agora chegou a vez do lançamento do quarto livro da saga, “A Sucessão dos Cavalieri”.

Os bailes de máscara do Carnaval veneziano são o ponto alto dos livros e ganham novos elementos no imaginário do leitor. Repleto de trechos picantes detalhando os momentos íntimos dos personagens, é impossível não se envolver na história, ainda que nenhum deles tenha medido as consequências de uma conquista de baile de máscaras.

SUCESSÃO DOS CAVALIERI

Data: 7 de maio de 2025

Disponível: www.agondolavermelha.com.br, Amazon e clubedeautores.com.br

Autor: Andreia Salles

Páginas: 238

Site: www.agondolavermelha.com.br

Instagram: https://instagram.com/agondolavermelha

Facebook: https://facebook.com/agondolavermelha

SINOPSE

Veneza, 1618. Quando tudo parecia se encaminhar para uma navegação em águas calmas, a vida da Família Cavalieri vira de ponta cabeça quando uma sombra do passado, o Vice-Rei de Nápoles, aparece na Sereníssima República de Veneza fazendo valer todo seu poder, e cobrando a conta de um amor não correspondido.

SOBRE A AUTORA

Andreia Salles é uma apaixonada por Veneza. Em paralelo às atividades como profissional de comunicação corporativa, ela estuda a vida e a sociedade dos tempos da Sereníssima República de Veneza (697-1797), quando os Doges comandavam a política e a economia da região. Apontada como um dos 350 profissionais de PublicRelations mais influentes do mundo, pelo PRWeek Global Power Book, a jornalista e empresária coleciona viagens pela cidade e escreve agora “A Sucessão dos Cavalieri”, volume 4 da saga “A Gôndola Vermelha”, se baseando em tudo que leu, viu, ouviu e sentiu em Veneza.

Mais informações:

Tel: +55 61 99231-1669 (WhatsApp)

agondolavermelha@gmail.com

AFINAL, DINHEIRO TRAZ FELICIDADE?

Não. E sim. A resposta conflitante dessa pergunta envolve economia, psicologia e até a nossa visão de mundo. O dinheiro, por si só, não compra felicidade, mas a falta dele pode causar sofrimento. É impossível ignorar que uma vida sem preocupações financeiras proporciona segurança, conforto e liberdade para fazer escolhas. No entanto, estudos mostram que, depois de um certo nível de renda, o impacto do dinheiro na felicidade começa a diminuir.
Daniel Kahneman, psicólogo vencedor do Prêmio Nobel de Economia, conduziu uma pesquisa reveladora sobre o tema. Segundo seu estudo, publicado em 2010, a felicidade emocional aumenta com a renda, mas apenas até um certo ponto – aproximadamente 75 mil dólares anuais nos Estados Unidos (valor ajustado com a inflação). Após esse patamar, ganhar mais dinheiro não impacta significativamente o bem-estar diário. O motivo? Quando as necessidades básicas são atendidas – alimentação, moradia, saúde e um pouco de lazer – o excesso de dinheiro não altera a qualidade das emoções cotidianas.

Isso explica por que milionários nem sempre são mais felizes do que pessoas de classe média. O sociólogo Richard Easterlin já havia apontado esse fenômeno em sua famosa “Paradoxo da Felicidade”: países mais ricos, apesar de terem melhor qualidade de vida, não necessariamente possuem habitantes mais felizes. A razão disso está na adaptação hedônica – a capacidade humana de se acostumar rapidamente a novos padrões de vida. A princípio, um carro de luxo ou uma casa enorme podem trazer alegria, mas, com o tempo, tornam-se normais, e a busca por mais nunca acaba.
Além disso, dinheiro pode gerar problemas inesperados. Pessoas que herdam fortunas ou ganham na loteria frequentemente enfrentam depressão e ansiedade. O caso de Jack Whittaker, vencedor de 315 milhões de dólares na loteria americana, ilustra bem isso. Após a vitória, sua vida se tornou um caos, com problemas familiares, perda de amigos e até crimes envolvendo sua fortuna. Isso prova que dinheiro, sem um propósito ou equilíbrio emocional, pode ser uma armadilha.

Mas, então, qual é o segredo? A resposta parece estar no modo como usamos o dinheiro. O psicólogo Michael Norton, de Harvard, descobriu que gastar dinheiro com experiências e com outras pessoas aumenta a felicidade mais do que gastá-lo apenas consigo mesmo. Viagens, jantares com amigos e até doações para causas importantes geram um bem-estar mais duradouro do que a compra de bens materiais.

Isso não significa que o dinheiro seja irrelevante – longe disso. Ele é um facilitador, mas não um fim em si mesmo. A verdadeira felicidade está na forma como lidamos com ele. Se usado para proporcionar tempo de qualidade, segurança e propósito, o dinheiro pode, sim, contribuir para uma vida mais feliz. Mas se for apenas uma obsessão, pode levar a um ciclo infinito de insatisfação. Como dizia Epicuro, filósofo grego: “Nada é suficiente para quem considera pouco o suficiente.”

INTUIÇÃO REALMENTE FUNCIONA?

Você sentiu aquele pressentimento estranho sobre algo e, pouco tempo depois, percebeu que estava certo? Ou talvez tenha ignorado aquela voz interna e se arrependeu depois? A intuição parece mágica, mas será que ela realmente funciona, ou é apenas uma ilusão da nossa mente?
A ciência mostra que a intuição não é um simples “sexto sentido”, mas sim um processamento rápido de informações baseado em experiências passadas. O psicólogo Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, descreve isso em seu livro Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar. Ele explica que o cérebro opera em dois sistemas: um rápido e intuitivo, e outro mais lento e racional. A intuição surge desse sistema rápido, que reconhece padrões automaticamente, sem que precisemos pensar conscientemente sobre eles.
Um exemplo famoso de intuição eficaz vem do mundo dos bombeiros. Em um estudo citado por Gary Klein, especialista em tomada de decisão, um comandante de bombeiros percebeu algo estranho em um incêndio e ordenou que sua equipe saísse imediatamente. Segundos depois, o prédio desabou. Ele não sabia dizer exatamente o porquê de sua decisão, mas depois percebeu que, com anos de experiência, seu cérebro havia detectado que o fogo estava se comportando de forma atípica, sem que ele percebesse isso conscientemente.
Por outro lado, a intuição também pode falhar. Muitas vezes, o que chamamos de intuição é apenas um viés cognitivo ou um julgamento precipitado. Pense, por exemplo, nos preconceitos que surgem sem base real – isso também pode parecer “intuição”, mas na verdade é apenas um erro da mente. Nietzsche alertava sobre esse perigo quando dizia que “as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras”.
Então, quando devemos confiar na intuição? A resposta é: depende. Se você tem experiência em uma área específica, sua intuição provavelmente será mais confiável. Médicos experientes, investidores e atletas frequentemente tomam decisões intuitivas certeiras porque seus cérebros já processaram milhares de situações semelhantes. Mas se for um assunto novo para você, é melhor parar e analisar a situação com mais calma, em vez de confiar cegamente no primeiro sentimento que surgir.
Treinar a intuição também é possível. Meditação, atenção plena e reflexão sobre decisões passadas ajudam a afiar essa habilidade. Carl Jung dizia que “a intuição é a função psicológica que nos conecta com o desconhecido”. Ou seja, quanto mais aprendemos e experimentamos, mais essa “voz interna” se torna uma aliada poderosa.
A intuição funciona? Sim, mas não como mágica. Ela é um reflexo do nosso conhecimento acumulado e da capacidade do cérebro de processar informações rapidamente. Aprender a equilibrá-la com a razão pode ser a chave para tomar melhores decisões na vida.