Mesmo com a média salarial feminina inferior no Brasil, algumas ocupações registram remuneração maior para mulheres do que para homens
A desigualdade salarial entre homens e mulheres permanece um desafio no Brasil. Segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial do Ministério do Trabalho, divulgado em 2024, as mulheres recebem, em média, 20,7% a menos do que os homens no setor privado, considerando empresas com mais de 100 funcionários. Mesmo com maior escolaridade, em média, o cenário ainda reflete disparidades estruturais históricas e sociais.
Contudo, em meio ao desequilíbrio, existem exceções. Algumas profissões apresentam remuneração média superior para mulheres, indicando áreas onde elas têm conquistado maior protagonismo, seja por maior qualificação, presença consolidada ou habilidades valorizadas em contextos específicos.
As áreas onde elas lideram
Um levantamento feito pelo Glassdoor indicou que, nos Estados Unidos, em ao menos 11 ocupações, mulheres têm salários superiores aos dos homens. No topo dessa lista, está a profissão de assistente social, com remuneração feminina 7,8% maior, seguida por promotora de vendas/negociadora (7,6%), pesquisadora assistente (6,6%), especialista em compras (5,5%) e consultora médica (2,4%).
Outros exemplos incluem profissional de comunicação (2,2%) e mídias sociais (1,9%), profissional de aconselhamento e educação para a saúde (0,9%), profissional de supply chain (0,8%), coordenadora de negócios (0,5%) e terapeuta (0,5%). Esses dados sugerem que, além do conhecimento técnico, características como atenção ao detalhe, empatia e criatividade têm sido diferenciais relevantes.
Fatores que explicam a inversão
O predomínio feminino em determinadas áreas ajuda a explicar a vantagem salarial em algumas dessas profissões. Quanto maior a presença feminina, maior a chance de ascensão e valorização profissional. Além disso, em setores tradicionalmente menos masculinos, a competição desigual tende a ser menor, o que favorece maior equilíbrio – ou até inversão – nas faixas salariais.
Outro ponto importante está na formação e qualificação. Em muitas dessas carreiras, as mulheres buscam especializações e certificações com mais frequência, o que pode impulsionar a renda média.
Planejamento profissional e novas possibilidades
Entender as tendências do mercado de trabalho é essencial para quem deseja construir uma trajetória sólida e bem remunerada. Para isso, há ferramentas que podem ajudar a explorar afinidades e vocações.
Entre as opções disponíveis, fazer um teste vocacional grátispode ser um primeiro passo para identificar áreas de interesse alinhadas a profissões em crescimento, inclusive aquelas em que as mulheres têm se destacado em remuneração.
Apesar de ainda serem minoria entre os cargos mais altos e bem pagos da economia, as mulheres demonstram que, em determinadas áreas, é possível superar desigualdades históricas. A identificação dessas oportunidades pode servir de base para políticas públicas e ações empresariais que impulsionem a equidade no mercado de trabalho.