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quinta-feira, abril 18, 2024

Mercado do bom gosto

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Em meio à crise econômica, a arte de produzir roupas de maneira artesanal cativa um público fiel, capaz de pagar mais de R$ 8 mil por um terno. Com homens mais preocupados com a aparência, o alfaiate se tornou um consultor de estilo e modernizou a roupa customizada

Por Daniel Sabino

De vendedor a um designer de roupas renomado. Aos 42 anos, João Camargo se tornou referência em moda masculina brasileira porque une qualidade, praticidade e beleza em suas criações. Desde 2005, a Camargo Alfaiataria vem costurando uma história de sucesso por meio de uma proposta inovadora e diferenciada, que une qualidade, beleza e atendimento personalizado.

A alfaiataria nasceu de um antigo desejo de não só atender uma “tribo”, como ele assim chama, mas de ser uma roupa para todos: “Passei por três empresas grandiosas no mercado masculino que vendia luxo e há 12 anos eu abri a Camargo Alfaiataria. A minha ideia não é ter um público só, isso que me dá mais tesão! Visto muitas pessoas, desde de políticos, empresários, grandes advogados, artistas de novela, gordo, magro, novo, velho… A gente não tem um público definido, eu visto o homem brasileiro. Isso pra mim é claro”, explica.

A facilidade em desenvolver produtos de alta qualidade com gosto dos homens é resultado de talento e muita experiência. Oriundo de uma família de comerciantes, João Camargo começou a trabalhar com o pai aos 11 anos. A partir de 17 anos, ele descobriu sua paixão pela moda masculina. “Nas horas vagas de trabalho eu conversava com os alfaiates e eles me mostravam o que era um bom tecido, um bom corte, como se fazia um bom ajuste e ali fui pegando paixão pelo negócio. Sempre quis produzir roupas boas porque eu sei o quanto é importante estar bem vestido. Não é para mostrar aos outros só, mas pra si mesmo”.

O paulista sempre viu a capital federal com bons olhos e, no final de 2014, inaugurou um novo ateliê. “Brasilia sempre foi um mercado que vendeu bem, pela sua natureza. Aqui é a cidade do terno. É onde mais se usa terno e gravata no Brasil. Quando resolvi trazer meu negócio para cá, há dois anos, meu primo, que já morava aqui, acreditou no projeto e virou meu sócio”.

Localizada no Lago Sul, a alfaiataria oferece aos clientes uma coleção completa assinada por ele, com destaque para os ternos cortados sob medida com tecidos finos. Além dos ternos, o ateliê oferece um mix de produtos de alta qualidade. Para o fundador, se vestir bem vai além de roupas chiques. É preciso ter confiança. “O principal segredo é se olhar no espelho e gostar do que vê. Não adianta você assistir desfiles, o Oscar ou olhar o Instagram de pessoas famosas que se vestem bem, se você não tem. Quando uma pessoa gosta de si mesma, ela não só escolhe um bom terno como também um bom pijama, uma boa cueca e isso é o diferencial. Independentemente de você ser magro ou gordo, você tem que se curtir”.

O compromisso com a excelência na criação de roupas e coleções sofisticadas e milimetricamente impecáveis, criadas e produzidas sob medida para cada cliente, conquistaram uma seleta, fiel e admirável clientela. São advogados, empresários, políticos e servidores públicos, de várias cidades do DF.

O carro-chefe da alfaiataria são os produtos feitos sob medida, mas os semiprontos estão atraindo mais clientes e incrementando as vendas. Entre eles tem uma diferença de personalização e preço. Os ternos sob medida são vendidos a partir de R$ 8 mil e os semiprontos são comercializados a partir de R$ 3 mil. E tem gente que compra, com hora marcada.

Tudo na concepção do terno é avaliado: o biotipo, tamanho, personalidade, proporção do corpo, até o estilo da pessoa. João compara o cliente a uma obra de arte. “Eu sempre digo que o terno não pode aparecer mais que a pessoa, tem que ser uma moldura do corpo. É como uma pintura. A roupa tem que ser uma grande moldura. A gente não vende roupa, a gente orienta o cliente a comprar a melhor roupa para ele”.

O estilista conta que hoje em dia há uma liberdade masculina para se escolher roupa, especialmente, para casamentos. “Hoje em Brasilia, o mercado se abriu para uma nova modalidade, o casamento. Todo esse mercado de casamento tem sido muito bom para a empresa porque é um momento que o homem está disposto a ouvir tudo que queremos agregar na vida dele. A gente quer que a pessoa tenha uma ótima experiência, que renove a autoestima e seja feliz”, destaca.

 

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