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sexta-feira, abril 19, 2024

Paixão e doação a serviço de Brasília

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Paixão e doação a serviço de Brasília

Farmacêutico e bioquímico. Pai e avô. Pesquisador, agricultor e criador de gado. Empreendedor, empresário, voluntário… Apaixonado por Brasília, Rogério Tokarski criou uma linda família e um enorme legado para o setor de farmácias magistrais no DF e no Brasil

Por:Natasha Dal Molin

Foto: Nubia Paula

 

 

Se ser apaixonado pelo trabalho é receita de sucesso, o farmacêutico, bioquímico, produtor e empresário Rogerio Tokarski sabe de cor os ingredientes. Nascido em Santa Catarina, sua história mistura-se com a de Brasília, cidade em que educou as filhas e onde fundou, em 1976, ao lado da esposa, a farmacêutica Romelita Milagres Tokarski, a primeira farmácia magistral do Distrito Federal e uma das pioneiras no país: a Farmacotécnica, no Centro Médico de Brasília.

Mais de quatro décadas depois, a empresa é líder e referência nacional em manipulação, emprega cerca de 200 pessoas e tem como marcas registradas a qualidade, a precisão, a inovação, o cuidado com a saúde e o atendimento ao brasiliense.

Inspirando todos que convivem com ele – família, amigos e colaboradores – Tokarski, formou uma equipe dedicada, que leva a Farmacotécnica a estar sempre à frente de produtos e ações que fazem a diferença na vida dos brasileiros, como a utilização de hormônios bioidênticos de aplicação por via oral ou tópica; a criação de jujubas e pirulitos que facilitam a administração de medicamentos para Pediatria; o uso do Gel Transdérmico, um produto tópico que permite que o medicamento caia na corrente sanguínea, a linha hidratante RLMT2; a elaboração de veículos efervescentes mais saborosos e fáceis de ingerir e dos chocolates terapêuticos. “Mais que tratar os doentes da melhor forma possível, nosso maior objetivo é ajudar as pessoas a não adoecerem. Trabalhamos em busca de formulações que ajudem a prevenir as doenças e a melhorar a saúde de todos. Nada é chute. Tudo é fruto de muita pesquisa e estudo. Não podemos errar. Precisamos oferecer certeza”, diz.

Com disposição e garra, Rogério Tokarski se envolve ativamente em empreitadas que possam contribuir para a melhoria de Brasília. Foi voluntário, conselheiro, secretário, vice-presidente e conselheiro federal no Conselho de Farmácia. Atua junto ao Sindicato do Comércio, da Federação do Comércio e da Federação da Agricultura. Fundou a Associação Nacional dos Farmacêuticos de Manipulação (Anfarmag) com o objetivo de reunir e estimular pessoas a discutirem os mesmos assuntos. “Me orgulho muito de ter iniciado este movimento, que hoje soma mais de 7 mil associados. Lançamos a primeira revista do setor, em 1994, e conquistamos o respeito da indústria farmacêutica, pois conseguimos mostrar que fazemos aquilo que ela não faz: formulações personalizadas, que levam em conta aspectos como peso, medidas, sensibilidades ou intolerância; dosagens feitas de acordo com o prontuário médico, evitando desperdícios; e até manipulação de medicamentos órfãos, aqueles que não são mais produzidos”, enfatiza.

Na sua avaliação, um dos grandes avanços do setor foi o surgimento dos genéricos. “O genérico rompeu com essa coisa da marca. É o mesmo princípio ativo do de referência, assim quebrou-se o monopólio e pudemos produzir o medicamento, feito com controle e garantia. Os insumos que nós utilizamos são os mesmos utilizados pelas grandes marcas, ou seja, são confiáveis e seguem um rigoroso protocolo para sua produção”, assegura.

Sem medir esforços

Ser pioneiro em um setor é desbravar um novo caminho, encontrar problemas e buscar por soluções. Quando abriu a Farmacotécnica, Tokarski percebeu que toda a mão de obra que precisaria para manter sua empresa teria que vir de fora da capital federal, já que nos anos 70 ainda não havia curso de Farmácia na cidade.

Sem medir esforços, desenvolveu uma campanha junto ao Conselho de Farmácia, Sindicato e UnB para mostrar a necessidade de criar uma grade acadêmica específica para a formação destes novos profissionais. “Conseguimos convencer o colegiado e, em 1995, surgiu o curso de Farmácia na Universidade de Brasília. Hoje, a cidade possui 16 cursos nesta especialização. Apesar de termos tido alguns progressos, como a instituição da residência, ainda podemos melhorar muito nessa área, com a implantação de farmácias-escolas em cada faculdade. Isso tornaria o formando um profissional mais completo e preparado para o mercado de trabalho”, garante.

Com um olhar crítico, Tokarski defende o incentivo maior às pesquisas e cobra mais interesse e dedicação dos novos farmacêuticos. “É preciso conhecer os princípios ativos. Não temos novos princípios ativos há anos e as patentes dos que já existem estão perdendo o prazo de validade. Temos carência científica na área farmacêutica e a atual geração pouco produz”, avalia. Em sua opinião, a Secretaria de Saúde poderia contribuir para mudar esse cenário, caso absorvesse esses farmacêuticos não apenas para ‘pegar e entregar caixinhas’, mas os colocasse para produzir remédios, como analgésicos e xaropes, por exemplo. “Isso reduziria em muito o custo do medicamento e ao mesmo tempo aumentaria muito o capital intelectual dos farmacêuticos”, pondera o profissional.

Multi-tarefas

Em busca constante de novidades relacionadas à saúde, Rogério Tokarski celebrou uma parceria com a Universidade de Brasília que atestou os benefícios do pequi para a saúde. Após 18 anos de pesquisa conjunta, comprovou-se que o óleo extraído dessa fruta típica do cerrado ajuda a proteger o coração, prevenindo a arteriosclerose e controlando pressão arterial. Além disso, o pequi ainda possui ação anti-inflamatória e retarda o envelhecimento celular. Tudo isso porque sua polpa contém antioxidantes naturais, provenientes de um complexo de carotenoides, ômega 9, ácido palmítico, compostos fenólicos, ácido graxos e vitaminas A, B1, B2, B5 e C.

Oléo de Pequi

Uma descoberta tão importante que chegou a ser selecionada como uma das finalistas na categoria Produto Funcional mais inovador no Fi Innovation Awards, a principal premiação nacional da indústria de ingredientes e produtos alimentícios. Para estar entre os finalistas, um comitê técnico avaliou os inscritos com base na inovação, tecnologia utilizada na fabricação do produto e ingrediente, processo produtivo, impacto econômico, benefícios nutricionais e funcionais e sustentabilidade.

As mudas dos pequis são cultivadas em um viveiro na Chácara da Farmacotécnica, localizada na região de Vargem Bonita. É lá também que acontece, há quase 20 anos, o Projeto Preservar – uma iniciativa de educação ambiental que tem como principal objetivo a preservação e o cultivo de fitoterápicos.

Projeto Preservar

O programa, destinado a alunos de escolas públicas e particulares (fundamental e médio), e estudantes universitários da área de Saúde, já mobilizou milhares de pessoas em visitas guiadas à chácara – todas interessadas em aprender sobre manejo, cultivo, colheita, armazenamento e transformação das plantas medicinais.

 

“A eficácia dos fitoterápicos é aceita e preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde 1970, a OMS tem o Programa de Medicina Tradicional, que recomenda o desenvolvimento de políticas públicas para facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar como alternativa nos sistemas nacionais de saúde. Estamos contribuindo para isso”, ressalta Rogério. O projeto Preservar também é mais uma iniciativa da Farmacotécnica que está cotada para integrar o Programa Selo Social do Distrito Federal. Idealizado pelo Instituto Abaçaí, o certificado é um atestado que a empresa está empenhada em melhorar a qualidade de vida da população local.

Outras áreas

Rogério Tokarski também faz parte de um seleto grupo de criadores do gado Wagyu no Brasil, uma raça milenar do Japão valorizada por oferecer uma carne extremamente macia, suculenta e saborosa. Aqui no país, é conhecida como “kobe beef” –uma referência à cidade japonesa de Kobe, de onde o gado se origina. “É um produto diferenciado. Por causa de uma característica genética, o músculo é entremeado por camadas de gordura, rica em ômega-3 e ômega-6. Vem sendo considerada pelos grandes chefs como o ‘caviar da carne bovina’ porque quando assada fica suculenta e possui uma maciez, consistência, aroma e sabor incomparáveis. No Haras Rancho Tokarski trabalhamos com melhoramento genético. Um gado perfeito em morfologia melhora a qualidade dos rebanhos e o seu valor comercial. Já formamos a campeã nacional da raça Wagyu.”

Ex-presidente do Sindicato dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Distrito Federal, Tokarski também se orgulha de seu plantel de carneiros e dos cavalos que cria. “O Distrito Federal possui animais de alto valor genético. Nosso haras, por exemplo, produziu o terceiro melhor cavalo do Brasil da raça árabe e obtivemos boas classificações em concursos de carneiros. São produtos já consolidados no DF. O Brasil precisa de homens que produzem, e o Haras Rancho Tokarski está envolvido nesse desafio”, assegura.

Brasília, minha cidade

Formado pela Faculdade de Farmácia no Paraná, Tokarski veio para a capital federal nos idos de 1974, atendendo à marcha para o Planalto Central. E gosta de dizer que cresceu junto com Brasília. Ao lado da mulher, edificou não apenas um legado, mas acima de tudo construiu uma família aqui. As filhas, Romy (33) e Rogy (31), seguiram os seus passos, se tornaram farmacêuticas e também trabalham a seu lado.Planos para o futuro existem muitos.

“Nem penso em me aposentar. Isso tudo me dá é mais ânimo. Cheguei aqui em uma época em que Asa Norte ainda não era ligada à Asa Sul. Ouvia de alguns políticos que deveria voltar para o Rio de Janeiro. Mas acredito nessa cidade. Criei minha família aqui. Meus netos vão viver aqui. Então, temos que pensar que Brasília queremos para o futuro. Acredito também que a mudança de paradigmas no governo do DF venha trazer a ordem no campo, com a regulamentação das terras rurais e o desenvolvimento rural, como na Granja do Torto. Torço por uma Brasília que precisa ser acreditada e que necessita cada vez mais de administradores que pensem em nós, cidadãos, e não em si mesmos”, conclui Rogério Tokarski.

Foto: Nubia Paula

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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