Uma celebração à cultura francófona
Em sua 21ª edição, o Festival da Francofonia promete surpreender mais uma vez com programação que inclui atrações internacionais e atividades para a família inteira
Março é um mês aguardado por muitos brasilienses. Afinal, há 21 anos é realizado o Festival da Francofonia em Brasília, sempre nesta época. E, como de costume, a programação vem recheada de atividades. Para abrir essa grande celebração cultural, o Bazar da Francofonia – que reúne anualmente mais de 20 embaixadas de países francófonos, cerca de 50 expositores com os mais variados produtos e um público fiel de cerca de 3 mil pessoas – vai ocupar os lindos jardins de Burle Marx da unidade da Asa Sul da Aliança Francesa de Brasília, no dia 18 de março.
“Especialmente na capital do país, a língua francesa constitui uma maneira de acessar o mundo de hoje, é uma ferramenta de comunicação, de reflexão e de criação que favorece a troca de experiências, a mobilidade acadêmica e de maneira geral, o diálogo intercultural”, afirma o diretor da Aliança Francesa de Brasília, Matthieu Bernard.
Durante a manhã e na parte da tarde, os visitantes vão poder conhecer um pouco mais sobre a história desses países por meio do turismo, artesanato, esporte e da gastronomia. Entre a enorme variedade de pratos típicos, destaque para os pães franceses, salsichões e queijos suíços. A entrada é franca e o programa é indicado para toda a família, com direito à área especial para as crianças.
Teatro de mímica
Nos dias 19 e 27 de março, a Escola Francesa de Brasília (Lycée français François Mitterrand) recebe uma atração muito especial. Diretamente da França, a Companhia Mangano-Massip, de Sara Mangano e Pierre-Yves Massip, vai apresentar o universo fascinante do teatro de mímica. Desde 2010, seus shows vêm percorrendo diversos países: China, Estados Unidos, Kosovo, Polônia, Irã, Itália, Suíça, Espanha, Inglaterra, Israel, Chile, Singapura, Porto Rico, Montenegro e, agora, Brasil.
Parceria com CCBB
As atrações internacionais não param por aí. Como vem acontecendo ao longo de várias edições do Festival da Francofonia, o Centro Cultural Banco do Brasil – Brasília vai abrigar parte da programação. E vai ser no teatro do CCBB que o cantor francês Mathieu Boogaerts mostrará todo seu talento no dia 20 de março.
Com mais de duas décadas de carreira, o artista é um criador incansável, um mestre em poesia e um músico fervoroso. Essencialmente minimalista (e reverenciado por músicos de destaque no cenário mundial como Dick Annegarn, Camellia Jordana e Vanessa Paradis), ele conduz o público nas encostas suaves do devaneio. Cantor com carisma discreto e bom humor, ele sempre aborda as sutilezas da vida.
No dia seguinte (21) começa também a Mostra de Cinema Francófono, que se estende até 31 de março. De comédia a romance, passando por drama e outros gêneros cinematográficos, a seleção apresenta um rico recorte da cultura francófona com representantes da Bélgica, Burkina Faso, do Canadá, da Costa do Marfim, França, Eslovênia, República Democrática do Congo, do Senegal e da Suíça. Oportunidade única para conhecer a rica cultura desses países pelo olhar da sétima arte, em sessões gratuitas durante a semana e no sábado e domingo.
Um jantar no melhor estilo francês
Em 21 de março, 150 países participam do projeto Goût de France / Good France, uma iniciativa do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros para promover a gastronomia francesa nos cinco continentes do mundo. Em Brasília, o jantar ocorrerá em vários restaurantes. Confira a programação: https://be.france.fr/fr/gout-france-good-france
Artista singular
No campo das artes visuais, a Aliança Francesa de Brasília vai promover uma exposição com ilustrações de Béatrice Tanaka, de 22 de março a 15 de abril. A artista nasceu em 1932, na cidade de Cernauti, na Romênia (hoje Chernivtsi, Ucrânia). Por causa da ocupação alemã de 1944, retirou-se com sua família para a Palestina para depois emigrar, em 1947, para o Brasil.
Foi uma figura simbólica da literatura infanto-juvenil. Autora-ilustradora de mais de 40 livros – álbuns, contos, áudio-livros, livros de atividades, peças de teatro, ensaios, romances – publicados na França, no Brasil, na Alemanha, nos Estados Unidos, na Espanha, na Itália, na Holanda e na Dinamarca, Béatrice Tanaka escreveu principalmente em francês. Trabalhou também em revistas para jovens na França, Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Leitura de textos cênicos
O Espaço Cultural Ernesto Silva da Aliança Francesa de Brasília vai receber convidados no dia 23 de março, às 19h30, para a leitura cênica em francês da peça Captura de Imagem (Arrêt sur image) do dramaturgo togolês Gustave Akakpo. Nascido em 1974, Akakpo é escritor, ilustrador, artista plástico, ator e animador cultural. O coletivo “Na classe e em cena” – companhia de teatro da Universidade de Brasília (UnB) que vai fazer a encenação – vem pesquisando a sua obra desde 2010.
Nesta peça, o autor coloca em evidência a figura do “coiote”, o “passeur”, aquele que conduz os imigrantes pelas áreas de fronteiras. Instiga a plateia a refletir sobre as motivações e a história dessa figura chave nos processos migratórios. A leitura tem duração de 20 minutos e a entrada é franca.
Grand finale
Para encerrar a Semana da Francofonia 2018, Cloé du Trèfle, multi-instrumentista, compositora e intérprete belga apresenta seu álbum Entre l’infime et l’infini, em duo com a violoncelista suíça Céline Chappuis, no dia 26 de março, no Teatro SESC Silvio Barbato (Edifício Presidente Dutra – Setor Comercial Sul). Du Trèfle é uma artista que conta com o patrocínio Wallonie-Bruxelles International. A entrada é franca, basta retirar os ingressos na Aliança Francesa da Asa Sul (SEPS 708/907, lote A).
A Francofonia
A francofonia nasceu da iniciativa de três eminentes francófonos e Chefes de Estados africanos: Léopolde Sédar, Senegal; Habib Bourguiba, Tunísia, e Hamami Diori, do Níger. O dia 20 de março foi escolhido como Dia Internacional da Francofonia por ter sido a data da assinatura da Convenção da criação da Agência de Cooperação Cultural e Técnica (ACCT) em Niamey, Niger, no ano 1970.
Em 1997, a ACCT foi transformada em Organização Internacional da Francofonia (OIF) por disposição adotada durante a Cúpula realizada em Hanói, Vietnã, revisada em 2005 durante a Conferência de Antananarivo, Madagascar.
Trata-se de um dispositivo institucional que organiza as relações políticas e de cooperação entre os estados e governos da OIF. Comunidade linguística, que envolve entidades estatais e governamentais que têm em comum a língua francesa e compartilham valores humanistas, culturais e democráticos.
Em janeiro de 2015, a Sra. Michaëlle Jean, canadense de origem haitiana, ex-governadora geral do Canadá, foi empossada como nova secretária geral da Organização Internacional da Francofonia. Ela se tornou a primeira mulher e a primeira personalidade não africana a ocupar esse alto cargo. A Sra. Jean deixou com sua família seu país natal, Haiti, e foi para o Canadá fugindo da ditadura de Duvalier quando ela tinha apenas 11 anos de idade.
Atualmente, a OIF integra 80 países espalhados pelos cinco continentes, sendo 54 membros, 23 observadores e três estados associados.
A 21ª edição do Festival da Francofonia, em Brasília, é presidida pela Embaixada do Gabão.
Serviço:
Festival da Francofonia
De 18 a 31 de março
Programação completa: https://www.afbrasilia.org.br/festivaldafrancofonia/