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quinta-feira, abril 25, 2024

A relação da escola com o futuro do mercado de trabalho

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A relação da escola com o futuro do mercado de trabalho

A nossa sociedade está mudando rapidamente. Há poucos anos utilizávamos o SMS (Short Message Service, ou em português, “Torpedo”) como principal meio de comunicação e utilizávamos os nossos celulares com teclado para digitar mais rapidamente.

Boa parte das empresas busca desenvolver tecnologias que proporcionem novas e mais rápidas maneiras de realizar as tarefas do nosso cotidiano. Com base em muita pesquisa, testes e validações de produtos mínimos viáveis (MVP, da sigla em inglês), as empresas lançam produtos e soluções que buscam resolver problemas das nossas vidas, como a necessidade de ter telas maiores nos dispositivos móveis para poder interagir melhor com os aplicativos.

Pensando em prever quais serão as próximas tecnologias disruptivas, as empresas investem centenas de milhões de dólares em novas tecnologias com a expectativa de desenvolver o “próximo iPhone”, como a Meta (antiga Facebook) tenta fazer com o Meta-Verso, por exemplo.

Independentemente da indústria e da tecnologia que as empresas estejam investindo, é unânime entre elas que o acesso a talentos para que se possa desenvolver estes novos produtos e softwares é dificultado. Com o objetivo de compreender melhor o cenário do mercado de trabalho e quais habilidades são necessárias que estes talentos possam se desenvolver e crescer no âmbito profissional, o Fórum Econômico Mundial desenvolveu o relatório “O Futuro dos Empregos”, que analisa diversos países e empresas com a intenção de mapear as principais habilidades para o profissional do futuro.

De acordo com este relatório, a maioria das profissões que estarão em ascensão nos próximos anos têm em comum a necessidade do domínio da tecnologia, do pensamento criativo e da solução de problemas complexos. Visto que as empresas estão buscando profissionais com estas características e que o acesso a talentos é escasso, como podemos resolver este problema?

As novas abordagens em educação, por exemplo, pensam não somente no profissional do futuro, mas também sobre como podemos criar novas experiências de aprendizagem para que os estudantes de hoje possam desenvolver as habilidades que foram mapeadas no relatório “O futuro dos empregos”. A escola tem um papel essencial nesta jornada para que os estudantes cheguem no mercado de trabalho preparados para resolver os problemas do cotidiano.

A preparação desses futuros cidadãos, desde os primeiros passos na educação infantil até a conclusão do ciclo do ensino básico passa pela escola, que pode se apoiar nos novos métodos e nas novas tecnologias para promover uma experiência personalizada e permitir que cada estudante possa atingir a melhor versão de si mesmo.

As escolas que desejam ser referência em educação no Brasil e no mundo precisam necessariamente ter abordagens inovadoras e tecnológicas, que integradas a metodologias ativas de aprendizagem, proporcionarão aos estudantes criar projetos, resolver problemas e desenvolver as habilidades que serão exigidas no futuro do mercado de trabalho.

Pensar em uma escola com novas abordagens para os processos de ensino e aprendizagem pode parecer distante em um primeiro momento, mas esta integração tecnológica já está acontecendo nas escolas do nosso país e os resultados coletados até então reforçam a importância de integrar as tecnologias na sala de aula.

Há algumas referências no uso de tecnologia e uma delas refere-se a um colégio localizado em Itatiba, no interior de São Paulo, que inclusive já formou dez gerações de estudantes com abordagens pedagógicas que integram as tecnologias nas práticas em sala de aula.

Com a intenção de compreender o efeito prático destas abordagens no desenvolvimento dos estudantes, em uma pesquisa realizada neste ano, a escola descobriu em um levantamento que 87% dos estudantes formados apontam que a utilização das tecnologias foi um diferencial para a vida acadêmica na universidade.

Dados como este reforçam que um ensino contextualizado proporciona aos estudantes que possam aprender o conteúdo de sua própria maneira, ou seja, que estejam no centro do processo de ensino e aprendizagem e que possam abordar de diferentes maneiras o conteúdo, exercendo assim o seu protagonismo no processo e desenvolvendo habilidades importantes para o futuro.

Nesta mesma pesquisa, 25% dos ex-alunos entrevistados apontam que o ensino tecnológico foi um diferencial para o seu ingresso no mercado de trabalho, justamente por conseguirem demonstrar as habilidades que exercitaram durante a jornada de aprendizagem no ciclo básico de educação.

Ninguém sabe ao certo como o futuro será e sobre quais desafios enfrentaremos. No entanto, conseguimos prever, assim como no relatório “O futuro dos empregos”, as habilidades que serão necessárias para lidar com estes desafios. Como disse o físico e cientista Albert Einstein, “Educar verdadeiramente não é ensinar fatos novos ou enumerar fórmulas prontas, mas sim preparar a mente para pensar”.

O papel da escola neste processo é o de ajudar os estudantes de hoje a pensar e a lidar com as diferentes informações as quais temos acesso para que possam tomar decisões e resolver problemas no mundo real. Quando conectamos a tecnologia neste processo somos capazes de ampliar as capacidades dos estudantes ao ponto que conseguem criar diferentes propostas, em diferentes formatos, e que “rompam” as barreiras das quatro paredes da sala de aula e que possam alcançar o mundo.

Um dos exemplos de projetos que rompem estas barreiras é uma instituição de Ensino em Londrina, que por meio da investigação científica proporciona aos estudantes momentos de experimentação pautada na ciência. Com o uso integrado das tecnologias, os estudantes do colégio desenvolvem projetos que são apresentados em feiras nacionais e internacionais que ganham prêmios por sua inovação.

Após adotar um iPad por aluno em 2014 e a integrá-lo na proposta pedagógica e na abordagem científica, o colégio viu os projetos de iniciação científica aumentarem em 42% ao longo dos anos, permitindo que os estudantes pudessem pesquisar sobre ainda mais temas de diversas áreas.

Cada vez mais, as instituições de ensino estão avançando com a adoção das tecnologias em sala de aula, com a expectativa de dar significado à aprendizagem e engajar os estudantes no processo. Há histórias de sucesso espalhadas pelo Brasil que sustentam os benefícios de uma abordagem que promova a criatividade e a solução de problemas complexos por meio do uso de tecnologias. Quando a escola dá este passo, um novo profissional do futuro nasce e resolve problemas do mundo real no mercado de trabalho.

Por Guilherme Camargo

fundador e CEO da empresa de educação Sejunta Tecnologia

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