Ancestralidade foi o tema da 3ª Vivência de Cozinha Raiz
Durante os três dias de evento foram realizadas várias receitas com chefes renomados de todo país
Lorena Braga
Nos dias 19, 20 e 21 de abril, a Pousada Luna Zen em Pirenópolis-Go recebeu a 3ª edição da Vivência de Cozinha Raiz organizada pelo renomado chef Gilmar Borges. O evento contou com participação de 50 participantes que puderam acompanhar aulas shows, workshops, oficinas culinárias, e de 35 receitas tradicionais de mais de 17 chefes de cozinha.
A ideia do projeto é trazer para este momento gastronômico receitas de família, com mais de 100 de tradição que ficaram apenas na memória. “O principal das receitas é a valorização dos alimentos orgânicos, de plantas alimentícias não convencionais, bioma do cerrado, bioma da caatinga, as frutas os frutos, além de possuir as proteínas suínas, de cordeiro a fim de valorizar a cozinha regional”, explica o Chef Gilmar Borges.
A Vivência possuiu não só aulas gastronômicas como também eventos culturais como o Sarau Gastronômico que teve o foco na cidade de Pirenópolis, onde foram homenageadas algumas senhoras de tradição da região, sempre fazendo uma ligação entre a gastronomia e a cultura.
Vários chefs de cozinha foram convidados, como André Barros, André Rabelo, Juliana Barroso, Mariana Rodrigues, Telma Machado, Alex Sabino e vários outros nomes da cidade do Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Goiânia e Brasília.
Pirenópolis foi escolhida para ser a cidade do evento, pois possui uma grande produção de receitas que contam histórias. “ Pirenópolis possui uma referência muito grande com a questão da comida Goiânia, essa cozinha ancestral, essa cozinha dos garimpos, dos quilombos, rural, então aqui nos encontramos muita coisa ligada à cozinha raiz”, completa o chef Gilmar.
Para o chef a cozinha raiz pode ser definida como “a cozinha que trabalha os ingredientes e os produtos orgânicos e os produtos desconhecidos. Hoje a gastronomia brasileira ela é muito presente com esses frutos do bioma do cerrado, da mata atlântica, da caatinga, então são esses biomas que mantêm essas receitas, então é através de receitas centenárias”, afirma Gilmar.
Os alunos recém uma apostila com todos os conteúdos ministrados durante as oficinas e os workshops. Eles podem degustar dos alimentos preparados e ao final recebem um certificado de participação. Para a aluna do curso, Joyce Medeiros da Costa, da cidade de Goiânia, o evento foi além de tudo enriquecedor. “É a primeira experiência que eu tenho como esse tipo de culinária e tem sido muito interessante, agregou muito na minha formação, mesmo que iniciante”, contou a futura gastrônoma.
A vivência possibilitou ainda a troca de saberes da cozinha tradicional com a modernidade gastronômica, contando as histórias de receitas como “bolacha de mulher parida”, “asa de morcego”, “orelha do jeca tatu” entre outras, que compõem a tradição da culinária brasileira.
Fotos: Lorena Braga