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segunda-feira, julho 7, 2025
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Cristina Roberto: um nome que alimenta a Capital Federal com comida e cultura 

Na placidez do Jardim Botânico de Brasília, entre paredes de taipa e adobe que evocam as cores do cerrado, germina o projeto mais ousado de Cristina Roberto: o Cura Cozinha Orgânica. O local encarna a síntese de quatro décadas de uma trajetória que transformou uma mineira de Abaeté em um dos nomes mais respeitados da gastronomia brasiliense. Mais que um restaurante, é a materialização de uma filosofia: “Que a comida seja seu remédio e que seu remédio seja a comida”.

De família numerosa – cresceu com dez irmãos – Cristina aprendeu desde cedo os segredos do fogão. “Todo mundo lá em casa sabe cozinhar. Cresci fazendo pamonha, quitandas e o que mais fosse necessário para alimentar a família”, recorda. A transferência para Brasília aconteceu quando a irmã ingressou no curso de medicina na UnB. A jovem Cristina, porém, tinha outro sonho: ser atriz.

Seguiu para São Paulo em busca dos palcos, mas o destino reservou-lhe uma reviravolta dramática. Grávida de gêmeas, retornou a Brasília no início dos anos 1980, período em que precisou recorrer ao que sabia fazer melhor para sobreviver: cozinhar. “O que eu sabia fazer era comida”, resume com a simplicidade que a caracteriza. Começou vendendo pães integrais e quitutes que aprendera em Minas, num momento em que a capital federal via surgir as primeiras casas de alimentação natural.

Após trabalhar em alguns restaurantes com proposta macrobiótica, Cristina encontrou espaço na Pensão da Dona Laura, na W3. Ali, cozinhava para os frequentadores e produzia pães, iogurtes e produtos naturais. A experiência revelou não apenas seu talento culinário, mas também uma vocação empreendedora que transformaria sua vida.

O lendário Bom Demais: epicentro cultural

Em 1984, nascia o emblemático Bom Demais na 706 Norte, empreendimento que transcendeu o conceito de restaurante para se tornar o principal ponto de encontro cultural de Brasília durante os ventos democráticos pós-ditadura. O espaço virou palco obrigatório para poetas, jornalistas, intelectuais e artistas que definiriam a identidade cultural da capital nas décadas seguintes.

Naquelas noites efervescentes do Bom Demais, rostos que depois se tornariam ícones nacionais encontravam acolhimento e inspiração. Cássia Eller, Renato Russo, Hamilton de Holanda e Zélia Duncan foram alguns dos talentos que brilharam no espaço criado por Cristina, contribuindo para consolidar Brasília como um dos berços do rock nacional nos anos 1980.

Com o tempo, o Bom Demais evoluiu, acompanhando as transformações da capital e da própria Cristina. Na década de 1990, converteu-se em um sofisticado buffet, responsável pelos principais eventos públicos e privados da cidade. Nesse ponto, o nome Cristina Roberto já havia se estabelecido como uma grife gastronômica, sinônimo de qualidade e inovação.

Multiplicando talentos e sabores

O espírito inquieto de Cristina jamais permitiu que se acomodasse. Enquanto administrava o bem-sucedido buffet, aceitou o desafio de comandar o bistrô Bom Demais no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Por anos, serviu pratos refinados e criativos aos frequentadores de um dos principais espaços culturais da capital.

Sua próxima inovação veio com o Jardim Bom Demais, instalado no Jardim Botânico. Com uma proposta descontraída de piquenique, criou um ambiente único onde as mesas dispostas no chão, cobertas com toalhas xadrez vermelhas e brancas, propiciavam momentos de convivência e contemplação sob as árvores do cerrado.

Cada novo empreendimento de Cristina refletia não apenas seu tino comercial, mas principalmente sua sensibilidade para captar o zeitgeist brasiliense. Em cada espaço que criou, ela soube traduzir em sabores e ambientes as aspirações culturais e sociais do momento, estabelecendo uma conexão genuína com a cidade que a acolheu.

Compromisso social e político

A visão de Cristina Roberto sobre gastronomia sempre esteve entrelaçada com causas sociais mais amplas. Em 2018, ela deu um passo além de suas cozinhas ao se candidatar a deputada federal pelo Distrito Federal, representando o Partido dos Trabalhadores (PT). Sua plataforma política refletia os mesmos valores que norteiam sua atuação no universo gastronômico: promoção da alimentação saudável, combate aos agrotóxicos, fortalecimento da agricultura familiar, fomento à cultura e defesa dos direitos LGBTQI+.

A incursão na política institucional, embora tenha conquistado expressivos votos, não resultou em um mandato parlamentar. No entanto, consolidou sua imagem como uma voz ativa em debates que transcendem o mercado gastronômico. Para Cristina, comida nunca foi apenas sustento – é também um ato político, cultural e transformador. Sua campanha evidenciou como as questões da mesa se conectam intimamente com temas como sustentabilidade, justiça social e diversidade.

A transformação pessoal e o Cura

Os verdadeiros visionários frequentemente encontram nas adversidades o impulso para suas maiores criações. Após enfrentar a pandemia e superar um diagnóstico de câncer, Cristina percebeu que era o momento de dar um sentido ainda mais profundo à sua vocação gastronômica. Nascia assim, há pouco mais de dois anos, o Cura Cozinha Orgânica.

“Cura é o restaurante que eu sempre quis ter”, revela a chef, sintetizando um projeto que transcende o conceito convencional de estabelecimento gastronômico. Em uma construção de taipa e adobe, técnicas ancestrais que celebram as cores da terra vermelha do cerrado, o restaurante propõe uma gastronomia genuinamente comprometida com a saúde integral.

“Você não verá nada igual no mercado. A comida do Cura busca o equilíbrio, a boa digestão e a nutrição completa do corpo”, explica Cristina. O cardápio, que muda diariamente, prioriza ingredientes orgânicos, sem agrotóxicos, aditivos ou processamentos industriais. Verduras frescas, legumes, cereais integrais e proteínas de qualidade compõem refeições preparadas no dia, respeitando os ciclos naturais dos alimentos.

O menu degustação é servido em quatro etapas harmoniosamente pensadas: sopa, salada, prato principal e uma pequena sobremesa acompanhada de chá de ervas. O cliente pode escolher entre proteína vegetal, frango orgânico Korin ou pirarucu de manejo sustentável da Amazônia.

Este conceito restaurativo absorve influências diversas – da culinária ayurveda indiana à chinesa, da macrobiótica à africana, sem esquecer as raízes mineiras de Cristina. É o resultado de décadas de pesquisa e experimentação, combinadas a uma filosofia de vida que reconhece na alimentação um caminho para a saúde e o bem-estar integral.

O Cura ultrapassa o propósito de alimentar; é um projeto educativo que busca incentivar hábitos mais saudáveis na rotina dos clientes. “Nós mostramos que a comida saudável é fácil de fazer e pode ser deliciosa”, enfatiza Cristina, desafiando o preconceito de que alimentação nutritiva precisa ser insípida ou complicada.

Até nos detalhes finais da refeição, Cristina demonstra seu compromisso com o bem-estar. O café só é servido mediante pedido específico, pois a experiência no Cura se encerra com um chá cuidadosamente selecionado. “Eu desejo que meus clientes, além de comerem bem, tenham uma ótima experiência e uma boa digestão”, explica, revelando uma concepção holística que ultrapassa o momento da refeição.

Na carta de vinhos, apenas rótulos orgânicos da vinícola chilena Emiliana completam a experiência, reforçando o compromisso com práticas sustentáveis e produtos livres de químicos desnecessários.

O legado em construção

Aos olhos dos brasilienses, Cristina Roberto não é apenas uma empresária bem-sucedida ou uma chef talentosa – é uma contadora de histórias que utiliza sabores, aromas e espaços para narrar a evolução de uma cidade e de seu povo. Do jovial Bom Demais dos anos 1980 ao contemplativo Cura do século XXI, cada empreendimento marca um capítulo da biografia não só de Cristina, mas da própria capital federal.

A trajetória da mineira de Abaeté evidencia a capacidade de reinvenção e adaptação sem perder a essência. Sua percepção aguçada das necessidades coletivas a permitiu antecipar tendências e criar ambientes que transcendem o ato de alimentar para promover experiências transformadoras.

O que começou com a venda de pães integrais por necessidade transformou-se numa filosofia de vida e negócios que hoje inspira uma clientela fiel e crescente. A empresária que já alimentou gerações de brasilienses com sua culinária inovadora agora os convida a uma jornada mais profunda: redescobrir na alimentação consciente um caminho para o equilíbrio e a cura.

Como ela mesma define, seu trabalho atual é “um banquete que nutre e acolhe” – uma síntese perfeita para uma carreira que alimentou não apenas estômagos, mas também a alma cultural de Brasília ao longo de quatro décadas de paixão, criatividade e sabedoria gastronômica.

Estilo de Minas Concert: Uma noite de jazz em Diamantina

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Emoldurada pelas montanhas de Minas Gerais, Diamantina encanta com suas ladeiras de pedra, casarões coloniais e um passado vibrante que mistura arte, música e tradição. Patrimônio Cultural da Humanidade, a cidade pulsa história em cada esquina, e agora, ganha mais um motivo para ser visitada: o Estilo de Minas Concert, uma noite de jazz cuidadosamente criada para quem busca mergulhar na atmosfera única diamantina.

A proposta é simples e encantadora: transformar as noites no tradicional Hotel Estilo de Minas em um momento de pausa, apreciação e encantamento.As apresentações acontecem preferencialmente nas vésperas de datas especiais, como a famosa Vesperata, e já conquistaram público fiel. Com um repertório selecionado que transita entre clássicos do jazz e arranjos autorais, as noites ganham um charme com clima serrano e o aroma irresistível da cozinha mineira, que traz releituras criativas sem perder o sabor da tradição para os que desejam agradar também o paladar.

Em 2025, o Estilo de Minas Concert será realizado nos dias 16 e 30 de maio, 13 e 27 de junho, 4 e 11 de julho, 2 e 29 de agosto, 12 e 26 de setembro, além de 3 e 10 de outubro, garantindo uma sequência de encontros inesquecíveis ao longo do ano.

Um convite para desacelerar, brindar à vida e se deixar levar pelo ritmo envolvente do jazz, com uma taça de vinho em mãos e o coração aberto para o que Diamantina tem de melhor: cultura, afeto e autenticidade.

Mais informações e reservas em: @hotelestilodeminasoficial

A verdadeira generosidade está no agora: O que você faz hoje define o amanhã

O A verdadeira generosidade está no agora: O que você faz hoje define o amanhã
Albert Camus, filósofo existencialista, escreveu: “A verdadeira generosidade para com o futuro consiste em dar tudo ao presente.” Essa frase carrega um peso imenso, pois nos lembra de que o futuro não é uma promessa, mas uma consequência direta do que fazemos agora. Vivemos esperando pelo amanhã, planejando, sonhando e adiando, mas esquecemos que o único momento real e transformador é o presente.
Muitas vezes, somos tentados a pensar que a generosidade está em guardar, acumular ou esperar a hora certa. Mas essa ilusão nos impede de agir. Se queremos um futuro melhor, precisamos investir energia no agora. Imagine um agricultor que sonha com uma colheita farta, mas decide esperar um ano para plantar porque acha que o clima pode melhorar. Quando o tempo passa, ele percebe que perdeu a chance. Assim também funciona a vida: o futuro será generoso com quem se doa de verdade ao presente.
Nietzsche, em “Assim Falou Zaratustra”, fala sobre a importância de criar seu próprio caminho sem esperar garantias do futuro. Para ele, a vida autêntica exige coragem e entrega total ao momento presente. É fácil postergar decisões e esperar circunstâncias perfeitas, mas isso nos aprisiona na inércia. O tempo é implacável: ou você age agora, ou se arrepende depois.
Essa ideia também se aplica ao amor, à bondade e à busca por propósito. Muitas pessoas adiam gestos de carinho, esperando ocasiões especiais para demonstrar afeto. No entanto, ninguém sabe quanto tempo tem. Ser generoso com o presente significa amar sem reservas, ajudar sem esperar recompensas e viver sem medo do fracasso. Como dizia Sêneca, o estoico: “Enquanto adiamos, a vida passa.”
Outro exemplo prático está na educação. Muitos pais querem um futuro brilhante para os filhos, mas não percebem que a chave está em estar presente hoje, dedicando tempo, paciência e ensinamentos valiosos. Uma criança não cresce bem apenas com promessas para o futuro, mas com atenção e cuidado no presente. O mesmo vale para nossos próprios sonhos: eles não se realizam por si só, mas pelo esforço diário e contínuo.
Dar tudo ao presente não significa viver de forma impulsiva, sem planejamento. Pelo contrário, significa agir com consciência, sabendo que cada atitude molda o que está por vir. Gandhi dizia que “o futuro depende do que fazemos no presente”, e essa é a essência da verdadeira generosidade: investir energia no agora para que os frutos venham naturalmente.
Portanto, se você deseja uma vida significativa, pare de esperar pelo momento ideal. Ele já chegou. Invista em suas relações, trabalhe com dedicação, desenvolva seus talentos e contribua para um mundo melhor hoje. O futuro não é algo distante – ele é a soma de cada instante vivido com plenitude.

Marconi A. Souza: o empresário à frente de seu tempo que elegeu Brasília como sua casa 

por :Mariana Vieira

Marconi A.Souza era apenas um adolescente apaixonado pelos Beatles e pelos  Rolling Stones quando, em 1964, deixou a pequena cidade de Pimenta, em Minas Gerais, rumo a um sonho chamado Brasília. Hoje, aos 73 anos, Marconi Antônio de Souza é reconhecido como um dos empreendedores mais bem sucedidos da capital federal, tendo transformado uma jovem cidade em seu campo de possibilidades e construído um império empresarial que impacta meio milhão de brasileiros.

Diretório do PSD em Brasília . Marconi é o segundo da direita pra esquerda, ao lado da avó .

Nascido em 13 de junho de 1950, Marconi tinha apenas 14 anos quando chegou à recém-inaugurada capital. “Fiquei deslumbrado com o traçado moderno da cidade. Os cabos subterrâneos nem ao longe se pareciam com os fios expostos da cidade de interior. Não existiam semáforos nem cruzamentos”, relembra sobre suas primeiras impressões da Brasília de 1964 – ano emblemático marcado pelo início do regime militar, pela Beatlemania e por uma inflação que beirava os 100%.

Tempos de escola

Vindo acompanhado do tio dentista Luiz Gonzaga e sua esposa Flora Pessoa, que assumiria a presidência do PSD (Partido Social Democrata) no DF, o jovem mineiro estabeleceu-se inicialmente no Gama. Seus pais, Orozimbo de Souza Filho e Niva Pessoa de Souza, permitiram sua partida acreditando que o futuro promissor do filho não caberia nos limites da cidade natal, o que se provou uma aposta certeira.

A rotina do adolescente dividia-se entre o trabalho na banca de revista do tio e os estudos no terceiro ano científico do Colégio do Setor Leste. Em 1968, mudou-se definitivamente para o Plano Piloto, onde seu talento para vendas logo o destacou na Olivetti, a gigante italiana fabricante de máquinas de escrever e calculadoras. 

Época em que os microcomputadores chegavam ao brasil. Notem os fusquinhas atrás.

A trajetória de um inovador nato

O espírito empreendedor de Marconi manifestou-se em diversas iniciativas ao longo de sua trajetória. Em 1977, surpreendeu o mercado com a abertura da  lanchonete Snoopy,  localizada na 110 Sul. “Um amigo acabara de chegar dos EUA e me sugeriu McDonald’s como nome da empresa. Preferi Snoopy, o personagem”, conta com bom humor. Mesmo com o sucesso do estabelecimento, que vendia sanduíches gourmets antes mesmo que esse conceito existisse, Marconi reconheceu que não era seu campo definitivo: “Vendia, não era a minha praia.”

Atento às tendências de mercado, montou uma escola de datilografia em uma época em que essa habilidade era essencial para qualquer currículo. Mas foi na tecnologia que encontrou sua verdadeira vocação. Após sua passagem pela Olivetti, inaugurou a filial da Polimax na 212 Sul durante os anos 1980, quando os primeiros microcomputadores começaram a revolucionar o mercado.

Na década seguinte, diversificou seus negócios com a Marconi Transportes, dedicada à distribuição de combustíveis. Em 1991, adquiriu 50% do controle acionário da Microtécnica Informática, especializada em assistência técnica e manutenção de equipamentos.

A revolução dos cartões de benefícios

O grande salto para Marconi veio em 1998, quando fundou a Tripar BSB Administradora de Cartões. Dois anos depois, a empresa revolucionou o mercado ao implantar os primeiros cartões magnéticos de tickets de refeição, substituindo os antigos “carnês” de papel – uma inovação que trouxe segurança, evitou fraudes e dinamizou operações. Em 2007, criou a bandeira própria ValeShop, fruto do desenvolvimento de um software moderno de gerenciamento de benefícios.

Em 26 anos de operação, a empresa cresceu exponencialmente. Hoje, atende 500 mil usuários e conta com 40 mil empresas conveniadas em sua rede, somando aproximadamente 4 milhões de clientes ao longo de sua história. “O segredo do sucesso é o atendimento diferenciado”, revela Marconi. “Alguns clientes que migraram para outras empresas retornaram para a ValeShop exatamente porque não encontraram a mesma atenção fora.” Sua filosofia empresarial é clara: “O maior concorrente de uma empresa é ela mesma, quando se acomoda, fica na zona de conforto. É preciso sempre se modernizar, aderir às tecnologias mais avançadas. Inovar.”

Esse compromisso com a excelência rendeu-lhe em 2020 o prêmio Líderes do Brasil, concedido pelo Grupo de Lideranças Empresariais do Brasil (Lide). “Faço por amor ao trabalho. Dinheiro já tenho o suficiente. Um orgulho representar Brasília neste prêmio”, declarou na ocasião.

Entre racha, rock e romance: a Brasília dos anos dourados

A juventude de Marconi na capital foi embalada por música, velocidade e aventuras. Aos 18 anos, adquiriu seu primeiro carro, um Gordini, e com Creedence Clearwater Revival no toca-fitas, participava dos “rachas” na cidade ainda pouco habitada. “Além das corridas oficiais, lembro que, por segurança, antes da inauguração oficial da pista, fazíamos ‘os nossos pegas’ no autódromo. Era um acontecimento ao som de rock’n roll e mulheres bonitas”, relembra.

Conhecido como um “namorador profissional”, Marconi desfilava com seu fusca 1968 pela galeria do Cine Karin, frequentava a boate do Iate Clube e saboreava um cuba-libre (rum com coca-cola) no Bar Bem, na 110 Sul, ou um hi-fi (vodca com fanta laranja) nos “esquentas” do Gilberto Salomão, o Drugstore. Para ocasiões mais elegantes, um dry martini à la James Bond na época do Sokana.

O “namorador que não assumia ninguém” finalmente encontrou seu par em Maria Lucila Portela Alencar, com quem teve Marconi Antônio de Souza Filho, nascido no mesmo dia que o pai — 13 de junho. Hoje com 33 anos, o filho formou-se em filosofia na Escócia e vive em Londres.

Com Emerson Fittipaldi, em São Paulo, e seu filho Marconi, á direita.

A paixão por automóveis nunca o abandonou. Em sua coleção, Marconi mantém três relíquias: um Rolls Royce branco conversível (1975), um Alfa Romeo Spider verde conversível (1974) e o Corcel (1974) do pai, na cor marrom telha.

Cidadão de Brasília por decreto e por coração

Em 1998, a Câmara Legislativa do Distrito Federal concedeu a Marconi o Título de Cidadão Honorário de Brasília, em sessão solene aprovada por unanimidade. Ao lado do Diploma e Medalha de Honra ao Mérito de Pioneiro que também recebeu, estas honrarias reconheceram oficialmente o que os brasilienses já sabiam: o mineiro de Pimenta tornara-se um legítimo filho da cidade que ajudou a construir.

Seu compromisso com Brasília vai além dos negócios. Como presidente da Associação dos Amigos do Lago Paranoá (ALAPA), trabalha pela preservação do projeto urbanístico original e pela proteção ambiental do lago. Durante a pandemia de Covid-19, demonstrou sua responsabilidade social ao realizar campanhas que resultaram na distribuição de 6 mil cartões para compra de cestas básicas em regiões vulneráveis do DF.

Com o único filho , Marconi , mesmo nome do pai. Foto: ABN News

Mesmo nos momentos mais desafiadores, como durante a crise sanitária global, Marconi manteve seu otimismo característico. Em 2022, em entrevista à BBC News Brasil, ponderou: “Tivemos uma pandemia que ainda não acabou, uma guerra e um ano eleitoral. Mesmo assim, acho que a economia está indo bem, porque o governo tomou medidas que fizeram com que houvesse uma reação.” Sua empresa estabilizou-se em 2020 e cresceu moderadamente em 2021, evidenciando a resiliência de seus negócios.

Novos horizontes: empreendimentos imobiliários

Sempre atento a novas oportunidades, Marconi tem diversificado seus investimentos. Recentemente, expandiu seus negócios para o setor imobiliário, desenvolvendo projetos no exclusivo Lago Sul de Brasília. Em entrevista recente, revelou que esta iniciativa não é apenas um investimento, mas a realização de uma paixão pessoal.

“Eu sempre gostei de construção. E esta é uma forma que encontrei de aproveitar o Lago Sul e atender ao meu gosto”, confidenciou. Embora esteja morando temporariamente em uma das casas deste empreendimento, Marconi esclarece que o projeto não foi concebido para sua residência permanente, já que possui outra propriedade na região.

Da esq para dir. Marconi filho, a esposa Maria Lucila e o empresário Marconi. Foto: Mocambo

As residências, descritas por ele como “moderníssimas”, fazem parte de um empreendimento seleto, com poucas unidades, refletindo seu padrão de excelência. O projeto demonstra sua contínua capacidade de identificar oportunidades e agregar valor, mesmo em novos segmentos de mercado.

O legado de um visionário

Hoje, aos 73 anos, Marconi Antônio de Souza desfruta dos prazeres da vida com a mesma intensidade de sua juventude. Aprecia música enquanto dirige um de seus carros em direção ao Pontão, seu lugar preferido à beira do lago Paranoá. Mantém o gosto pela apimentada comida mineira (exceto jiló e chuchu, “as únicas verduras que detesta”), honrando suas raízes pimentenses.

A trajetória deste pioneiro confunde-se com a própria história de Brasília. Chegou quando a capital tinha apenas quatro anos e acompanhou seu crescimento, contribuindo ativamente para seu desenvolvimento tecnológico e econômico. Transformou-se junto com a cidade, sempre na vanguarda, antecipando tendências e criando oportunidades.

Como gosta de citar, lembrando Louis Pasteur: “A sorte favorece a mente bem preparada.” E a mente de Marconi sempre esteve não apenas preparada, mas constantemente à frente de seu tempo, reimaginando possibilidades e construindo o futuro com a mesma ousadia dos arquitetos que projetaram Brasília. Por isso, mais que uma história de sucesso empresarial, sua trajetória é um testemunho vivo do espírito pioneiro que ergueu a capital do Brasil e continua a impulsioná-la para o futuro.

Let ‘s wine! A “festa junina do vinho” já tem data marcada 

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O evento Let’s Wine retorna em 2025 no CasaPark, prometendo ser uma experiência única para os amantes de vinho e gastronomia

por Mariana Vieira 

fotos: Gilberto Evangelista

Quem adora vinho pode comemorar: o evento Let´s Wine, que teve sua primeira edição em 2024, retorna em novo espaço. Nos dias 31 de maio e 1º de junho o Shopping Casapark se transformará em um paraíso para quem deseja brindar, degustar e levar para casa vinhos de diferentes  produtores e terroirs.

O evento terá formato de feira, com mais de 100 rótulos nacionais e importados, cuidadosamente selecionados para oferecer uma ampla variedade de opções. Os visitantes poderão desfrutar de espumantes, brancos, rosés e tintos de expositores renomados como Vinhos do Mundo, DUE, Wine C, Rota do Vinho, WM Vinhos, Pontillo du Vin, Na Vizinha, Pater Dominus, Vinalla e Argevino.

“É um evento super democrático”, afirma Adriana Nasser, uma das idealizadoras do Let’s Wine. “A pessoa compra a taça, recebe  e entra no evento. Ali ela vai circular pelos stands e adquirir vinhos em doses ou então em garrafas, se tiver com um grupo de amigos e quiser compartilhar”, explica. 

Além disso, o evento oferece uma grande variedade de opções gastronômicas. “Tem comidinhas, tem frios, tem queijos, tem empanadas, tem sobremesas. Então, é bem variado. É uma feira para a pessoa passear, se divertir e conhecer coisas novas”, destaca Adriana.

Os participantes poderão saborear comidinhas especiais de expositores como Goyas defumados, Ateliê Mãe e Filha, Pam Charcutaria, empanadas Chimichurri e o belga (com o famoso caramelo). Além disso, todas as lojas do Shopping Casapark funcionarão normalmente, proporcionando uma experiência completa de compras e lazer.

Um dos pontos fortes do evento é a possibilidade de os participantes provarem diferentes vinhos e comprar garrafas com descontos especiais. “Quem bebe duas ou três taças de vinho acaba pagando caro em eventos tradicionais, mas no Let’s Wine, a pessoa pode ir, conhecer, comprar garrafas para levar para casa, para ter na adega com descontos especiais”, afirma Adriana.

Para enriquecer a experiência, haverá bate-papos sobre vinhos, uvas, produção e novidades no mercado, proporcionando aos visitantes um conhecimento mais profundo sobre o mundo dos vinhos.

Serviço

Let´s Wine CasaPark 

Data: 31 de maio (sábado) e 1º de junho (domingo)Horário:Sábado das 12h às 20h e domingo das 12h às 18h

Local: Shopping Casapark – SGCV Sul 12/22 Ae Shopping, Casapark – Guará

Classificação: 18 anos (menores de 18 anos acompanhados dos responsáveis não pagam)

Ingresso: Taça no valor de R$ 15,00 (1º lote), disponível no Sympla

O poder de ser um bom ser humano – a carreira mais valiosa do mundo

Vivemos em um mundo onde as pessoas estão sempre em busca da melhor carreira, da profissão mais rentável ou do caminho mais rápido para o sucesso. No entanto, um sábio ensinamento nos lembra que a melhor área para investir não está nos negócios, na tecnologia ou nas finanças, mas sim na arte de ser um bom ser humano. Afinal, há muitas oportunidades nessa área e pouquíssima concorrência.
Ser um bom ser humano não é apenas um conceito filosófico abstrato, mas sim um diferencial competitivo em um mundo cada vez mais frio e mecanizado. Aristóteles já dizia que “a excelência não é um ato, mas um hábito”. Isso significa que a bondade, a ética e a generosidade não são dons inatos, mas habilidades que podemos – e devemos – cultivar diariamente. Pequenos gestos como ouvir alguém com atenção, ajudar sem esperar nada em troca e agir com honestidade podem transformar não apenas nossas vidas, mas também o ambiente ao nosso redor.

Um exemplo clássico é a história de Mahatma Gandhi. Ele não foi um líder político convencional, mas sim um ser humano excepcional que escolheu a compaixão e a não violência como ferramentas para mudar o mundo. Sua influência foi tão grande que até hoje suas palavras ressoam: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Essa ideia simples, mas profunda, mostra que qualquer transformação coletiva começa no indivíduo.
Outro grande pensador, Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, escreveu em seu livro Em Busca de Sentido que “o homem não deve perguntar qual é o sentido da vida, mas sim perceber que é a vida que o questiona”. Ou seja, em vez de buscarmos uma carreira apenas pelo status ou dinheiro, deveríamos nos perguntar como podemos contribuir para o bem dos outros. O impacto de um bom caráter é muito maior do que qualquer título profissional.

No ambiente de trabalho, por exemplo, profissionais com empatia, ética e respeito genuíno pelo próximo se destacam. Empresas bem-sucedidas valorizam cada vez mais a inteligência emocional e a capacidade de trabalhar em equipe. Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, afirma que o principal critério para contratar alguém é a integridade. Segundo ele, “se a pessoa não tem esse valor, nem as outras habilidades importam”. Isso demonstra que ser um bom ser humano não é apenas uma questão moral, mas também um fator determinante para o sucesso.

E o que dizer das relações pessoais? A vida é feita de conexões. Construímos laços profundos quando somos autênticos, confiáveis e generosos. É fácil ser gentil quando tudo está bem, mas é nas dificuldades que o verdadeiro caráter se revela. Pessoas que escolhem agir com bondade, mesmo quando têm motivos para não fazê-lo, deixam marcas inesquecíveis na vida dos outros.

Portanto, se há uma carreira que vale a pena investir, é a de ser um bom ser humano. Em um mundo repleto de competição, essa é a única área onde a concorrência é baixa, e a recompensa é incalculável. Como bem disse Dalai Lama: “Minha religião é muito simples. Minha religião é a bondade”. Afinal, no fim da vida, o que realmente importa não é quanto acumulamos, mas sim quantas vidas tocamos positivamente.