Greve dos professores do DF: “Quem está na ilegalidade é o governador Ibaneis Rocha”, diz sindicato

O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) reagiu contra a decisão da Justiça em considerar ilegal a greve dos trabalhadores da educação.
“Mais uma vez, o GDF age com truculência contra a categoria”, diz nota do Sinpro.
Na manhã deste domingo (7), o desembargador Roberto Freitas Filho emitiu decisão que acata ação do Governo do Distrito Federal, declarando ilegal a greve de professores e orientadores educacionais do DF.
Sem negociação
O desembargador se apoiou na alegação do GDF de que as negociações não estariam concluídas, ignorando o fato de que o Sinpro protocolou sete ofícios solicitando audiência só em 2023, mas não foi recebido pelo governador – o que mostra que não havia negociação em curso.
Para o Sindicato dos Professores, é o governador Ibaneis Rocha quem está ilegalidade já que não cumpre a Lei do Piso Nacional do Magistério, nem a meta 17 do Plano Distrital de Educação.
Sem reajuste há 8 anos
“O tratamento truculento que o governador Ibaneis dispensa à nossa categoria não é inédito. Enfrentamos 8 anos de congelamento salarial e a degradação crescente das nossas condições de trabalho, mesmo assim, esta é a primeira vez em 4 anos e meio de governo Ibaneis que a categoria recorre à greve como ferramenta para fazer com que o governador ouça as nossas reivindicações”, a nota do Sinpro-DF.
A categoria reclama ainda da multa de R$ 3 milhões, referente à última greve de professores, em 2017, multa essa ainda não consolidada, pois está pendente de julgamento.
Greve continua
O comando de greve reafirma que quem define o fim do movimento não é o Poder Executivo nem o Poder Judiciário, mas sim, a assembleia geral dos trabalhadores marcada para a próxima quinta-feira, 11 de maio, às 9h30. Enquanto isso, os professores continuam com as mobilizações, piquetes, panfletagem e outras atividades.
CPI das ONGs
Ao perceber que as CPIs do 8 de janeiro e a do Movimento Sem-Terra começam a naufragar, a oposição ao governo Lula pressiona o presidente do Senado e os líderes partidários a indicarem os membros da CPI das ONGs.
O requerimento para a formação da comissão parlamentar de inquérito foi lido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há mais de um mês. E, somente na semana passada os partidos começaram a indicar os parlamentares que farão parte da comissão.
A oposição vê na investigação sobre a atuação das organizações não governamentais na Amazônia uma oportunidade para desgastar o Palácio do Planalto. Principalmente, os senadores bolsonaristas argumentam que é preciso mostrar a atuação das organizações não governamentais que vêm doutrinando os povos indígenas e ainda realizam contrabando da biotecnologia.

Indígenas e biotecnologia
Para o autor do pedido de CPI das ONGs, senador Plínio Valério (PSDB-AM), quem não deve não teme.
“As boas ONGs, que prestam serviços fundamentais à sociedade serão protegidas. As que exploram indígenas e são alvo de denúncias, vão prestar contas”, declarou.
Na avaliação dos governistas, a CPI quer reforçar um o velho discurso, desde a ditatura militar, de que as ONGs na Amazônia são agentes de outros países interessados nas riquezas da região.