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domingo, julho 6, 2025
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STJ Livra Agnelo Queiroz da cobrança de multa na obra do Centrad.

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“O escritório Burjack, Nunes & Vasconcelos Advogados vem a público confirmar que decisão proferida sob a jurisdição e competência do Superior Tribunal de Justiça – STJ deu provimento a recurso interposto pela defesa técnica do ex-Governador Agnelo Queiroz, anulando acórdão proferido pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT. Igualmente, foram suspensos todos os efeitos patrimoniais decorrentes da condenação em ação de improbidade administrativa que tramita perante a 7ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal. Acolhendo os argumentos da defesa, a decisão reconheceu omissão do TJDFT ao jugar a causa sem considerar que o Centro Administrativo do Distrito Federal – Centrad caracteriza-se como empreendimento de interesse público declarado por meio do Decreto nº 36.061/2014, o que dispensa, como sustentado, as exigências burocráticas previstas no Decreto nº 35.800/2014 e torna legítima a inauguração realizada no ano de 2014. Sempre pautado pelo espírito republicano e pelo compromisso com o Distrito Federal, o ex-governador Agnelo Queiroz mantém-se convicto de que a inauguração do Centrad foi decisão legal e em conformidade com os princípios constitucionais da Administração Pública”, registrou o documento encaminhado por Paulo Burjack e Nunes Neto à redação”

Mais compaixão, menos sofrimento

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Por: Dr. Gutemberg Fialho


Entre os dias 16 e 22 de maio, quatro pessoas perderam a vida em UPAs do Distrito Federal.

Estamos solidários com suas famílias — e com todos que sentem essa dor. Mais do que explicações, o que se espera agora são mudanças reais na saúde pública. Essa sequência de tragédias escancara, mais uma vez, o descaso do GDF com as vidas das pessoas.
A política de saúde do atual governo não atende às necessidades da população. Ignora o sofrimento, despreza o perfil epidemiológico de cada região. É desumana e não e segue critérios técnicos adequados. A prioridade tem sido orientar todas as situações para as emergências e esvaziá-las rapidamente e a qualquer custo, tentando evitar repercussões negativas na imprensa. É marketing, não gestão.
Aumentaram a quantidade de UPAs para atendimentos de urgência, mas sem prover atendimento hospitalar especializado com capacidade compatível. Não houve expansão da rede de assistência especializada nem dos leitos de internação ou de UTI. Não contrataram médicos especialistas. Faltam equipes de enfermagem, manutenção predial, equipamentos e insumos básicos.
Pacientes que deveriam permanecer no máximo 24 horas nas UPAs — idosos, crianças, gestantes e trabalhadores — ficam dias internados, ocupando salas vermelhas e outras áreas dessas unidades. Médicos e equipes tentam salvar vidas em condições precárias nas áreas internas e, ao mesmo tempo, precisam atender quem está do lado de fora.
Nos hospitais, o cenário é igualmente caótico. Profissionais enfrentam a superlotação, a falta de recursos e o drama de manter pacientes intubados em leitos de emergência, quando deveriam estar em UTIs. Esses profissionais adoecem junto com os pacientes.
No caso da paciente que morreu na UPA de Planaltina no dia 22, há denúncia de que ela esperou três dias por uma ambulância para levá-la ao HRAN, onde precisava passar pela avaliação de um cirurgião vascular. Isso é uma afronta à dignidade humana, é desumano.
Segundo o Ministério Público do DF, faltam 941 leitos de retaguarda na rede pública. Muitos estão bloqueados ou foram fechados por falta de recursos humanos.
Enquanto isso, pacientes e acompanhantes se queixam do tempo de espera nas UPAs, sem saber que, lá dentro, os profissionais estão sobrecarregados cuidando de quem não foi transferido por ausência de leitos nos hospitais. E nos hospitais, leitos de emergência estão lotados com pacientes que precisam estar na UTI.
Esse colapso é resultado direto de uma escolha política: a priorização da terceirização da saúde. Desde 2019, o GDF tenta repassar a responsabilidade ao Iges, em vez de investir na estrutura pública existente. A ideia de que terceirizar é melhor é uma ilusão vendida à sociedade.
A sequência de tragédias recentes e o desespero de mães revoltadas nas portas da pediatria do Hospital de Santa Maria são prova de que essa política falhou.
Não podemos aceitar velórios como rotina. Um governo não pode impor esse sofrimento à população nem exigir que o trabalho dos profissionais de saúde dependa de heroísmo.
É hora de mudar. É urgente estruturar a rede pública, valorizar médicos e equipes concursadas e garantir a assistência que é um direito constitucional. O luto das famílias é nosso. A dor delas nos move. E não vamos parar até que nenhuma vida seja perdida por negligência do Estado.

“Do concreto e dos peões para os perfumes e às mulheres”

Quem imaginaria alguma relação entre os canteiros de obras de um lado e por outro a venda do que há de mais premium em perfumes? Ainda nos anos 80, um visionário que já empreendia no mercado da construção civil, resolveu trazer para a jovem capital Brasília (que há época tinha pouco mais de 20 anos) um leque de opções com o que existe de mais fino no mundo da perfumaria internacional.

“Eu comecei a empreender na Construção Civil, sai do concreto e de lidar com os ‘peões’ de obra para lidar com perfumes e mulheres”, explica se referindo ao apelido como são chamados os trabalhadores da construção civil e ao fato que um dos maiores públicos-alvos de perfumaria ser formado por mulheres.

Assim pela capacidade visionária de Ennius Muniz nasceu e se expandiu a Lord Perfumaria. O negócio deu certo e atualmente conta com 8 lojas próprias por Brasília e 21 franquias da marca no Distrito Federal, Formosa e Valparaíso de Goiás e um catálogo de mais de 200 marcas com os principais players da perfumaria internacional. “Naquela época, eu decidi diversificar, pois o mercado de construção civil quando passa por crises é muito sazonal, às vendas se estatizam. Percebi que quem estava no varejo estava com menos problemas do que na construção civil e enxerguei que era hora de arriscar outros segmentos”, explicou.

O início

Ele conta que acreditou no discurso do então ministro do Planejamento da época, Delfim Netto que vinha acompanhado de um otimismo pelo crescente desenvolvimento da economia. A fala do ministro e o período ficaram conhecidos como o milagre econômico (1964-1985). “Eu acreditei em todo aquele discurso que o Delfim falava sobre diversificação. Nesta época, comprei a Lord, Posto de Gasolina, Fábrica de Cerâmica, Salão de Beleza, Boate”, detalha. Ennius. ampliou bastante os segmentos, mas o mundo caminhava para a especialização dos negócios. “Eu não era especialista em tudo isso, mas sim um empreendedor que conhecia o mundo dos negócios.”

Ennius conta que alguns dos empreendimentos não prosperaram como o esperado, outros por sua vez resistiram a todos os intemperes do comércio. Apesar de tudo, ele diz que buscou em sua vida como empresário sempre uma postura digna. “Em todos os segmentos que atuei, eu entrei e sai pela porta da frente. Honrando os meus compromissos com os meus colaboradores e parceiros”, explica.

Então, ele enxergou a oportunidade com um amigo que tinha a marca Lord Barbearia em Goiânia. Ennius comprou a marca já com quatro lojas em Brasília no Plano Piloto, sendo duas na Asa Sul (305 Sul, 105 Sul), uma na Asa Norte (302 Norte) e uma no Shopping Conjunto Nacional. Assim de barba, cabelo e bigode, o empreendedor transformou a marca Lord em venda de perfumes de primeira linha como Dior, Givenchy, Dolce&Gabbana.

O segmento de perfumaria seletiva era um caminho a ser desbravado no País. Nos anos 80, o Brasil passava por uma grande transformação com o início do movimento Diretas Já   – um desejo do povo para a eleição direta de seus representantes e também o fim da Ditadura Militar. No mundo, as grandes marcas já mostravam a que vieram apresentando fragrâncias e conceitos em perfumaria.

O povo brasileiro é visto pelo mundo como um dos principais mercados de perfumes, por serem exigentes, considerarem o uso de perfumes e cosméticos artigos essenciais e não supérfluos. Segundo projeção da pesquisa Euromonitor Internacional, a indústria de perfumes movimenta cerca de R$10,5 bilhões de dólares por ano.

Brasília dos anos 80 aos dias atuais

O país e Brasília dos anos 80 eram um cenário de grande efervescência cultural. Na capital surgiram bandas como Plebe Rude, Legião Urbana, Capital Inicial. De acordo com o Censo Demográfico, a população da época era de 1,17 milhão de habitantes, sendo que 603.211 formado por mulheres e 573.724 homens. Hoje a população brasilense supera a marca dos 3 milhões e com expectativas de crescimento.

A história de vida de Ennius Muniz e sua família se confunde com a própria inauguração de Brasília. Assim como várias pessoas, os pais de Ennius: Francisco e Wanda Muniz decidiram se mudar para a nova capital, acreditando no ideal de Juscelino Kubitschek.

Ennius nascerá em Belo Horizonte (MG) e seguiu para Brasília aos 13 anos de idade em 1961 – um ano após a inauguração da capital. Quando chegou a capital, a família se instalou na antiga Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante). “A construção do Plano Piloto foi indescritível. Tudo era construído em uma velocidade impressionante. Eu vi a W3 ser asfaltada”, relembra citando uma das principais vias de Brasília.

Negócio familiar

A arquitetura moderna do urbanismo proposto por Lucio Costa, as curvas dos edifícios projetados por Oscar Niemeyer foram a inspiração para o então jovem Ennius ingressar na faculdade de Arquitetura na Universidade de Brasília (UnB).

Em Brasília, Ennius se casou e constitui família, do primeiro casamento nasceu a filha Adriana Karina, já do segundo Marcus Vinícius. Os filhos desde pequenos vivenciaram o dia a dia dos negócios.

Nascida em Brasília, Adriana lembra que aos 9 anos o pai comprou a Lord e sua infância desde então foi entre fragrâncias, cursos profissionalizantes, salões de beleza e cosméticos. “Aos sábados, toda a nossa família tinha o hábito de passar o dia trabalhando na loja do Conjunto Nacional. Na época, a minha mãe tomava a frente dos pontos que tinham salão de beleza”, revive. Os pais deram aquele empurrãozinho para incentivar a filha a fazer os mesmos cursos que os profissionais das lojas faziam.

“O meu pai queria que eu entendesse o negócio e começasse a trabalhar. A partir dos 9 anos, eu comecei a vivenciar o universo do varejo de perfumaria”. Nas lojas, ela começou na parte operacional, já trabalhou como empacotadora, caixa e diversas funções. “Todos os cursos que os profissionais de beleza faziam, eu também tinha que fazer: manicure, depilação, cabelo, tintura, corte, técnicas de venda, de gerência”, relembra.

Com o passar dos anos, Adriana queria ganhar seu próprio dinheiro. Quando a jovem fez 15 anos, almejava em ter uma renda. “Até então, eu só trabalhava aos sábados, pois estava na escola. Então, a diretora Lúcia do colégio Fênix em que eu estudava me convidou para trabalhar no contraturno das minhas aulas”. Ela foi professora de inglês para alunos da Pré-escola a 4ª série. “Eu gostei da experiência, me deslumbrei com essa história de ganhar dinheiro, mas quem não gostou muito foi o meu pai”.

Adriana conta que Ennius pediu para que a filha saísse do emprego e se dedicasse a empresa da família. “Ele disse se você quer trabalhar, então trabalhe para as empresas da família”, conta. “Como eu estudava de manhã, comecei a trabalhar só a tarde no escritório. A moeda da época ainda era o Cruzeiro, ele me pagava só o proporcional pelo período, mas caso eu não pudesse ir, ele cortava o meu vale transporte do dia como o de qualquer outro funcionário que faltasse ao trabalho. Ele dizia que tínhamos que dar exemplo para os demais colaboradores.”

Para ela, a experiência de trabalhar tão cedo, de se dedicar foi a salvação da sua vida. “Quanto mais você se dedica, mais você é recompensando por isso”, explica. Aos poucos, Adriana foi galgando experiência na empresa da família, passou pelos cargos de supervisora de todas as lojas, implementou o sistema de código dos produtos no período em que as empresas modernizavam sua gestão e estoque.

Ela se formou em Administração pela Universidade Católica de Brasília (UCB), fez especialização em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nos anos 2000. Por mérito e muita dedicação, hoje ocupa a diretora comercial da marca, além de ser mãe de três filhos: Leonardo (26 anos), Lucas (25 anos), Luís Eduardo (18 anos).

Seguindo os passos do pai, o segundo filho de Adriana também passou pelo estágio na área Financeira, hoje trabalha na Ancham. Atualmente, o caçula trabalha no escritório das empresas como menor aprendiz. “Até pela minha criação, eu quis que os meus filhos também atuassem na empresa. Uma forma de ensinar os meus filhos a fazer valer o meu esforço, a ensinar o porquê não pode desperdiçar, o porquê precisa economizar energia elétrica”, explica Adriana.

O irmão mais novo de Adriana, Marcus Vinícius também começou a trabalhar cedo nas empresas da família. “Há famílias que têm em sua essência a Medicina, outros a Advocacia. O nosso DNA é ser uma família empreendedora. As minhas referências desde a infância é deste caminho, eu cresci aqui dentro”, diz. Aos 12 anos, ele atuava na parte de Almoxarifado, gerente de estoque nas lojas Lord. Ao terminar o colégio, o jovem passou no vestibular para Engenharia Civil na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).

Ao retornar a Brasília, entrou no grupo de empresas – formado pela Lord, Conbral, Locatec -para substituir uma funcionária que teve problemas de saúde. “Eu vim ser um substituto provisório, pois a diretora financeira à época a Sandra ficou impossibilitada. Ela não pode retornar às suas atividades e eu acabei assumindo a posição”. Em 1999, Marcus fez especialização em Gestão de Negócios pela IBMEC e 2006 concluiu o estudo em Gestão Imobiliária, Contabilidade e Gestão de Recursos. O estudo, a dedicação e o mérito o mantiveram no cargo de 2001 até hoje.

A sensação de pertencimento extrapola os laços de sangue e se estende aos mais de 1,5 mil colaboradores entre empregados na Lord, da Conbral e demais negócios da família.

Belezas de Brasília

Os irmãos são enfáticos ao ressaltarem os predicados de Brasília. “Eu gosto de Brasília, porque aqui é uma cidade adequada. Eu não poderia ter nascido em outro lugar, gosto e me sinto em casa aqui”, reitera Adriana. Segundo a diretora comercial, o ponto que mais admira na metrópole é o céu de Brasília. Com a sua imensidão clara que deslumbra muitos visitantes, a temperatura amena que fica em média entre 18º e 28º, clima que mantém uma constante. “Aqui existem dois períodos bem definidos, 6 meses de seca e outros 6 são de chuva” Outro ponto que a atrai é o fato de apesar de ser uma grande cidade, o trânsito não é tão caótico quando comparado ao de outras capitais do País. Quando alguém fala que é complicado entender os endereços ou se deslocar, ela defende, “eu adoro desenhar o mapa de Brasília. Não há nada de complicado, é uma cidade que segue uma lógica, é organizada por números, quadras.”.

Por sua vez, Marcus ressalta o caráter cosmopolita da cidade. “Aqui você encontra com pessoas de todo o Brasil, as embaixadas ficam aqui. No tempo em que eu estudava, por exemplo, era comum ver estrangeiros na minha escola”. Ele conta que à primeira vista para os que não moram aqui, a cidade pode parecer difícil de se adaptar, existe uma frieza no trato entre as pessoas. “Acredito que seja só uma impressão inicial, aos poucos, após se quebrar o gelo, as pessoas se aproximam”.

A resiliência perfumada há 40 anos

Mas quem pensa que tudo são flores e fragrâncias no caminho da família Muniz se engana. Há interferências externas que impedem um crescimento e a popularização dos produtos comercializados pela marca, e apesar de fatores positivos como mercado consumidor e a população brasileira figurando entre as cincos maiores consumidoras de perfumes. “Existem dois limitadores artificiais para que o mercado de perfume seletivo se expanda como tem potencial. São eles: os impostos que encarecem os produtos para o consumidor final e a renda média baixa do trabalhador brasileiro”, garante o patriarca Ennius.

Ele compara a experiência de outros países. “Lá no exterior, um bom perfume custa em média 5% do salário. Aqui, o mesmo produto representa 50% a 100% do salário do trabalhador”. E para o empresário, os produtos que são produzidos não concorrem com os feitos aqui. “Muitos não conseguem importar matéria-prima para produzir bons perfumes”.

Ainda com as dificuldades, a marca Lord se encontra entre as 10 maiores empresas voltadas para a perfumaria seletiva e é a mais antiga empresa do ramo em funcionamento do Brasil.

Em um dos momentos de crise, o pai visionário em sua essência, resolveu que era a hora da filha Adriana se unir a outros empresários do setor. “Seguindo o conselho do pai e pensando no futuro do negócio, ela se uniu mais 8 empresas e fundou a Associação Brasileira de Perfumaria Seletiva (ABPS). Eu contatei 20, mas por medo de represálias de fornecedores, apenas 8 decidiram entrar. Fui presidente da ABPS e juntos pensamos em formas de alavancar os nossos negócios, trazer melhorias para o setor”, ressalta.

Para os filhos e para outros empreendedores, o exemplo de Ennius serve de inspiração. Com o esforço e dedicação, hoje o negócio segue de Brasília para outras cidades. “A ideia é vender a Lord como um modelo de franquia, pois é um negócio que temos expertise e já o peso da marca para transmitir para futuros empreendedores”, ressalta o visionário.

Fontes de pesquisa:

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/72/cd_1980_v1_t4_n26_df.pdf

https://forbes.uol.com.br/negocios/2014/11/brasil-tem-o-maior-mercado-de-perfumes-do-mundo/

https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/brasilia/trabalhos/OCR_GOMES.pdf

José Humberto Pires e os Irmãos Planalto:

De Empacotador a Secretário de Governo, Entre Conquistas no Varejo e Atuação Política.

Por Ana Volpe

José Humberto Pires de Araújo é um nome que ressoa tanto no setor supermercadista quanto na política do Distrito Federal. Sua trajetória é um exemplo de superação e persistência, marcada por conquistas que impactaram não apenas sua vida, mas também a de muitas pessoas ao seu redor. Natural de Tocantins, a mudança de sua família para Goiás em busca de melhores condições de vida marcou o início de uma jornada de transformações. A pobreza que caracterizava sua infância foi apenas o ponto de partida para uma história de sucesso que se estende até os dias atuais.

O Encontro que Mudou o Destino:

A virada na vida de José Humberto e seus irmãos ocorreu quando um de seus irmãos começou a trabalhar como frentista em Estrela do Norte, Goiás. Nesse período, o primo de seu pai, Euzébio Pires de Araújo, estava indo para uma pescaria e, ao parar em um posto de gasolina, encontrou um dos irmãos de José Humberto. Euzébio, ciente das dificuldades da família, não hesitou em convidá-los para mudar-se para Brasília, onde o tio dele, dono de um pequeno mercadinho, poderia ajudar a melhorar a situação financeira da família. Assim, a vida de José Humberto e seus irmãos começaria a mudar, de forma irreversível.

Chegada a Brasília e o Início no Mercado:

Em 19 de janeiro de 1969, José Humberto e sua família chegaram à capital federal. O começo foi modesto: ele começou como empacotador em um mercadinho de seu tio, dormindo nas dependências do próprio estabelecimento. Com o tempo e muito esforço, José Humberto subiu na hierarquia e passou a ser gerente do mercado em Taguatinga. Mas o maior marco dessa fase foi quando seu tio decidiu vender o supermercado e José Humberto, junto com seus irmãos, comprou o negócio. Esse foi o primeiro passo rumo à criação do Planaltão Supermercados, uma rede que logo se expandiria para outras regiões de Brasília.

O Sucesso no Varejo e a Expansão para o Plano Piloto:

Com o sucesso do Planaltão, a família Pires de Araújo consolidou-se como referência no setor supermercadista de Brasília. Em um momento de grande inspiração, José Humberto e seus irmãos visitaram um supermercado na Asa Norte lotado de clientes, o que os motivou a abrir um novo ponto no Plano Piloto. A estratégia deu certo, e o novo supermercado conquistou a clientela pela maneira atenciosa e cuidadosa com que eram tratados.

Impacto no Setor e Contribuições Empresariais:

José Humberto e seus irmãos não se limitaram ao comércio local. Eles se tornaram membros de organizações representativas do setor, como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a Associação de Supermercados de Brasília (Asbra), tendo José Humberto sido vice-presidente da Abras por seis anos e presidente por dois mandatos consecutivos. Além disso, ele expandiu suas atuações para o setor imobiliário, tornando-se sócio da Milênio Empreendimentos Imobiliários, além de se envolver com o setor social e esportivo.

Carreira Política:

A política foi um caminho natural para José Humberto, que já demonstrava seu compromisso com a transformação social. No Governo de Joaquim Roriz, ele foi Administrador Regional de Taguatinga e, mais tarde, Secretário de Governo na gestão de José Roberto Arruda. Desde 2019, ocupa o cargo de Secretário de Estado de Governo do Distrito Federal na gestão de Ibaneis Rocha.

O Novo Objetivo Político:

Agora, José Humberto mira um novo objetivo político: tornar-se deputado federal pelo MDB. Sua motivação não é financeira, pois ele continua sendo proprietário da Milênio, empresa que está sob a administração de seus filhos. Seu verdadeiro foco é ampliar as oportunidades para as pessoas simples, assim como ele e seus irmãos tiveram, e acredita que a verdadeira transformação ocorre quando essas oportunidades são distribuídas e multiplicadas.

A Visão de José Humberto:

José Humberto acredita que a mudança real acontece quando todos têm acesso às mesmas oportunidades que ele e seus irmãos receberam, ao longo de sua jornada de superação. “Distribuir oportunidades para que elas se multipliquem” é o seu objetivo, e ele reafirma que a transformação social só será possível quando todos tiverem a chance de conquistar um futuro melhor.

Conclusão:

José Humberto Pires de Araújo é um exemplo claro de como a determinação e o trabalho árduo podem transformar vidas. Começando como empacotador, hoje ele é uma referência no setor supermercadista e na política local, demonstrando que é possível alcançar grandes realizações quando se acredita no poder da mudança e da inclusão. Sua trajetória é um farol para todos que acreditam que o sucesso não é um privilégio, mas uma oportunidade que deve ser compartilhada.

José Humberto Pires e os Irmãos Planalto: De Empacotador a Secretário de Governo, Entre Conquistas no Varejo e Atuação Política

Por Ana Volpe

José Humberto Pires de Araújo é um nome que ressoa tanto no setor supermercadista quanto na política do Distrito Federal. Sua trajetória é um exemplo de superação e persistência, marcada por conquistas que impactaram não apenas sua vida, mas também a de muitas pessoas ao seu redor. Natural de Tocantins, a mudança de sua família para Goiás em busca de melhores condições de vida marcou o início de uma jornada de transformações. A pobreza que caracterizava sua infância foi apenas o ponto de partida para uma história de sucesso que se estende até os dias atuais.

O Encontro que Mudou o Destino:

A virada na vida de José Humberto e seus irmãos ocorreu quando um de seus irmãos começou a trabalhar como frentista em Estrela do Norte, Goiás. Nesse período, o primo de seu pai, Euzébio Pires de Araújo, estava indo para uma pescaria e, ao parar em um posto de gasolina, encontrou um dos irmãos de José Humberto. Euzébio, ciente das dificuldades da família, não hesitou em convidá-los para mudar-se para Brasília, onde o tio dele, dono de um pequeno mercadinho, poderia ajudar a melhorar a situação financeira da família. Assim, a vida de José Humberto e seus irmãos começaria a mudar, de forma irreversível.

Chegada a Brasília e o Início no Mercado:

Em 19 de janeiro de 1969, José Humberto e sua família chegaram à capital federal. O começo foi modesto: ele começou como empacotador em um mercadinho de seu tio, dormindo nas dependências do próprio estabelecimento. Com o tempo e muito esforço, José Humberto subiu na hierarquia e passou a ser gerente do mercado em Taguatinga. Mas o maior marco dessa fase foi quando seu tio decidiu vender o supermercado e José Humberto, junto com seus irmãos, comprou o negócio. Esse foi o primeiro passo rumo à criação do Planaltão Supermercados, uma rede que logo se expandiria para outras regiões de Brasília.

O Sucesso no Varejo e a Expansão para o Plano Piloto:

Com o sucesso do Planaltão, a família Pires de Araújo consolidou-se como referência no setor supermercadista de Brasília. Em um momento de grande inspiração, José Humberto e seus irmãos visitaram um supermercado na Asa Norte lotado de clientes, o que os motivou a abrir um novo ponto no Plano Piloto. A estratégia deu certo, e o novo supermercado conquistou a clientela pela maneira atenciosa e cuidadosa com que eram tratados.

Impacto no Setor e Contribuições Empresariais:

José Humberto e seus irmãos não se limitaram ao comércio local. Eles se tornaram membros de organizações representativas do setor, como a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a Associação de Supermercados de Brasília (Asbra), tendo José Humberto sido vice-presidente da Abras por seis anos e presidente por dois mandatos consecutivos. Além disso, ele expandiu suas atuações para o setor imobiliário, tornando-se sócio da Milênio Empreendimentos Imobiliários, além de se envolver com o setor social e esportivo.

Carreira Política:

A política foi um caminho natural para José Humberto, que já demonstrava seu compromisso com a transformação social. No Governo de Joaquim Roriz, ele foi Administrador Regional de Taguatinga e, mais tarde, Secretário de Governo na gestão de José Roberto Arruda. Desde 2019, ocupa o cargo de Secretário de Estado de Governo do Distrito Federal na gestão de Ibaneis Rocha.

O Novo Objetivo Político:

Agora, José Humberto mira um novo objetivo político: tornar-se deputado distrital pelo MBL (Movimento Brasil Livre). Sua motivação não é financeira, pois ele continua sendo proprietário da Milênio, empresa que está sob a administração de seus filhos. Seu verdadeiro foco é ampliar as oportunidades para as pessoas simples, assim como ele e seus irmãos tiveram, e acredita que a verdadeira transformação ocorre quando essas oportunidades são distribuídas e multiplicadas.

A Visão de José Humberto:

José Humberto acredita que a mudança real acontece quando todos têm acesso às mesmas oportunidades que ele e seus irmãos receberam, ao longo de sua jornada de superação. “Distribuir oportunidades para que elas se multipliquem” é o seu objetivo, e ele reafirma que a transformação social só será possível quando todos tiverem a chance de conquistar um futuro melhor.

Conclusão:

José Humberto Pires de Araújo é um exemplo claro de como a determinação e o trabalho árduo podem transformar vidas. Começando como empacotador, hoje ele é uma referência no setor supermercadista e na política local, demonstrando que é possível alcançar grandes realizações quando se acredita no poder da mudança e da inclusão. Sua trajetória é um farol para todos que acreditam que o sucesso não é um privilégio, mas uma oportunidade que deve ser compartilhada.

Bula Impressa: a modernização não pode custar vidas

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Por Alexandre de Morais*

Que bom!
Que bom que existem aqueles que nunca enfrentam um apagão.
Que têm celular de última geração, com plano de internet ilimitada e wi-fi veloz, funcionando 24 horas por dia.
Que bom quem têm um profissional disponível, paciente e disposto a ajudar sempre que surge uma dúvida. No caso um técnico em informática quando um celular der problema de memória ou mal funcionamento em um aplicativo
Que bom que todos moram em uma casa confortável, com tudo funcionando, e conexão de última geração.
Seria ótimo se essa fosse a realidade dos milhões de brasileiros que tomam remédios diariamente. Mas não é.
Que bom seria se só idosos com esse padrão de vida precisassem de medicamentos. Que bom seria se pobres, vulneráveis, moradores de regiões com acesso precário à internet, à eletricidade e à informação, simplesmente não adoecessem.
Mas a vida real não é assim. E quando falamos da proposta da Anvisa que tenta eliminar as bulas impressas, substituindo-as exclusivamente pela versão digital, não estamos falando de avanço; estamos falando de exclusão.
Não se trata de ser contra a inteligência artificial, nem contra a tecnologia. Pelo contrário: somos defensores da modernização, da IA e das ferramentas digitais, que são, sim, uma tendência sem volta e podem gerar grandes benefícios.
Mas modernizar não é excluir.
Modernizar não é ignorar os mais vulneráveis.
Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha mostra que mais de 80% da população exige a manutenção da bula impressa como instrumento de segurança e saúde. E a própria consulta pública da Anvisa chegou a resultados semelhantes: a ampla maioria defendeu que a bula física seja sempre mantida junto ao medicamento, para garantir o direito básico à informação em saúde.
Porque bula não é papel. Bula é proteção. Bula é vida.
Quando uma bula impressa é abolida, não se elimina apenas um pedaço de papel. Elimina-se a possibilidade de uma senhora, de um idoso, de um trabalhador ou de qualquer pessoa conferir uma contraindicação, uma interação medicamentosa, um efeito colateral ou a dose correta.
A justificativa de economia também não se sustenta. Uma bula custa, em média, de 4 a 6 centavos por unidade, valor irrisório diante do preço dos medicamentos e dos riscos que a falta de informação pode gerar.
Falam em sustentabilidade. Pois saibam que o papel utilizado é proveniente de reflorestamento, com impacto ambiental irrelevante perto do que está em jogo: vidas humanas.
Falam em inclusão digital. Pois saibam que 25% da população brasileira sequer tem acesso estável à internet, dispositivos modernos ou letramento digital básico. E entre os idosos, esse número é ainda mais alarmante.
A pergunta que fica é:
Modernizar para quem? Incluir quem? E excluir quem?
Vivemos, talvez, a era do “Lucro a Qualquer Preço” – Lucrum ad Omnem Pretium –, onde eficiência é confundida com corte de direitos e inovação é usada como desculpa para reduzir custos, não para proteger vidas.
O que está em debate aqui não é o futuro. É o presente. E é sobre garantir que ninguém, especialmente os mais vulneráveis, seja deixado para trás.
A luta segue na Justiça, no Congresso Nacional na imprensa e nas ruas. Porque informação salva vidas. E bula impressa é, sim, questão de saúde pública.

*Alexandre de Morais é advogado especializado em Defesa do Consumidor e coordenador do Movimento Exija Bula

A ética da convicção em Max Weber: entre a pureza dos princípios e a complexidade da política

Em tempos de crise moral, incertezas políticas e polarizações acentuadas, o pensamento de Max Weber emerge com uma lucidez desconcertante. Dentre os muitos conceitos legados por esse gigante da sociologia alemã, destaca-se a sua célebre distinção entre dois modos de orientação moral: a ética da convicção (Gesinnungsethik) e a ética da responsabilidade (Verantwortungsethik). Essa dicotomia, apresentada em sua conferência “A Política como Vocação” (1919), permanece como uma das mais poderosas ferramentas para compreender o dilema moral de quem exerce o poder — seja na política, na administração pública ou na liderança de instituições.
Mas o que, afinal, significa agir com base na ética da convicção? E por que Weber, ao mesmo tempo em que a reconhece, também a questiona como fundamento exclusivo da ação política?

I. A Política como Vocação: o Cenário Weberiano
Proferida em janeiro de 1919, logo após a Primeira Guerra Mundial e em meio à instabilidade da recém-proclamada República de Weimar, a conferência de Weber não é apenas uma reflexão teórica, mas uma intervenção viva e urgente no debate político da Alemanha. Com o país mergulhado no caos e na busca por novos caminhos, Weber dirige-se aos jovens universitários — os futuros líderes — com a intenção de fazê-los refletir sobre o tipo de alma necessário para suportar o peso da política.

É nesse contexto que ele apresenta sua clássica distinção entre dois tipos de ética.

II. O Que É a Ética da Convicção
A ética da convicção é, essencialmente, uma ética de princípios. O agente moral orienta suas ações por valores considerados absolutos — sejam eles religiosos, ideológicos, filosóficos ou morais —, sem se preocupar com as consequências práticas de suas escolhas. Para esse tipo de postura, o importante é a pureza da intenção e a fidelidade ao ideal.

Weber ilustra essa ética com a postura dos profetas, mártires e idealistas que agem segundo um imperativo categórico. Mesmo que o mundo desmorone em torno deles, mesmo que sua ação gere efeitos desastrosos, eles permanecem firmes em seus princípios, podendo dizer com serenidade: “A responsabilidade pelas consequências não é minha; fiz o que era certo.”

Essa ética, ao se concentrar exclusivamente na coerência interna do agir, expressa um tipo de grandeza moral admirável. Mas ela também pode degenerar, adverte Weber, num perigoso descompromisso com a realidade.
III. A Política Não É Lugar para Inocentes
Weber era profundamente realista quanto à natureza da política. Para ele, o Estado moderno é, em última instância, uma entidade que detém o monopólio legítimo da força. Portanto, qualquer atuação política pressupõe lidar com o poder, com os meios da coerção e com as imperfeições do mundo real.

Agir exclusivamente com base em princípios pode ser admirável na vida pessoal, mas é insuficiente — e até irresponsável — na esfera política, onde cada decisão afeta milhões de vidas, e onde os dilemas são reais e muitas vezes trágicos.

A política exige escolhas duras: firmar alianças com adversários, recuar taticamente, ceder em pontos secundários para conquistar objetivos estratégicos. Nesses contextos, a fidelidade cega aos princípios pode ser tão destrutiva quanto o cinismo total.

IV. O Contraponto: A Ética da Responsabilidade
É por isso que Weber propõe um contraponto à ética da convicção: a ética da responsabilidade. Aqui, o agente não apenas considera os princípios que orientam sua ação, mas também pondera as consequências concretas que dela advêm. Trata-se de uma ética madura, atenta aos efeitos reais e disposta a assumir o peso moral das escolhas feitas.

Diferente do idealista que diz “os fins não justificam os meios”, o político responsável se vê obrigado a considerar que os meios, às vezes imperfeitos, são o único caminho possível para alcançar certos fins legítimos. Isso não significa, para Weber, aceitar a corrupção moral ou o vale-tudo, mas reconhecer que a pureza absoluta muitas vezes é um luxo que o real não comporta.

O verdadeiro político, segundo ele, é aquele que une o fogo da convicção com o olhar frio da responsabilidade. Que acredita em algo, mas que sabe calcular. Que tem princípios, mas também senso de proporção.
VIII. A Alma da Política
Weber encerra sua conferência com uma das mais belas passagens da história do pensamento político. Ele diz que a política é o campo do possível, do esforço contínuo, da luta contra a banalidade do mal e da irresponsabilidade cega. E conclui com esta advertência memorável:

“A política é feita com a cabeça, e não com as emoções. E ainda assim, sem paixão, não se sustenta. Paixão no sentido de entrega à causa — mas com distanciamento e senso de proporção. O político precisa de paixão e de juízo. E da capacidade de manter a alma firme diante de um mundo interiormente dilacerado.”

Conclusão: Um Chamado à Maturidade Ética
A ética da convicção, por si só, é nobre — mas incompleta. A ética da responsabilidade, sozinha, pode ser eficiente — mas fria. Weber nos convida a reconhecer o valor de ambas, e sobretudo, a coragem que exige viver em sua tensão permanente.

O mundo não precisa apenas de idealistas que sonham com um paraíso abstrato, nem de cínicos que manipulam tudo em nome do pragmatismo. Precisa de líderes — e cidadãos — que tenham firmeza de princípios, mas também maturidade para agir diante da imperfeição do real.

A ética da convicção nos ensina o que é certo. A ética da responsabilidade nos lembra que, às vezes, fazer o certo exige sacrifícios e escolhas difíceis. E é nesse encontro, sempre incômodo, que a política verdadeira se faz.