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sábado, abril 20, 2024

Publicidade e Pesca tem o que em comum? Ronald Van de Kamp

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Publicidade e Pesca tem o que em comum? Ronald Van de Kamp

Carioca enfrenta altos e baixos da publicidade no DF com otimismo e ainda investe no turismo rural e de pesca esportiva no Lago de Serra da Mesa-GO

Chegando em Brasília com apenas 25 anos de idade, o carioca da gema Ronald Van de Kamp, não esperava tamanha diferença urbanística.  Vindo da antiga capital do país para a nova, ele conta que a primeira dificuldade foi a adaptação urbana.

De nomes de ruas para letras e números, de esquinas para tesourinhas, e do centro metropolitano para o cerrado, Ronald conta que a Brasília de 1980 não enchia os olhos dos cariocas. Entre os amigos era visto como uma loucura que ele, nascido em Botafogo, fosse se aventurar no planalto central.

“‘Você está doido, vai pra Brasília? O que você vai fazer lá, não tem nada pra fazer!’ Era o que eu ouvia”

Como o motivo da vinda era sentimental, devido ao casamento recente, e dele sempre ter “gostado de mato”, a aventura parecia adequada para o publicitário formado  em Comunicação Social na Faculdades Integradas Hélio Alonso do Rio de Janeiro.

Inicialmente morando na 314 Norte, e posteriormente no Lago Sul, Ronald conta que iniciou sua vida profissional na capital como representante comercial de uma marca de material esportivo.

Função que exerceu por pouco tempo, pois tinha acumulado experiência em agências publicitárias desde os 15 anos de idade, e logo se inseriu no mercado midiático de Brasília, que ainda engatinhava quarto décadas atrás. Naqueles tempos as dificuldades eram muitas, devido às condições da indústria publicitária da capital inicialmente sem estrutura, e numa cidade praticamente recém-nascida. O mercado oferecia poucos recursos profissionais e as agências de porte nacional importavam tudo de suas bases paulistas e cariocas. Aí o carioca precisou ter muito jogo de cintura naquele cenário que ainda não contava com ferramentas como a Internet.

Trabalhou nas agências GBP (Grupo Brasileiro de Propaganda), Assessor Comunicação Integrada, Norton Publicidade e MPM Propaganda antes de abrir sua própria empresa onde depois se juntou com o falecido sócio Haroldo Meira, a AV Comunicação, hoje compartilhada com o filho do Haroldo, Vitor Meira, da qual é Diretor de Estudo e Planejamento atualmente.

Sua experiência já acumula trabalhos com órgãos como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Governo do Distrito Federal, Detran-DF, Metrô-DF, Infraero, Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República (agora Ministério das Cidades) entre outros.

Política x Publicidade

Superando essas dificuldades estruturais da Brasília de 40 anos atrás, vieram os desafios políticos. Ele conta que as instabilidades no cenário político local pioraram ao longo dos últimos anos. E isso refletiu no mercado publicitário.

Desde então a capital federal passou por muitas crises envolvendo o governo local o que causou muita apreensão no setor, embora a comunicação e a publicidade não fossem alvo das investigações tomou-se medidas de ainda maior transparência para garantir que casos como esse não prejudicassem setor. Vindo de uma velha guarda da publicidade, com posturas mais tradicionais e transparentes, o resultado não poderia ser outro.

“Vivemos de olho na realidade, e temos bastante experiência para não darmos passos ousados, ou fazer castelo em nuvem”

Apesar de não ter sofrido diretamente com os altos e baixos do cenário político regional,  Ronald admite que o momento atual não favorece o setor. Nem no âmbito federal.

O vanguardista da publicidade de Brasília vê o esfriamento do mercado de mídias como mais uma fase a ser vencida. Ele acredita no potencial da cidade ao formar e qualificar novos profissionais, mas aponta o momento como complicado para o mercado local.

Tal postura diante de todas as fases já vencidas do publicitário não são exclusivas do meio profissional. Para passar por tudo isso é preciso perseverança e muita paciência. Características que ele leva para uma atividade bem diferente da publicidade.

Amor a Pesca na Serra da Mesa

Como já mencionado, Ronald sempre gostou de “mato”, como ele mesmo diz. Essa apreciação da paisagem rural e ecológica vem do hobby que ele pratica desde muito jovem: A Pesca.

Morando em Brasília e focado no trabalho, ele conta que estava um pouco distante da atividade há algum tempo quando encontrou os encantos da Serra da Mesa, no Goiás.

“Quando cheguei a Serra da Mesa minha paixão foi reacendida.

Era uma ‘Angra dos Reis’ de água doce!”

Também não era pra menos, o Lago de Serra da Mesa é o quinto maior lago do Brasil, e o segundo maior lago artificial do planeta. A área inundada desde 1998 para atender ao complexo hidrelétrico de Furnas é um dos principais destinos dos amantes da pesca esportiva, do turismo rural e de esportes náuticos do país.

E pra ele não foi diferente. Depois de se apaixonar pelo lugar as visitas de Ronald, e sua família, se tornaram frequentes. Inicialmente o objetivo era o lazer, mas com o tempo o pescador acabou encontrando seu próprio oásis naquela cidade.

Foi quando ele deixou de apenas apreciar o local para investir criando o Rancho Canto da Serra, em Uruaçu-GO. Localizado no noroeste do estado goiano e a ?270 Km de Brasília, ou 280 Km de Goiânia, o rancho tem 51 mil metros quadrados e fica às margens do Lago.

Ele conta que o Rancho Canto da Serra foi inicialmente adquirido para uso próprio e familiar. O que depois acabou se tornando um empreendimento turístico rural e ecológico que hoje conta com chalés duplos e suítes para outros amantes da pesca e ecoturismo.

Como o rancho fica muito próximo da cidade, a apenas 7km, e também do Lago da Serra da Mesa a localização é estratégica. Oferecendo opções tanto para quem quer usufruir da natureza quanto para quem precisa da estrutura urbana de Uruaçu, cidade com 40 mil habitantes.

Outro ponto essencial do lugar é sua proximidade com o Memorial Serra da Mesa, que é um espaço voltado a natureza científica e educativa. E como o edifício fica bem em frente ao rancho, quem se hospeda pode acessar a pé os conteúdos sobre a região, o bioma, as etnias e muito mais.

O rancho também fica bem próximo dos empreendimentos flutuantes e da prainha do lago. O paraíso do ecoturismo tem ainda atividades aquáticas como a pesca esportiva, trilha de cachoeira, passeios de Stand up Paddle, Windsurf, passeios de lancha e de jet ski.

Apesar de ser um negócio familiar, porém exclusivo, o Rancho Canto da Serra funciona com preços bem competitivos. Os valores vão de R$ 150 a R$ 350, segundo o site do empreendimento, sendo que os chalés possuem dois quartos, sala, cozinha, churrasqueira e varanda. Tudo já mobiliado e decorado de acordo com a atmosfera local.

Ronald conta que a iniciativa foi planejada com muito amor e respeito ao ecossistema local. A ideia sempre foi aproveitar da melhor forma possível respeitando a Natureza. O objetivo hoje é também compartilhar a cultura, a gastronomia e o esporte que ele tanto gosta com mais pessoas.

Para quem ouviu ser uma loucura sair do Rio de Janeiro e vir morar no coração do Brasil há trinta anos atrás, Ronald se tornou mais um exemplo de sucesso de quem acreditou na nossa cidade.

 

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